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Anatomia de uma foto  |  

Mourinho sem filtro, por um momento

Anatomia de uma foto

30 de abril de 2005. Faz 10 anos esta imagem de emoção sem filtro de José Mourinho naquela tarde no Reebok Stadium. O Chelsea acabava de se tornar campeão de Inglaterra, pela primeira vez em 50 anos. Uma conquista imensa, na reta final de uma época intensa. A expressão do homem que tinha assumido toda a pressão do mundo sobre os ombros quando chegou a Londres não precisa de mais palavras. 

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Foi breve. De resto, Mourinho foi Mourinho na festa. Abraçou toda a gente no banco, saltou e sorriu, depois afastou-se. «Para eles, para os jogadores», dizia, na primeira entrevista ainda no relvado. «Agora é altura de eu desaparecer, é o momento deles. Eles são os homens.»

A seguir, sentou-se no banco, ao telefone. «Falei com a minha mulher e com os meus filhos. Foram a Portugal e viram o jogo em directo», explicou na sala de imprensa.

Faltavam três jornadas para o fim do campeonato naquele dia em Bolton. Tinham passado menos de dez meses desde que José Mourinho chegara ao Chelsea, depois de ganhar tudo o que havia para ganhar com o FC Porto, incluindo a Taça UEFA em 2003 e a Liga dos Campeões em 2004. Dez meses desde que se apresentara ao futebol inglês. «Sou campeão europeu, não sou um treinador qualquer, sou especial.»

O Chelsea fez um grande campeonato. Entrou a vencer o Manchester United, perdeu um único jogo, em outubro com o Manchester City. O título era questão de tempo e Mourinho, o especial, até já tinha feito as contas, meses antes, e apontado o jogo de Bolton como aquele que podia consagrar o Chelsea.

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Não estava fácil. O intervalo chegou sem golos, com poucas oportunidades e muita tensão para o Chelsea. Mas os Blues, com Ricardo Carvalho e Tiago no onze, queriam arrumar o assunto naquele dia, naquele jogo entalado entre as duas mãos da meia-final da Liga dos Campeões com o Liverpool.

«Disse-lhes ao intervalo: da próxima vez que estivermos juntos temos de ser campeões. Temos de ganhar este jogo, matar isto», contava Mourinho, ainda no relvado.

E Frank Lampard ganhou o jogo. Fez o primeiro golo aos 60m e, quando marcou o segundo, aos 76m, matou o assunto. O Chelsea era campeão. Seria aliás o campeão com mais pontos ganhos na história da Premier League, 95 no final das contas.

Foi a época em que o mundo inteiro ficou a conhecer José Mourinho. O homem que já tinha ganho a Taça da Liga inglesa, ao Liverpool, e passado como um furacão pela eliminatória de Liga dos Campeões com o Barcelona, antes de eliminar também o Bayern Munique nos quartos.

Seguia-se a decisão da meia-final, com o Liverpool. Dias antes do jogo do título em Bolton, a primeira mão da meia-final com o Liverpool tinha terminado a zero. A segunda mão foi três dias mais tarde, a 3 de maio. Decidiu-se naquele golo-fantasma de Luis Garcia.

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O golo contou, o Chelsea foi eliminado. Mourinho reagiu como Mourinho. Na sala de imprensa: «Foi um golo que veio da Lua, das bancadas de Anfield.» E ainda no relvado, outra imagem tão diferente da primeira, a expressão com que consola Terry e Lampard no final.

Passaram dez anos. Muitos títulos, derrotas também. Intensos, sempre. E José Mourinho aí está, de novo no Chelsea, a fazer contas ao dia em que conquistará o seu terceiro título de campeão inglês. Irá lembrar-se daquela primeira vez?

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