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Editorial  |  

Editorial: que fazer com o jogo online?

Uma situação caricata e injusta em Braga

Esta quinta-feira aconteceu em Braga uma situação curiosa, e em meu entender perversa, resultado do sinal dos tempos. Conta-se em poucas palavras. O Sporting de Braga está impedido, desde o início da temporada, de fazer publicidade a uma empresa de jogos online, a sportingbet.com. Por decisão judicial, os bracarenses têm jogado na Liga com uma faixa negra no peito. Desconheço se continuam a receber do patrocinador mas seja como for haverá alguém prejudicado nesta estória. Esta noite, o Sporting de Braga recebeu o Slovan Liberec, da República Checa, equipa patrocinada pela bwin.com. Mas poderia ser a sportingbet.com, a starbet.com ou outra qualquer casa de apostas online. O poto é este: em solo português, uma equipa exibiu publicidade a uma empresa de apostas online, a outra não. Ambas europeias, ambas disputando a mesma competição, a Taça UEFA. Este desequilíbrio sucede porque os estados europeus continuam sem entender e regular a actividade de jogo online. Em Portugal, como em diversos outros países da União Europeia e nos Estados Unidos, estamos na fase de perseguir e proibir. As empresas de jogo online desempenharam nos últimos meses um papel importante para clubes e competições. Colossos como o Milan ou organizações em dificuldades como a liga portuguesa renderam-se ao dinheiro que nomeadamente a bwin.com está disposta a investir para ser conhecida. Aparentemente, mais do que as empresas tradicionais. Na prática, existe um conflito de interesses entre aquilo que é o desejo de quem gere e participa na competição e as regras ditadas pelo Estado, preocupado em ceder a exploração do jogo a um escasso número de entidades. No caso português, a Santa Casa da Misericórdia e os Casinos. Salvo melhor opinião, esta é uma batalha perdida. Até pela natureza do meio online, será extremamente difícil (e muito caro...) impedir que os portugueses invistam o seu dinheiro onde bem entendem. Pergunto-me se empurrar estas empresas para a ilegalidade resolverá seja o que for. Acredito que não. Provavelmente não por acaso, a Inglaterra, um país com longa tradição no jogo, tem mantido a posição mais sensata neste assuto. Esta semana, os ingleses apelaram para que exista uma posição comum a União Europeia. Legalizando a actividade, exigindo que as empresas sejam licenciadas, cobrando impostos e garantido que o dinheiro daí resultante é correctamente aplicado. Achar que os sites de apostas online terminarão por decreto é desconhecer o mundo global em que vivemos. Enquanto isso há decisões judiciais diversas, situações perversas como a desta quinta-feira, em Braga, e o Estado perde a oportunidade de licenciar a actividade e arrecadar impostos.

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