Brasil-Chile e Holanda-México, ou está-se bem perto de casa
Dia 12 do Mundial 2014 definiu primeiros jogos dos oitavos de final, com Neymar a brilhar no adeus da Espanha, e de Villa, com lágrimas
Holanda-México e Brasil-Chile. Dois belos confrontos, os primeiros oitavos de final definidos, ao fim de um dia 12 do Mundial que decidiu apurados no Grupo A e garantiu a liderança do Grupo B à Holanda, que partia para a ronda já apurada, tal como o Chile. Três equipas americanas e uma europeia para já, uma tendência de domínio das seleções a jogar em casa, ou perto dela, que se prolonga nas outras equipas já qualificadas: Colômbia, Costa Rica, Argentina, Bélgica.
Já ficaram pelo caminho quatro seleções europeias, a começar pela campeã do mundo Espanha, que se despediu do Brasil nesta segunda-feira, com uma vitória sobre a Austrália. Juntam-se-lhe Inglaterra, Bósnia e Croácia, além de Austrália e Camarões.
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O Brasil garantiu o apuramento e o primeiro lugar do grupo com uma vitória frente aos Camarões que manteve o tom geral do escrete nesta primeira fase. Não acaba com todas as dúvidas, mas Neymar vai chegando para resolver. Foi o 10 quem inaugurou o marcador e o jogo foi tranquilo para o escrete, apesar de os africanos ainda terem conseguido despedir-se da Copa com um golo a empatar o jogo, aos 26 minutos, marcado por Matip. Estava lá Neymar, fez o 2-1 antes do intervalo e o Brasil seguiu tranquilo para o balneário.
No início da segunda parte apareceu Fred, ainda que em fora de jogo, a fazer o 3-1 e a arrumar o assunto. Ou talvez não, que no outro jogo o México desatou a marcar golos e chegou a estar a um de assegurar a liderança do grupo. Resolveu também essa questão o Brasil aos 84m, quando Fernadinho fez o 4-1.
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A ficha de jogo e a crónica do Camarões-Brasil
Com o Brasil a vencer o seu jogo, o México podia empatar com a Croácia e apurava-se. No limite, podia ter passado aos oitavos de final com o score que levou para este último jogo: um golo marcado apenas e um sofrido.
Mas queria mais, a seleção mexicana, que voltou a ter o portista Herrera em grande plano. E muito perto de um grande golo: foi à barra. O médio está a mostrar-se ao mundo, que abre a boca de espanto. Ora veja o que disse dele Rio Ferdinand:
If I'm a manager right now&needed a midfielder who isn't going to cost a bomb Mexico's Herrera would be top of the shopping list! Impressive
— Rio Ferdinand (@rioferdy5) June 23, 2014
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O México só não marcou mais cedo porque uma mão flagrante de Srna na área passou em branco. Não tardou, no entanto. O capitão Rafa Marquéz mostrou o caminho e fez o 1-0 aos 71m. Imperial, leva golos em três Mundiais pelo México. A seguir marcou Guardado e por fim Chicharito.
Miguel Herrera, o selecionador mexicano, não cabia em si de contente, ele que já ganhou estatuto de figura nas redes sociais.
GOOOOOLLLL! Miguel Herrera is so happy he actually looks like he might explode! 3:0 #MEXpic.twitter.com/Z0YyogEeOO
— KICKTV (@KICKTV) June 23, 2014
A ficha de jogo e a crónica do Croácia-México
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O Grupo B tinha confronto de líderes pelo primeiro lugar do grupo. Holanda e Chile provaram no Arena de São Paulo porque sobressairam tão tranquilamente do grupo e condenaram a Espanha a um adeus prematuro.
O jogo da equipa sul-americana foi contrariado por uma Holanda segura e eficaz, assente em grande talento. Não havia Van Persie, que falhou o jogo por acumulação de amarelos, mas havia Robben. Depois de um cabeceamento de Fer ter inaugurado o marcador, um raide pela esquerda do jogador do Bayern Munique serviu Depay para o 2-0.
The best player of the World Cup group stage is Arjen Robben. He's been utterly outstanding!
— Gary Lineker (@GaryLineker) June 23, 2014
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A ficha de jogo e a crónica do Holanda-Chile
No outro jogo, a Espanha fez uma despedida digna. Um jogo que deve ter sido penoso jogar, mas que os ainda campeões do mundo e bicampeões da Europa encararam como tinham de encarar, com seriedade.
Um belo golo de calcanhar de Villa, no adeus à Roja, começou a construir a vitória, evitando outro recorde negativo para a Roja: tornar-se o primeiro campeão do mundo a deixar o Mundial sem pontuar. Frente a uma Austrália ainda mais limitada pela ausência de Tim Cahill, até houve espaço para um golo de Torres. E outro de Mata, a fechar.
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A ficha de jogo e a crónica do Espanha-Austrália
Confira os critérios de desempate
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A figura: Neymar. Entre todos os astros anunciados para o Brasil 2014 ele é quem melhor está a seguir o guião. O Brasil voltou a mostrar fragilidades, mas assegurou o primeiro lugar no grupo embalado pelo 10.
A pressão sobre ele é enorme, mas Neymar está a suportá-la, para já. Mesmo que, a cada nova demonstração de classe que deixe, a pressão aumente. Com comparações como esta, por exemplo.
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2 - Neymar #BRA has scored as many braces in a World Cup edition as Ronaldo in 2002 or Diego Armando Maradona in 1986. Olympus.
— OptaJose (@OptaJose) June 23, 2014
Neymar vai escrevendo um guião de sonho. Feito de encomenda. Marcou o golo 100 do Mundial 2013, bisou e isolou-se como melhor marcador da Copa, com quatro golos.
O número: 100 golos, 100 vezes Brasil. Foi Neymar quem assinou o golo número 100 do Mundial 2014, ao inaugurar o marcador na vitória do Brasil sobre os Camarões. Foi num dia especial para o Brasil, que fez esta noite o seu jogo 100 em Campeonatos do Mundo. Tornou-se a segunda seleção a atingir esse marco, e perdeu para a Alemanha por uma semana: a «Mannschaft» atingiu essa marca no jogo de estreia no Brasil, frente a Portugal. Quanto a golos, continuam a chover. Mais 14 em quatro jogos nesta segunda-feira, 108 no total do Mundial 2014, a média de novos nos três por jogo. A caminho de números históricos.
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Copa de 1990 teve 115 gols em 52 jogos. Copa de 2014 já teve 108 gols em 36.
— Impedimento (@impedimento) June 23, 2014
A frase: «A natureza não dá saltos, é devagar. O que estamos plantando e tentando colher é no dia a dia.» Luiz Felipe Scolari, a falar da exibição do Brasil, acreditando que a equipa vai evoluindo na Copa.
O caso:David Villa fez o primeiro golo da Espanha frente à Austrália, um belo golo de calcanhar, naquele que seria o seu último jogo pela Roja, já era ponto assente para toda a gente. Não para toda, pelos vistos. Vicente del Bosque fez sair El Guaje quando decidiu proceder à primeira substituição, aos 57 minutos do jogo que já não contava para a Espanha, eliminada desde a segunda ronda. Villa não queria acreditar. «No hombre», murmurou, antes de se sentar no banco e ceder à emoção do momento, rompendo em lágrimas. No final Del Bosque disse que não sabia que aquele seria o último jogo de Villa pela Roja. O melhor marcador de sempre da Roja, que fez o seu golo 59 em Curitiba, acabou por matizar o discurso de despedida no fim, dizendo que se a seleção o quiser dirá presente, mas tem de «ser realista» e não pode esperar continuar a vestir a camisola de Espanha, ele que aos 32 anos decidiu deixar a Europa e assinou pelo New York City FC, preparando-se para jogar de caminho cedido nos australianos do Melbourne FC.
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Seja como for, Villa foi um dos protagonistas do dia. A hashtag Grande Villa foi tendência no Twitter e muitos adeptos fizeram questão de lhe agradecer o que deu à seleção.
El de siempre, el delantero de Espaňa!! Se te ha echado de menos guaje este Mundial!! GRANDE VILLA
— Flakito del Suit (@lulukas7) June 23, 2014