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Benfica-Fenerbahçe: «Miúdo, isso para ti é papa para bebés»

Encarnados levam história europeia na comitiva para Istambul

RedaçãoLPF

O Benfica está na Turquia para defrontar o Fenerbahçe, na Liga Europa, e leva história na comitiva.

Encarnados e turcos defrontaram-se apenas numa eliminatória, em 1975. Ano em que Portugal vivia um período quente, consequente do 25 de Abril do ano anterior. O treinador foi embora por causa disso e já não havia nem Eusébio nem Simões. O Benfica teve de virar-se para alguns dos «miúdos» que habitavam na Luz.

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Um vidro partido no balneário parecia amaldiçoar as águias, mas não foi nada assim. Mário Wilson estreava uma série de jovens e um deles, hoje figura de prestígio e carregador de mística, até marcou na primeira vez que jogou numa prova da UEFA. Shéu está com a equipa em Istambul e ao Maisfutebol já contou como foi esse primeiro Benfica-Fenerbahçe.

Antes, a recordação de Toni, capitão nessa altura, que dá contexto a essa época de 1975/76. «Desde 1968 que a situação financeira não era famosa, mas havia gente com grande amor ao clube que injetava dinheiro seu: Adolfo Vieira de Brito, Borges Coutinho e outros. Depois, a revolução mexeu de forma transversal em toda a sociedade e o Benfica não se adaptou aos novos tempos», contou Toni, em declarações recolhidas pelo nosso jornal aquando da publicação do livro Sport Europa e Benfica. Tal como as seguintes que vai ler, aliás.

Esse período conturbado do clube e do país levou a que Mirolad Pavic deixasse Portugal, depois de ter sido campeão. «Teve receio do 25 de abril e não ficou para o segundo ano. Já tinha passado por uma revolução na Jugoslávia, não quis ficar para ver.» Palavras de Nené, que com Mário Wilson, eleito para o comando técnico, deixaria de ser extremo e passaria a jogar no meio do ataque para ser um dos maiores pontas de lança da história encarnada.

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Por falar em história, a desse primeiro Benfica-Fenerbahçe conta-se também pelos golos de Nené: três, os mesmos que Jordão. O primeiro foi para Shéu, porém, que aos 22 anos jogava, finalmente, uma partida europeia pelos encarnados: até essa época de 1975/76, tinha dez jogos pelo clube, distribuídos por campeonato e taça.

E que recorda Shéu? «Antes do jogo, o Mário Wilson disse-me "vai lá miúdo, isto para ti é papa para bebés" e pôs-me à vontade. Tinha andado duas ou três épocas a amadurecer com os monstros e nessa altura era preciso conquistar o nosso espaço no balneário e no campo.»

Shéu fez o 1-0 e, a partir daí, tornou-se numa grande referência na Luz.

As memórias de dois balneários de António Bastos Lopes, ao Sport Europa e Benfica

«Nunca fui um jogador de alto gabarito, dos que marcam os golos e dão recital. Mas era daquele tipo de que as equipas precisam sempre, os que carregam os instrumentos e dão tudo pela camisola. Esse jogo com o Fenerbahçe tem uma história muito gira. Eu e o Shéu éramos dos mais jovens e na altura havia duas cabines, uma para os jogadores mais experientes, com estatuto, e outra para os mais novos. No meio, ficavam os roupeiros e o posto médico. Antes do aquecimento começámos a dar toques de um lado para o outro. Às tantas, um chuto com mais força acertou em cheio num espelho, que se partiu. Os mais velhos começaram a dar-nos na cabeça, a dizer que ia dar azar, e trinta por uma linha. Pois bem, foi uma estreia de sonho para todos nós e esse jogo acabou 7-0. Durante uns tempos, quando as coisas não corriam bem, "temos é de partir mais espelhos" passou a ser palavra de ordem.»

O Benfica viria a perder na segunda mão, um jogo realizado em Izmir, a quase 500 quilómetros de Istambul, onde vai ter lugar a primeira mão desta quinta-feira. O trabalho de casa estava feito, porém.

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