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Bombonera  |  

Quando o coração do leão bate é João Mário quem o manda bater

Nova crónica de «Era Capaz de Viver na Bombonera»

Exercício simples. Se chegaram aqui têm internet, por isso não vale como desculpa. Youtube, certo? Um momento apenas até que a página carregue. Rápido, bem rápido, longe vão os tempos dial-up. Pesquisem, cuidado com as gralhas

Jo-ão Má-ri-o

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Que vos avive a memória, e será sempre melhor do que a minha. Ou pelo menos que vos dê certezas naquilo que já têm mais ou menos como adquirido. Usem quinze, dez minutos vá, do vosso dia, gastem-nos em um, dois, três vídeos. Não haverá muitos mais.

Depois, voltem aqui. Eu espero.

Agora digam-me, honestamente, antes que pestanejem, antes que pensem nas cores que veste e que tantas vezes vos influencia. Digam-me

Comprariam João Mário?

Adrien encheria uns quantos clips com bytes de golos de dentro e de fora da área – fantástico o momento frente à Académica, digno de todos os elogios e mais os meus –, de roubos de bola e de sprints incontroláveis em rota de colisão com o guarda-redes rival, este de pernas arqueadas e mãos a pairar no ar.

William, o antecessor desta quase figura-de-corpo-presente, também, com adversários a desfazerem-se contra aquele muro indestrutível.

Que raio se passa, rapaz?

Slimani apresenta-nos sangue efervescente e golos. Muitos. Com ele conta-se até ao fim, até ao último suspiro de um jogo.   

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Ruiz desenha passes em sabre-de-luz, que separam autocarros ao meio.

Patrício defesas decisivas, Paulo Oliveira cortes importantes, e Jefferson livres e assistências.

Qualquer um deles vende-se melhor, sem que tenham tido formação para fazê-lo de porta em porta.

Com João Mário é diferente. Seis assistências, mas uma relação estranha com a baliza. Marca sempre menos do que pode, o que lhe daria cotação bem mais alta do que os pretendentes lhe dão. Responde certo a tudo e depois falha a pergunta do milhão de dólares.

Está sempre lá. A pressionar, a ocupar espaços, a ir ao choque. Levanta-se e procura a bola. Faz um drible, outro. Joga simples depois, a pensar no desequilíbrio que virá a seguir. O raciocínio rápido desmonta equações complicadas com uma finta de corpo e serve o golo. Outras vezes, é ele que aparece no espaço, que aparece na ponta do novelo de fio desenrolado.

É aí que falha vezes a mais, depois de ter acertado todas as cruzinhas.

Está mesmo sempre lá. Muitas vezes no início de tudo, muitas mais do que no fim. Por isso, não o procurem no Youtube, ou muito nos resumos de dois, três minutos..

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Encontrá-lo-ão em campo, com a bola agasalhada junto ao pé. A atirar testes americanos por cima do ombro, um após o outro. Com um jogador assim, o futebol só devia colocar balizas à frente dos Slimanis e Ruízes desta vida.

Afinal, a perfeição nunca deixou de ser uma utopia, até para os extraterrestres. João Mário é só um pouco mais humano do que os outros, e não há mal nenhum nisso.

Se essa é a pergunta, então

Claro que compraria!

Adrien até pode ser o coração que bombeia o sangue do leão, mas é João Mário quem o manda bater.

-- «ERA CAPAZ DE VIVER NA BOMBONERA»   é um espaço de opinião/crónica de Luís Mateus, sub-director do Maisfutebol, e é publicado de quinze em quinze dias na MFTOTAL. Pode seguir o autor no  FACEBOOK e no      TWITTER. Luís Mateus usa a grafia pré-acordo ortográfico. --

 

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