O poema do extraterrestre que aterrou em Portugal
Box-to-box
Era uma vez neste país Para o qual Deus olhou e disse: Que bela obra que fiz, Sem nenhuma fanfarronice.
Vou mas é enchê-lo de sol E já agora de sardinha assada Para salvar um ou outro caracol Numa tarde com cervejas regada.
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Ora então nesse país Que se fez grande mar adentro Instalou-se um diz que diz Que tinha no futebol o epicentro.
Era tanta palavra oca Tanto carapau de corrida Que sempre que alguém abria boca Era asneira certa, uma loucura varrida.
Nisto chegou a Portugal Um bicho de sete cabeças Era verde, cheirava mal Duvido muito que o conheças
Era um caríssimo extraterrestre Abriu logo o coração que não tinha Disse ai meu Deus, meu bom mestre Onde é que toco à campainha?
O extraterrestre foi entrando de fininho E sentou-se ao balcão Disse traga-me um jarro de vinho E uma sandes de leitão.
Nisto um bêbado aproximou-se Perguntou o que vieste cá fazer? Foi o futebol que me trouxe Agora deixa-me que estou a comer.
O bêbado dirigiu-se à entrada A murmurar este deve ter a mania Enfio-lhe uma cabeçada Que lhe dou cabo da cidadania.
Olha lá, tu se queres ver futebol Vieste claramente ao sítio errado Aqui a bola parece conversa de urinol Penáltis, foras de jogo e ataque cerrado
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O extraterrestre ficou vermelho Pousou o copo de vinho e olhou de lado Tu às vezes devias olhar-te ao espelho Não sabes o que dizes, és um bêbado ajumentado
Não há futebol como o português Vem do fundo da alma e é patriota Nem espanhol, francês ou inglês Nenhum deles é campeão da Europa
Por isso ó bêbado põe-te fino Não dês importância ao que não a tem O vosso futebol é encantador e cristalino Ouvi-o no planeta de onde venho, da boca da minha mãe.
artigo atualizado: hora original 23:44, 7-12-1017
Box-to-box» é um espaço de opinião de Sérgio Pereira, editor do Maisfutebol, que escreve aqui às sexta-feiras de quinze em quinze dias