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Chuteiras Pretas  |  

Não é fácil ser Rui Vitória

«Chuteiras Pretas»

«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às quintas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS». Não me lembro de um treinador com tantos caminhos condenados a serem becos sem saída. Se o homem tem a coragem de apostar num guarda-redes pós-adolescente, o rapaz constipa-se, perde cinco quilos e sai da baliza. E quem entra? O rapaz que semanas antes tinha ardido na fogueira do maior pecado capital dos donos das redes, a fogueira do 'frango'. E agora? Se jogar Bruno Varela no Clássico e errar, Rui Vitória - é a ele que me refiro - será crucificado por ter deixado no banco o mais prometedor dos guarda-redes da nova geração. Se jogar Svilar, e o erro surgir, então Vitória terá de responder pela segunda crucificação de Varela em público. Não é fácil ser Vitória e eu não queria estar no lugar dele. Este é o exemplo maior de uma equipa cheia de nós. Alguns cegos. O 4x3x3 veio para ficar? Parece que sim. Ora, o que fazer então a Pizzi? Joga Samaris ao lado de Fejsa? O grego tem respondido muito bem. Mas o português aparentou uma leve melhoria contra o Vitória de Setúbal.  E Krovinovic, não inscrito na Europa? Tem de jogar, sim. Falta falar de Filipe Augusto, tantas vezes elogiado e excluído por Vitória. Mas mais difícil é escolher os alas. Diogo Gonçalves passou de titular para a bancada, Rafa idem aspas, Gabigol é mais forte noutras noites. Restam Salvio, Cervi e Zivkovic. Quem cai? Não é fácil ser Rui Vitória. Mais fácil é saber que Jonas, o melhor do campeonato, está lá para ser titular, seja qual for o antídoto escolhido. Tem mais bola na posição-9? Sim. Mas mantém os níveis de eficácia altíssimos. Com os resultados tremidos, as opções tímidas em várias unidades e as lesões recorrentes, não é nada fácil vestir a pele de Rui Vitória e escolher a equação certa para não perder o campeonato já na sexta-feira. Acima de tudo isto, numa análise a justificar mais espaço, está a qualidade do futebol do Benfica. Ou a falta dela. E aí, caros senhores, não há guarda-redes ou médio que lhe valha. Não é fácil ser Rui Vitória, o cavalheiro da palavra. Confesso: é preciso um sangue frio sobre-humano para manter a compostura nas salas de imprensa e analisar alguns dos mais tristes episódios da história recente do Benfica. Bessa, Basileia, Moscovo, mas também Vila do Conde, Portimonense (na Luz), tudo pedaços de temporada demasiados pobres.  E Rui, de olhar sereno, a tudo reage com a serenidade dos intocáveis. E a certeza do auto-conhecimento. Será, afinal, assim tão exigente ser Rui Vitória?«CHUTEIRAS PRETAS» é um espaço de Opinião do jornalista Pedro Jorge da Cunha. Um olhar assumidamente ingénuo sobre o fenómeno do futebol. Às quintas-feiras, de quinze em quinze dias. Pode seguir o autor no Twitter. Calce as «CHUTEIRAS PRETAS». 

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