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FC Porto  |  

Co Adriaanse defende a sua táctica: «A melhor defesa é o ataque»

«Se a bola estiver sempre na frente, não temos possibilidade de sofrer golos»

Co Adriaanse conquistou o público presente no auditório do ISMAI (Instituto Superior da Maia), no II Congresso Internacional de Futebol, mas nem assim se livrou de alguns reparos, motivados pela falta de entrosamento dos jogadores do F.C. Porto com o esquema que implementou. Perante uma centena de estudantes de desporto, o técnico holandês prontificou-se a responder a todas as questões, até que um jornalista resolveu pedir o microfone. Aí, percebeu-se que, afinal, os dragões continuam em silêncio. O 3x4x3 defendido por Co Adriaanse, que no F.C. Porto tem sido sujeito a uma variante com a introdução de mais um avançado, em detrimento do número 10, levanta algumas dúvidas em situações defensivas, mas o técnico recorreu a uma velha máxima para rebater as críticas, explanando de forma sustentada o seu raciocínio. «A melhor defesa é o ataque. É essa a minha visão do futebol. Se a bola estiver sempre na frente, não temos possibilidade de sofrer golos. Temos de pressionar o adversário, obrigar os defesas adversários a chutar para fora. Se chutarem para a frente, a bola sobra para o Pepe», lembrou o holandês, arrancando sorrisos dos espectadores. «A maioria das equipas portuguesas jogam em 4x3x3, mas só atacam com dois de cada vez. Assim, temos vantagem. Em último caso, o número 4, o Paulo Assunção fecha mais atrás. Se o adversário jogar em 4x4x2, então temos um problema, mas também uma solução, que foi trabalhada durante a semana. Os médios interiores fecham nas alas e os defesas laterais fecham mais ao centro. Os jogadores já sabem o que têm de fazer. Quando começa o jogo, não posso estar a gritar para dentro do relvado, tenho é de ficar no banco a ver.», prosseguiu Co Adriaanse, sem quebras no raciocínio. «Em Portugal, os jogadores são muito bons defensivamente»O treinador holandês contornou todos os obstáculos colocados no caminho do seu discurso, admitindo apenas que o sistema tem de estar sujeito às características e ao poder do adversário. «Há situações em que temos de jogar com quatro defesas. Depende da força do adversário. Com o Benfica e o Sporting, fomos pressionados e nessas situações, quando não temos a posse de bola, o Paulo Assunção recua. Às vezes, é preciso alterar ligeiramente o esquema. Mas ter medo faz perder a força. Nós, holandeses, somos apologistas do ataque. No nosso país, atacámos a água, para evitar que ela suba, e também temos a cultura dos descobrimentos, como Portugal. Somos corajosos», explicou. Co Adriaanse elogiou os jogadores portugueses no plano defensivo, onde a vantagem em relação aos holandeses é notória. «Em Portugal, os jogadores são muito bons defensivamente, não perdem a bola porque não inventam, se for preciso atiram para fora. Na Holanda é o contrário, os defesas pensam todos que são como o Quaresma e fartam-se de perder a bola», atirou o técnico. O maior problema, na óptica de Adriaanse, é a escolha de reforços. A tarefa dos olheiros está, segundo o treinador holandês, dificultada, face ao esquema implementado na equipa principal do F.C. Porto, que os restantes escalões devem copiar a breve prazo. «É fácil para os olheiros encontrar jogadores para o 4x3x3, mas se ninguém joga num esquema de três defesas, onde é que eles vão procurar reforços? Tem de ser trabalhados aqui. Para mim, o treino é como um laboratório, onde se melhorar os jogadores e a equipa. Por outro lado, as equipas mais jovens também têm de pensar o jogo da mesma maneira e seguir os mesmos princípios, porque são eles que mais tarde vão representar a formação principal», concluiu o treinador portista, numa aula que constituiu um oásis entre o deserto informativo do F.C. Porto 2005/06.

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