Já fez LIKE no MaisFutebol?
Confederações  |  

A Alemanha de ontem, hoje e amanhã e Portugal coerente no adeus

São Petersburgo pode ter assistido ao último jogo da Taça das Confederações. A vitória da Alemanha deu alguma solidez ao palmarés de uma competição onde Portugal repetiu o seu registo em estreias. E o que quer isto dizer sobre o Mundial 2018?

O imponente estádio Krestovsky de São Petersrburgo pode ter sido o palco do último jogo da Taça das Confederações. Não é de esperar que deixe muitas saudades como competição, mas esta edição de 2017 deu-lhe alguma solidez ao palmarés. Passa a ter entre os vencedores a Alemanha, uma das grandes potências de sempre do futebol mundial. De ontem, de hoje e, pelo que vimos por estes dias, também de amanhã. Quanto a Portugal, estreou-se e esteve ao nível da sua história. Como sempre nas suas primeiras vezes numa competição internacional, a Seleção Nacional terminou entre os semi-finalistas.

Portugal foi terceiro no Mundial 1966, o seu primeiro campeonato do Mundo. E chegou à meia-final em 1984, no primeiro Europeu que não teve jogo de atribuição do terceiro e quarto lugar. Agora, na Rússia, repetiu o último lugar no pódio.

PUB

Na despedida, o jogo com o México acabou por ser bem mais intenso do que seria de esperar do encontro que ninguém quer jogar. Já sem Cristiano Ronaldo e com muitas mudanças no «onze», Portugal manteve-se vivo até ao final, apesar de um auto-golo e de um, mais um, penálti falhado. Depois dos três no desempate frente ao Chile, agora foi logo aos 17 minutos que André Silva viu Ochoa defender uma grande penalidade. Pepe forçou o prolongamento com o golo do empate quando o jogo entrava já nos descontos e, no tempo extra, caiu sobre Adrien a enorme responsabilidade de converter nova grande penalidade. Não falhou.

PUB

Portugal deixa a Rússia com três vitórias e dois empates, um deles a custar a presença na final por causa do desempate por penáltis. Agora vêm as férias para jogadores que precisam muito de descanso, antes de a seleção voltar a concentrar-se, lá para final de agosto, no mais importante: garantir a presença no Mundial 2018.

Portugal despediu-se em Moscovo, a decisão estava marcada para São Petersburgo. As duas seleções mais cotadas, o bicampeão sul-americano frente ao campeão do mundo, experiência frente a juventude. E ganhou a Alemanha, Stindl aproveitou um erro da defesa chilena e bastou.

Era uma Alemanha alternativa esta que esteve na Rússia. Sete estreantes absolutos, apenas três campeões do mundo, média pouco superior a 24 anos e meio de idade na final. Chegou para levar o título.

PUB

Chegará, pelas contas de quem faz as contas, para subir à liderança do ranking da FIFA, passando Brasil e Argentina.

E deixa uma incrível mensagem sobre o potencial da Alemanha a um ano do Mundial. Mais ainda se somarmos às Confederações o facto de dois dias antes a Alemanha ter conquistado o Europeu sub-21, também com uma seleção que não tinha todo o seu potencial, precisamente por ter cedido alguns jogadores para a Taça das Confederações. Como notava com humor um ranking alternativo nas redes sociais.

Que quer isto dizer sobre o Mundial 2018?

E então, que quer isto dizer sobre o Mundial 2018? Embora ninguém tenha dúvidas sobre o potencial da Alemanha, não será a vitória das Confederações a dizer muito sobre isso. Pelo contrário, se a história tiver algum peso. Em seis edições da competição no ano que antecedeu o Mundial, nunca o vencedor das Confederações repetiu a conquista no Campeonato do Mundo seguinte.

PUB

O mais perto disso foi o Brasil em 1997, finalista vencido no ano seguinte. Mas a França, campeã do mundo de 1998, nem tinha ido à taça das Confederações, que ainda não se realizava no país anfitrião do Mundial.

Aliás, aconteceu ao todo três vezes o campeão do mundo nem ter ido no ano anterior à Taça das Confederações, incluindo a Alemanha, no Mundial 2014. E quando foi não fez grande figura um ano antes. Para Portugal, e para quem gosta de ir procurar indicações otimistas aos números, fica este dado: aconteceu uma vez o campeão da Europa em título ser terceiro nas Confederações e ganhar o Mundial seguinte. Conseguiu-o a Espanha, em 2010.

O que aconteceu nas Taças das Confederações que se realizaram um ano antes do Mundial:

1997 (Arábia Saudita)

Vencedor: Brasil. No Mundial 1998 foi finalista vencido

Campeão do Mundo em 1998: França. Não esteve na Taça das Confederações em 1998

2001 (Coreia do Sul/Japão)

PUB

Vencedor: França. No Mundial 2002 foi eliminada na primeira fase, última no grupo

Campeão do Mundo em 2002: Brasil. Na Taça das Confederações de 2001 tinha ficado pela primeira fase, terceiro no seu grupo

2005 (Alemanha)

Vencedor: Brasil. No Mundial 2006 foi eliminado nos quartos de final

Campeão do Mundo em 2006: Itália. Não esteve na Taça das Confederações em 2005

2009 (África do Sul)

Vencedor: Brasil. No Mundial 2010 foi eliminado nos quartos de final

Campeão do Mundo em 2010: Espanha. Tinha sido terceira na Taça das Confederações de 2009

2013 (Brasil)

Vencedor: Brasil. No Mundial 2014 foi eliminado na meia-final

Campeão do Mundo em 2014: Alemanha. Não esteve na Taça das Confederações em 2013

E que futuro para as Confederações?

PUB

E agora, quem sabe. O futuro da Taça das Confederações está mais que em dúvida. Na véspera da final o presidente da FIFA, Gianni Infantino, voltou a acentuar a ideia. «O que acontece depois da final é algo que iremos analisar, tal como tudo na FIFA desde que cheguei. Quando chegarmos a uma conclusão terems uma decisão», disse.

A FIFA já tinha deixado em banho-maria a próxima edição da prova. O Mundial 2022 será no Qatar, e no inverno. Já tinha sido assumido que não haveria Confederações a um ano do Mundial, porque estava fora de hipótese mexer mais em todo o calendário do futebol mundial, como terá de acontecer em duas épocas, as que apanham o próprio Mundial 2022.

Chegou a ser aventada pela FIFA a hipótese de fazer as Confederações noutro país asiático, mas já não parece haver grande vontade política para continuar a fazer finca pé numa competição que ninguém quer, num calendário internacional já super lotado. Há jogadores, como a maioria dos principais nomes do Chile, que terão competições no verão ao longo de nada menos que seis anos seguidos. Começaram em 2014 no Mundial, seguiram com duas edições da Copa América em 2015 e 2016, agora a Confederações, para o ano Mundial e em 2019 de novo Copa América.

Não muito diferente a situação de Portugal, por exemplo. Se a Seleção se apurar para o Mundial 2018, jogadores como Cristiano Ronaldo terão, além de épocas nos clubes com meia centena de jogos, quatro de cinco verões em competição internacional, entre 2014 e 2018. 

PUB

VÍDEO MAIS VISTO

Veja Mais

Últimas Notícias

APP MAISFUTEBOL

O MAISFUTEBOL na palma da sua mão!

Não falhe um golo, uma transferência ou uma notícia com a nossa aplicação GRATUITA para smartphone!