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Desilusão  |  

Dakar rima com azar (mais do que nunca)

Esperanças portuguesas feitas em cacos com abandonos precoces de Ruben Faria, Paulo Gonçalves e Carlos Sousa. Resta Hélder Rodrigues, mas muito atrasado

E em cinco dias (quase) tudo o Dakar levou. 

Nunca Portugal chegara com créditos tão firmes a uma edição da prova mais dura do Todo-o-Terreno mundial e não há memória de um ano em que as esperanças lusas tenham sido espatifadas tão cedo. O Dakar 2014 está muito longe de corresponder às expectativas criadas ao longo de um ano de sonho para a modalidade em Portugal. E ainda nem estamos a meio. 

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Foram precisos apenas cinco dias e uma série incrível de azares para que uma comitiva com legítimas aspirações de disputar os lugares cimeiros, sobretudo nas motos, se rendesse às evidências: será difícil trazer um bom resultado da edição deste ano.
De facto, se Hélder Rodrigues já é há algum tempo umcandidato à vitória, sobretudo pelos dois terceiros lugares conseguidos em 2011 e 2012 e pelo título mundial de Todo o Terreno de 2011, no ano passado Portugal ganhou dois novos trunfos fortes. 
Ruben Faria fez-se notar com o segundo lugar no Dakar, a melhor prestação de sempre de um português. Paulo Gonçalves venceu o título mundial de Todo o Terreno. A esperança, naturalmente, cresceu. 
Mais ainda porque Gonçalves passou a integrar a equipa oficial Honda, com Hélder Rodrigues, enqu anto Ruben Faria deixava a posição de «mochileiro» de Cyril Després e era aposta da KTM para a vitória final. 

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Portugal sonhou e, antes do duro despertar, ainda recebeu uma notícia tão positiva quanto inesperada: Carlos Sousa venceu a etapa inaugural nos automóveis!
Um sinal de esperança que ofuscava a entrada em falso de Hélder Rodrigues, imitando o que havia feito em 2013, quando os primeiros dias lhe custaram um resultado melhor que o 7º lugar final.

Três dias de pesadelo

Ao segundo dia, começou a tempestade. 

Carlos Sousa, líder do Dakar por ter ganho a tirada inaugural, sofre uma avaria no turbo do seu buggy ainda na fase inicial. Faz de tudo para chegar ao final da etapa, rodando a velocidades que rondam os 50 km/h. Chega ao fim. Mas, para isso, segue um percurso alternativo, ciente que ia ser penalizado. Falha todos os pontos de controlo até à meta. 
A organização foi implacável: desclassificado. «Foi uma decisão demasiado radical. Acatava qualquer penalização, só queria continuar em prova», lamentou o português. Nada feito e viagem de volta marcada. Era apenas o início de um terramoto sobre as aspirações lusas. 

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Na terça-feira, vem um golpe ainda mais duro. Paulo Gonçalves e Ruben Faria seguem na frente da etapa mas um erro de navegação faz com que tenham de voltar atrás. Nesse período, Faria sofre uma queda, fica inconsciente e é retirado de helicóptero. Paulo Gonçalves abdica de seguir caminho para ajudar o compatriota. Perde tempo que a organização nunca lhe devolveu, pese ter feito o mesmo em situação idêntica nos camiões.
  «O mais raro é que aparentemente não dei uma grande queda, mas perdi os sentidos. Caí uma primeira vez e depois uma segunda vez e não me lembro de mais nada. Vi ontem imagens, do Paulo Gonçalves parado ao pé de mim – desde já lhe agradeço por ter esperado por mim até vir o helicóptero. Não estou muito contente, mas as corridas são assim», analisou o piloto algarvio
Esta quinta-feira, e já depois de Francisco Pita, o segundo representante português nos automóveis, também ter abandonado, chega o fim da linha para Paulo Gonçalves. 

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O piloto de Esposende estava na frente da etapa até que a sua Honda incendiou. Tentou de tudo para controlar as chamas, pediu ajuda, mas ninguém parou. Ajoelhou-se ao pé da moto enquanto esta era totalmente consumida. E aceitou que era, também para si, o fim da linha. 

Vale a pena continuar a sonhar?

O que resta? Pouco, é preciso assumir. 

Hélder Rodrigues continua em prova e até arrancou um bom quarto lugar na tirada de quinta-feira. Recuperou algum tempo e subiu ao 12º lugar da geral. O top-10 é, por isso, uma meta possível. 
Mas o pódio, onde Portugal tem conseguido colocar um representante nas últimas três edições, está a mais de uma hora de distância. A «loucura» que tem sido este Dakar, que cumpre a promessa de ser o mais duro de sempre na América do Sul, não aconselha grandes conclusões, mas uma coisa é certa: o piloto lisboeta terá de melhorar a sua performance em relação aos primeiros dias. 

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Se o conseguir, o remédio será…esperar para ver. Este início de Dakar já mostrou que a prova tira com a mesma rapidez com que dá. 
E há sempre mais um (ligeiro) consolo. Se excetuarmos Victor Oliveira, que tem atravessado imensas dificuldades desde a etapa de quarta-feira e está nos últimos lugares, os restantes portugueses das motos (Pedro Oliveira, Pedro Bianchi Prata e Mário Patrão), cabem nos 30 primeiros. Não está mau. 
Mas todos acreditavam que seria muito melhor. 
CLASSIFICAÇÃO GERAL nas motos:

1.Marc Coma (KTM), 18h45m11s 2.Joan Barreda (Honda), 41m10s 3.Chaleco Lopez (KTM), 53m41s 4.Jordi Viladoms (KTM), 58m58s 5.Alain Duclos (Sherco), 1h02m13s (…) 12. Hélder Rodrigues (Honda), 1h58m18s (…) 24. Pedro Oliveira (Speedbrain), 5h08m33s 25. Pedro Bianchi Prata (Husqvarna), 5h09m46s (…) 29. Mário Patrão (Suzuki), 5h23m55s

CLASSIFICAÇÃO GERAL nos automóveis:

1. Nani Roma (Mini), 19h21m54s 2. Nasser Al-Attiyah (Mini), 26m28s 3. Orlando Terranova (Mini), 31m46s 4. Stephane Peterhansel (Mini), 39m59s 5. Ginier de Villiers (Toyota), 41m24s

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