De Martins a Cardozo, as chaves táticas do Sporting-Benfica
Os momentos que foram escrevendo a história do dérbi
Algumas chaves táticas para ler o dérbi de Alvalade, vistas da tribuna de imprensa, sem recurso a vídeo nem imagens de TV.
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Ação
2 minutos: Martins sobre a direita
Quando o Sporting atacava, o seu médio mais adiantado descaía sempre para a direita, aproveitando o espaço nas costas de Cortez, criado pela posição mais recuada de Wilson em relação a Carrillo no outro flanco. Foi daí que nasceu o golo de Montero.
Consequência
Garay passou grande parte do primeiro tempo nessa área de intervenção, o que aumentou a zona de desgaste nas recuperações defensivas do Benfica na primeira parte. Toda a estrutura defensiva era obrigada a deslocar-se para a esquerda, acentuando as dificuldades de Maxi no flanco oposto, perante as acelerações de Carrillo e Jefferson.
Ação
4 minutos: pressão alta de Martins e Montero
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A intensidade da pressão defensiva dos dois jogadores mais adiantados do Sporting ajudou a bloquear as ligações entre Garay, Matic e Enzo Pérez, na primeira fase de construção.
Consequência
O Benfica teve, até cerca dos 35 minutos, pouca posse de bola em continuidade, recorrendo várias vezes ao jogo direto.
Ação
8 minutos: Sporting de primeiro toque
Instruções claras de Leonardo Jardim para que William e Adrien (excelente!) dessem saídas rápidas a um-dois toques, no máximo, para anular a pressão do meio-campo do Benfica e explorar as deficiências na recuperação defensiva dos encarnados.
Consequência
Maxi e Cortez ultrapassados várias vezes com diagonais longas, mantendo o Benfica sob pressão.
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Ação
30 minutos: lesão de Enzo Pérez
Conjugada com o inevitável abrandamento da pressão alta de André, Fredy e Adrien, a entrada de Rúben Amorim, mais fixo, ajuda a dar referências de posição. A equipa melhora.
Consequência
O Sporting deixa de ser tão perigoso nas saídas rápidas e de ganhar tantas segundas bolas.
Ação
45 minutos: Salvio por Markovic
Ajudado por um meio campo mais equilibrado e por uma exuberância física bem superior à de Salvio, que mesmo antes da lesão pareceu limitado na explosão, Markovic torna-se protagonista do recomeço. Agressivo na recuperação, aproveita um mau passe de Rojo e, mesmo falhando na cara de Patrício, deixa o Sporting em pânico.
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Consequência
Jefferson deixa de subir, Carrillo tem de reforçar a componente defensiva. Maxi respira fundo. André Martins vem para fora da zona de Cortez.
Ação
50 minutos: Gaitán por Cardozo
Com o ascendente psicológico a mudar de campo, Jesus, mais uma vez forçado pelas circunstâncias, joga uma dupla cartada: o historial de Cardozo assusta. A sua componente física cria problemas novos à defesa do Sporting, que é obrigado a recuar em bloco.
Consequência
Leonardo Jardim lança Dier para ganhar capacidade de discutir duelos áereos e passa Rojo para a esquerda, para estancar a ameaça Markovic. O Sporting ajusta processos, perde agressividade nos flancos com a saída de Wilson e é nessa fase que sofre o golo do empate.
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Ação
74 minutos: Capel em campo
O espanhol é a resposta ao desgaste inevitável de André Martins e Carrillo. No lugar do peruano, são as suas arrancadas que voltam a inclinar a balança a favor do Sporting.
Consequência
O Benfica, sem uma terceira cartada ofensiva para jogar, torna-se mais conservador. Lima, desgastado, deixa de conseguir explorar algumas recuperações promissoras, Markovic apaga-se e Cardozo fica mais longe dos seus companheiros. O Sporting acaba por cima, mas já não consegue apanhar o seu adversário fora de posição, como no início.