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Benfica foi o maior inimigo de si próprio

Apesar de ter uma das convocatórias mais fragilizadas da época.

A derrota do Benfica em Turim é um fracasso.

Os encarnados são, sem sombra de dúvida, melhor equipa que os espanhóis. Eram-no antes do pontapé de saída, foram-no em alguns momentos do jogo, e continuarão a sê-lo agora (apesar das devidas vénias a Rakitic), mesmo sem o troféu.

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A regra diz que é preciso mostrar superioridade em campo e, tudo somado, a equipa de Jorge Jesus conseguiu ter oportunidades suficientes para sair de Itália com a taça da Liga Europa.
Em  Turim o Benfica foi o maior inimigo de si próprio.  E isso eleva o tom do fracasso. 
O Benfica deu um passo atrás a tudo o que já tinha conseguido esta época: foi incapaz de ter o controlo absoluto do jogo e dos seus momentos. Foi incapaz de crescer sobre as dificuldades, dar-lhes a volta. Esta é a imagem pálida que fica de uma equipa que tinha atingido, perante adversários potencialmente mais complicados, outros níveis exibicionais.
Nos momentos em que conseguiu ficar por cima, e conseguiu-o a espaços, os seus jogadores carregaram nas pernas a ansiedade (inacreditável aquela jogada na segunda parte, com Lima e Rodrigo a não conseguirem fazer o golo).
Nos penáltis, a equipa menos ansiosa seria sempre mais eficaz . E ter Beto, que adora estes desempates , ajuda. Fica a dúvida, no entanto: será que Cardozo e Rodrigo sabiam que o guarda-redes português espera sempre até ao último momento antes de se lançar? Ou seja, que marcar em jeito ou fazer paradinhas tornava os remates ainda mais arriscados?

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Existem atenuantes, sim. Os encarnados partiram para um jogo da importância de Turim com um dos onzes mais fragilizados da temporada (descontando eliminatórias menores nas Taças, e algum jogo de gestão mais profunda por parte de Jesus). E, ainda pior, o banco assustava. Não inspirava a confiança de outros tempos. Cardozo e Djuricic andam com o moral a tocar no chão, Ivan está em crescimento e é sempre uma incógnita. Jardel, André Almeida e Steven Vitória opções defensivas.

Poucos minutos depois, antes do meio da primeira parte, perderia outra unidade por lesão: Sulejmani
  Jesus fez o que lhe competia . Apostou no melhor onze que tinha, e isso não chegou. Apostou nas outras soluções elegíveis. E também não funcionou. As decisões que tomou, gostem-se ou não, são explicáveis e fazem o mesmo sentido que outras que poderiam ter sido tomadas. A escolha de Maxi como extremo, discutível em teoria, colocou o uruguaio entre os melhores em campo . A aparente indecisão em mudar a partir do banco, face ao que o jogo mostrava e as opções, parece também natural.

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Em Turim, o Benfica sentiu muito a falta de Enzo Pérez. E, em certa medida, de um Fejsa que soltasse Amorim, já que não havia Enzo. De um Markovic ou de um Salvio que esticassem o jogo. Mas, sobretudo, de Enzo. O argentino sabe de cor tudo o que André Gomes ainda não aprendeu: essa capacidade de decidir quase sempre bem, de sair quando deve ou atrasar quando não pode. De jogar simples, ou ter a coragem para complicar e surpreender. 

A equipa sentiu as baixas, e deixou de acreditar tanto em si . E isso nivelou o encontro. 
No plano individual, Nico Gaitán e Rodrigo foram ainda sombras de si mesmos. Garay, por outro lado, o melhor em campo. Amorim, o espelho de alguma lucidez. 
Mas, mesmo neste Benfica em tom menor, havia capacidade para fazer melhor .
Superstições à parte, os encarnados eram mais equipa do que frente ao Chelsea, jogaram menos (ou mais desequilibrados, se preferirem) e voltaram a cair em nova final. 

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É provável, face às dificuldades que as equipas portuguesas têm na Liga dos Campeões, que o clube volte a ter uma nova oportunidade a curto prazo . Quem sabe se até com Jesus. 
A verdade é que este Benfica e também o treinador estão em constante aprendizagem. Jesus não é o mesmo técnico de há quatro anos, e mesmo a forma de jogar da equipa tem evoluído. Talvez nessa nova oportunidade, a equipa consiga estar ao seu melhor nível (e, esta época, percebemos qual esse nível poderá ser). Nem que seja para deixarmos de ouvir falar no velho húngaro, que precisa que o deixem descansar em paz.
P.S. O Benfica precisa agora de vencer a Taça para matar esta imagem de Turim. Porque é mais uma final que está ao seu alcance, e é uma competição que o clube não vence há algum tempo. Se o conseguir, a época continuará a ser brilhante. Falhar tornará agridoce um ano que podia ser muito especial.

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