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Despedida  |  

Xavi, o encantador de Camp Nou: «Adéu, gràcies»

15 anos de futebol, bola e hipnose coletiva em Barcelona. O maestro segue para o Qatar, o futuro voltará a colocá-lo no lugar certo

«Quando ele não está, falta-nos qualquer coisa. A equipa pode jogar melhor ou pior, mas sem ele não é igual. Não sei precisar bem o quê. Não se toca, não se vê. Mas sente-se».

Andrés Iniesta, a alma gémea de Xavi no pensamento do futebol do Barcelona, escolheu as palavras com a mestria que entrega a bola. Porque Xavi é mesmo assim.

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Uma peça esculpida primorosamente em La Masia, exibida ao grande público pela primeira vez em agosto de 1998 e inoxidável perante o avançar inclemente das épocas. Aos 35 anos, senhor de um palmarés absolutamente demolidor, decide ser a hora de separar os caminhos: Iniesta e o Barcelona vão por um lado, Xavi Hernández vai por outro, até ao Qatar.

O pai, Joaquim Hernández, ele próprio um antigo avançado, confirmou o que já todos temiam. Os relvados do futebol europeu vão perder um dos melhores executantes do século XXI, quiçá o centrocampista de maior talento e dimensão no futebol moderno.

Pep Guardiola fez de Xavi uma extensão das suas ideias em campo e garante que o futuro passará pela carreira de treinador.

«Sei que nos tempos livres está sempre a ver futebol. Se ficar em casa vai aborrecer-se. Espero que se torne treinador do Barcelona e que plasme no cargo todos os seus conhecimentos».

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Falar dos recordes de Xavi – mais jogos na liga espanhola, mais jogos ao serviço do Barcelona… - é fastidioso, tal a monotonia e a unanimidade do tom. Mas é obrigatório olhar para os números de uma carreira linda, irresistível, para relembrar tudo o que Xavi deu ao futebol.

A CARREIRA DE XAVI EM NÚMEROS:

. 1998/99: 28 jogos oficiais/2 golos . 1999/00: 38 jogos/2 golos . 2000/01: 36 jogos/2 golos . 2001/02: 52 jogos/4 golos . 2002/03: 44 jogos/3 golos . 2003/04: 49 jogos/6 golos . 2004/05: 45 jogos/3 golos . 2005/06: 22 jogos/0 golos . 2006/07: 54 jogos/6 golos . 2007/08: 54 jogos/9 golos . 2008/09: 54 jogos/10 golos . 2009/10: 53 jogos/7 golos . 2010/11: 50 jogos/5 golos . 2011/12: 51 jogos/14 golos . 2012/13: 48 jogos/7 golos . 2013/14: 47 jogos/4 golos . 2014/15: 41 jogos/2 golos

TOTAL: 766 jogos/86 golos

SELEÇÃO A DE ESPANHA:

. 2000-2014: 133 internacionalizações/12 golos

PALMARÉS

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. 8 Campeonatos de Espanha . 2 Taças do Rei . 6 Supertaças de Espanha . 3 Ligas dos Campeões . 2 Supertaças Europeias . 2 Mundiais de Clubes . 2 Campeonatos da Europa . 1 Campeonato do Mundo . 1 Campeonato do Mundo de Sub20 . 1 Campeonato da Europa de Sub17

No verão de 2014, a primeira ameaça. Xavi hesita, reflete, mas acede ao pedido de Luís Enrique, antigo companheiro de equipa, para ficar mais uma temporada no FC Barcelona.

Pela primeira vez desde a saída de Frank Rijkaard, o único treinador que não o considerou intocável, Xavi não é titular indiscutível.

De qualquer forma, num ano de despedida, onde a sua relevância tem mais eco no balneário do que no relvado, o antigo internacional espanhol (133 jogos!) participa em 41 partidas. Um suplente de ouro. 

Ao oitavo campeonato espanhol - conquistado em Madrid no último fim de semana -, Xavi pode juntar mais uma Liga dos Campeões (seria a quarta?) e uma Taça do Rei (tem duas).

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Esta aventura idílica, entre uma modalidade e um atleta, está nos capítulos finais. O que já nos deu faz valer a pena aguardar pelo que resta. E recordar como tudo começa, e onde tudo começa.

Louis van Gaal, também ele já a pensar na reforma em terras algarvias, lança o menino Xavi no onze inicial a 18 de agosto de 1998, frente ao Maiorca para a Supertaça de Espanha.

O Barcelona perde 2-1, mas o golo é marcado por… Xavi!

O Maisfutebol recorda a constituição da primeira equipa onde surge o nome do médio. Histórica, pois:

Ruud Hesp; Samuel Okunowo, Michael Reizer, Nadal e Philip Cocu; Luís Enrique, Xavi e Roger Garcia; Giovanni, Rivaldo e Zenden.

Entram: Abelardo, Sergi e Luis Garcia.  

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Num mundo onde existe o alienígena Messi, Xavi é o arquiteto perfeito, o idealista dos passes, o homem que adivinha a maldade genial do colega, muito antes dela ser praticada.

Xavi é o colega bondoso, o ombro amigo, o rapaz baixo, razoavelmente lento e pouco atlético.

«O cérebro pensa muito mais depressa do que as pernas», disse certa vez, ainda longe de conceber, mesmo sendo Xavi, que é possível uma realidade onde o Barcelona e o rapaz de Tarrasa não se sentam lado a lado no local de trabalho.

Chegará o dia, porém, em que voltaremos a ouvir Xavi. Provavelmente em Camp Nou, como treinador. O vídeo seguinte é um documento antigo e um registo do futuro.

Encantemo-nos com a liturgia de Don Xavi Hernández. Adeus, e obrigado. Perdão, «Adéu, gràcies».    

 

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