Nelson Bertollazzi: «Major não me deixou ir para Sporting e Porto»
«Destino: 90’s»: brasileiro foi um dos vários bons avançados do Boavistão. Poderia ter jogado num grande mas Valentim não permitiu. «Ou gostava muito de mim ou odiava-me», atira
DESTINO: 90's é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINO: 90's.
NELSON BERTOLLAZZI: Boavista (1986/97; 1988/89; 1990 a 1994; e 1995/96) e U. Leiria (1994/95)
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Marlon Brandão, Artur, Isaías, Chiquinho Carioca, Ricky, Jorge Andrade…O Boavista, ou melhor, o Boavistão do final dos anos 80 e início da década seguinte habituou os portugueses e mostrar vários avançados de qualidade. Na lista inicial excluiu-se, propositadamente, o protagonista da reportagem de hoje. Nelson Bertollazzi, um dos mais emblemáticos. Chegou em agosto de 1986, não demorou muito a mostrar qualidades mas problemas familiares no Brasil impediram uma vida tranquila em Portugal. Alternou exibições no Bessa com passagens demoradas pela terra natal, incluindo empréstimos. Esteve para jogar no FC Porto e no Sporting, mas foi em Leiria que viveu a melhor época em Portugal, dizem os números. Avançado móvel, de origem italiana, formou um trio que ficou para a história com Marlon e Ricky, depois Artur, um trio de avançados que qualquer adepto de futebol identificava. Ao falar com o Maisfutebol, desde o seu posto de combustível na cidade de Guatapara, Nelson Bertollazzi não evita um «Uish» de fazer corar Pedro Henriques quando questionado sobre aquele Boavista. Depois do suspiro, lá vem a resposta. « Dava gosto jogar naquela equipa. Tínhamos grandes jogadores, muita gente boa. Tenho muitas saudades. Agatão, o Tonanha, Alfredo, o Frederico que ia à seleção. Depois mais tarde o Marco António, o Valdir, o Jorge Andrade…», enumera sem perder muito tempo a pensar. A qualidade abundava, de facto. «Joguei com grandes avançados. Isaías era uma fera. Também o Artur, Marlon Brandão. Falávamos a mesma língua, como se diz aqui. O Marlon era um grande amigo, morávamos no mesmo prédio», recorda. Era de facto um parceiro especial, para os bons e maus momentos. Mas já lá vamos. Antes, o início de tudo. «O João Alves era o treinador do Boavista e na altura havia muito o hábito de virem da Europa ver os brasileiros jogar. Viu dois jogos meus no Botafogo de Ribeirão Preto. Correram-me bem e ganhei o bilhete para Portugal», descreve. Estávamos em agosto de 1986. Bertollazzi aterrou no Porto para jogar na equipa do xadrez, na antecâmara do outro clube da cidade conquistar a Europa em Viena. Gostou logo do que viu. «Conhecia o Boavista de nome, das reportagens da altura, mas nada mais. Gostei muito do Porto mal cheguei. O mais difícil foi o clima mesmo porque saí do interior de São Paulo onde as temperaturas chegam aos 35 graus e aí, uns meses depois de chegar, já havia temperaturas de 5 graus», lembra. Frio que se combatia com dinheiro: «Foi fácil convencer-me porque as condições financeiras eram bem melhores…» NÚMEROS DE NELSON BERTOLAZZI EM PORTUGAL:
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1986/87: Boavista (14 jogos, 3 golos) 1988/89: Boavista (29 jogos, 10 golos) 1990/91: Boavista (20 jogos, 7 golos) 1992/93: Boavista (19 jogos, 2 golos) 1993/94: Boavista (12 jogos, 2 golos) 1994/95: U. Leiria (32 jogos, 12 golos) 1995/96: Boavista (18 jogos, 3 golos)
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Fotos: Facebook Antigos Jogadores do Boavista