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Doping: viagem ao mundo das perguntas sem resposta

Falar e escrever sobre «doping» no desporto é, regra geral, encontrar mais perguntas do que respostas. O silêncio dos principais intervenientes só muito raramente é quebrado

Redação

Falar e escrever sobre «doping» no desporto é, regra geral, encontrar mais perguntas do que respostas. O silêncio dos principais intervenientes só muito raramente é quebrado com informações válidas. Quase sempre estas são substituídas por rumores, boatos e memórias mais ou menos distorcidas de casos passados há muitos anos. A isto respondem os investigadores e as autoridades médicas com descrições técnicas dos métodos mais recentes. Às listagens de substâncias de nomes impronunciáveis junta-se o relato daquilo a que o público se habituou a ver descrito como um jogo de polícias e ladrões, com estes últimos sempre um passo à frente dos seus perseguidores. É no difícil equilíbrio entre estes dois registos que Afonso de Melo e Rogério Azevedo, autores do livro «Doping - A triste vida do super-homem», publicado pela colecção «Cadernos de Reportagem», da Dom Quixote, tentam gerir o interesse do leitor ao longo de 150 páginas. Alternando o enumerar de estórias, passadas em Portugal ou no estrangeiro, que têm o «doping» como ponto de ligação, com a descrição dos efeitos e características das substâncias proibidas, o livro esboça uma cronologia do recurso a práticas ilícitas ao longo da história do desporto. Além disso levanta uma questão que, como quase todas neste campo, fica sem resposta: sendo o «doping» universalmente considerado sinónimo de batota, até que ponto é legítimo ser moralmente intransigente com uma prática que, em outros campos da sociedade, é aceite como normal e inevitável? Dito de outra forma: até que ponto é nítida a fronteira entre o recurso a esteróides anabolizantes, ou à EPO, por parte dos desportistas, e aos três ou quatro cafés, ou copos de vinho, ou cigarros, com que boa parte dos profissionais das mais diversas áreas enfrentam desafios especialmente exigentes? Se a parte histórica/estórica é de leitura acessível, mesmo a quem convive superficialmente com o desporto, já a parte «pesada» do livro, com as tais listagens, regulamentos e nomes técnicos, acaba por ser um complemento útil a todos os que, por razões profissionais, muitas vezes se sentem perdidos nas notícias, por não saberem distinguir a androstenediona da noretandrolona e seus derivados. «Doping - A triste vida do Super-homem»Afonso de Melo e Rogério AzevedoPublicações Dom Quixote- Cadernos de ReportagemPreço- 11,70 Euros

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