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FC Porto: as respostas dos candidatos às questões do Maisfutebol

O nosso jornal colocou cinco perguntas a Pinto da Costa, José Fernando Rio e Nuno Lobo sobre aspetos que considera fundamentais na vida do clube. O atual presidente não respondeu

* com Sérgio Pires e Vítor Hugo AlvarengaO FC Porto vai a votos nos dias 6 e 7 de junho e o Maisfutebol dirigiu cinco perguntas a cada um dos três candidatos à presidência do clube. Uma sobre as Finanças do clube, duas sobre o futebol profissional, uma sobre as infraestruturas e a última sobre as modalidades. A Lista A, liderada por Jorge Nuno Pinto da Costa, não respondeu até agora ao nosso pedido de esclarecimentos aos sócios e adeptos azuis e brancos. Quando o fizer, e se o fizer em tempo útil, este artigo será atualizado. As questões foram iguais para todos. A Lista B é encabeçada por Nuno Lobo e a Lista C tem José Fernando Rio como nome apontado à liderança da direção azul e branca. Vale a pena recordar que a Lista D concorre apenas ao Conselho Superior e é encabeçada por Miguel Brás da Cunha.AS CINCO QUESTÕES DO MAISFUTEBOL:1. FINANÇAS: O FC Porto apresentou 51,8 milhões de euros de prejuízo no primeiro semestre da época e tem dependido sobretudo das vendas de futebolistas, dos prémios da Liga dos Campeões e dos direitos televisivos. Com a sua liderança, e sabendo que vivemos tempos extraordinariamente difíceis, haverá uma estratégia capaz de captar outras formas para fazer encaixes financeiros significativos?2. FUTEBOL: Que explicações encontra para a perda de cinco campeonatos nos últimos seis anos, o pior ciclo no pós-25 de abril?3. FUTEBOL: Tem alguns nomes definidos para os lugares de treinador e diretor desportivo? Qual seria a medida mais urgente que tomaria no futebol profissional?4. INFRAESTRUTURAS: Que informações pode dar aos sócios sobre a futura academia de formação do clube? Será uma das prioridades do seu executivo?5. MODALIDADES: Está satisfeito com o investimento do FC Porto nesta área ou projeta a implementação de novas modalidades, nomeadamente o futsal, no clube? AS RESPOSTAS DA LISTA A: Jorge Nuno Pinto da Costa . Apesar das várias solicitações do Maisfutebol à Comunicação do FC Porto, a Lista A ainda não respondeu às nossas perguntasAS RESPOSTAS DA LISTA B: . NUNO LOBO, 50 anos, Empresário da área da restauração1. Um clube como o FC Porto não pode ter 45 por cento das receitas a vir da Liga dos Campeões. Se houver um azar, como aconteceu este ano com o Krasnodar – essa potência europeia – o FC Porto fica logo aflito. O clube não pode ter três por cento das receitas a partir da quotização de sócios e quatro por cento do merchandising. Tem de arranjar formas de aumentar essas duas percentagens. O FC Porto precisa de ter outra força no merchandising. Estamos numa cidade que é visitada por milhares e milhares de turistas, a cidade do Porto está em todos os roteiros mundiais. As caves do vinho do Porto, por exemplo, temos de criar parcerias, sinergias com empresas, de forma a cativar as pessoas e promover a aproximação ao clube. Não podemos ter nos Aliados, no coração da cidade e perto do rio Douro, um espaço sem o nosso branding. Já esteve lá a antiga sede e agora não está. O delapidar financeiro também está ligado à saída de futebolistas a custo zero. Não pode ser. Investimos nesses jogadores e eles saíram a custo zero. Herrera, Brahimi… a situação do Marcano, que saiu a custo zero e agora voltou por quatro milhões. A situação do Galeno também, tal como a do Gonçalo Paciência. Apostámos na formação? Deixámos sair atletas destes por três milhões de euros. Onde está o Tomás Esteves? Onde está o Fábio Silva? Eclipsam-se. Temos de blindar estes jogadores, fomos campeões da Europa de sub19 há menos de um ano. Nós fomos a primeira lista a apresentar o programa e nele constam 250 propostas, todas elas viáveis. Fomos os primeiros a falar do naming do estádio. Pode trazer mais-valias financeiras e visibilidade, quase todos os maiores clubes europeus fizeram isso. O FC Porto fez isso no pavilhão – entretanto, perdeu o naming da Caixa -, no museu e há que fazer o mesmo no estádio.2. Essa situação é o espelho do que o FC Porto é hoje. Dois títulos em 25 possíveis. Encontrar culpados… más estratégias a comprar e vender atletas. Nem aquilo que nós formamos somos capazes de proteger. Não será só culpa dessas más estratégias para o futebol. O ecletismo é quase zero e a Lista A nem um programa apresentou. Não vão apostar nas modalidades. Não entendo o caminho que o FC Porto quer tomar, não é só por causa do clube lá de baixo e dos processos ligados a esse clube [Benfica]. O FC Porto perdeu alguma forma de poder nos órgãos decisivos e o reflexo são estes últimos anos. Inaceitáveis, inqualificáveis. Nunca vi na minha vida um clube da dimensão do FC Porto a pedir dois milhões para pagar ordenados a um banco e o banco a recusar. Onde está a credibilidade do FC Porto? Tivemos de ir à Alemanha buscar dinheiro. A que custos?3. Tenho os meus nomes. Já os apresentei para o futsal. Aliás, se ganhar as eleições apresentarei toda a equipa do futsal já na próxima semana. É preciso respeitar contratos celebrados, como no caso do Moncho Lopez para o basquetebol. Não sabemos o que vamos encontrar lá, mas temos os nossos nomes. Nem tudo o que está na estrutura do futebol será mau. Vamos sentar-nos à mesa e em consonância com o treinador chegar a bom porto. Quando me sentar com o Sérgio Conceição, e havendo um contrato a decorrer, chegaremos a um entendimento. Não temos poder financeiro para não fazê-lo. Se quisermos o Ronaldo e o Messi no FC Porto e o Sérgio não os quiser, não os traremos. Estou a dar só um exemplo para as pessoas perceberem o nosso posicionamento. Cada macaco no seu galho, utilizando uma expressão popular. Temos de distinguir scouting, presidente, treinador e diretor desportivo. A partir de segunda-feira serão revelados os nossos nomes.4. As prioridades do meu executivo – além da criação há muito prometida por Pinto da Costa de uma Academia e de um centro de estágios – é tentar salvar o clube da situação grave em que se encontra. Não há utopias comigo, nem paradigmas perdidos. O FC Porto está num caos financeiro e de certeza absoluta, com as propostas que temos e com os parceiros certos, que endireitaremos o clube. Isso passa muito pela sponsorização, pelo aumento do número de sócios, pelas propostas que incluem packs familiares e o FC Porto Tour. Têm de ler o nosso programa, é muito difícil resumir em poucos minutos as nossas 250 propostas.5. Na entrevista dada pelo senhor Pinto da Costa, candidato da Lista A, ficou bem claro que não está virado para a criação de mais modalidades. Dissemos que vamos trazer o futsal e o voleibol masculino. É bom lembrar que o FC Porto é dos clubes mais titulados nesta última modalidade. Quando o FC Porto começar com o futsal não pode entrar longo na I Divisão, tem de ir para um escalão inferior. Arrancaremos na II Divisão, já temos o nosso diretor. Nessa II Divisão, a nossa aposta será logo a subida ao escalão maior. Grandes equipas do nosso campeonato de futsal têm orçamentos que andam entre os 125 mil euros e estamos a excluir disto o Sporting e o clube encarnado. Não posso prometer aos sócios, seria demagogia e isso é perentório na Lista A, que vou ser campeão europeu. Mas na segunda época podemos lutar para sermos campeões nacionais. O futsal trará mais adeptos, simpatizantes, parcerias, empresas, visibilidade ao clube. Qual é o problema? Mais um tiro nos pés dado pelo Lista A. Teremos tempo de antena nas televisões. Se cortarmos a gordura excessiva que há na SAD, com administradores a ganhar centenas de milhares de euros, como se pode ver no Relatório e Contas do FC Porto, posso fazer essas equipas de futsal. É viável e iremos construir essas equipas.AS RESPOSTAS DA LISTA C:. José Fernando Rio, 51 anos, Licenciado em Direito e ligado ao Porto Canal de 2006 a 20201. Nenhuma empresa é sustentável a longo prazo sem ter as contas equilibradas. E este é o objetivo para este mandato. No entanto, conscientes de que a situação atual é muito complicada, terão de ser tomadas medidas no curto prazo. A primeira medida será uma revisão profunda de todos os custos que podem ser otimizados no imediato. Todos os custos supérfluos ou não essenciais serão revistos, e de uma forma transversal às diferentes estruturas do FC Porto. Vamos também ter um foco especial nas receitas a vários níveis – naming do estádio e do pavilhão, sponsorização, merchandising, quotização. A obtenção de receitas de fontes diversificadas será estimulada. Teremos ainda uma preocupação em reduzir os prazos de recebimento para evitar pressões sobre a tesouraria. Pretende-se a médio prazo atingir um equilíbrio entre proveitos e custos sem depender excessivamente da venda de passes de jogadores, o que atualmente condiciona os processos de negociação e reduz a criação de valor.2. É inegável que o FC Porto tem vindo a perder competitividade desportiva nos últimos anos. Venceu apenas um campeonato nos últimos seis e conquistou apenas três provas das últimas 30 disputadas internamente. Isto tem a ver com a perda de capacidade financeira, devido a contas débeis, e com uma política desportiva desajustada e ineficiente. Deixámos sair jogadores nucleares a custo zero, não mantemos as referências da equipa de uma época para a outra e andámos sempre a reconstruir o plantel, o que implica reinícios sistemáticos. Nas palavras do atual presidente, em 2016 ofereceram 30 milhões pelo passe do Herrera, em 2018 ofereceram 25 milhões e ainda houve mais uma proposta de 20 milhões de euros. Em 2019 não foi possível renovar o contrato porque o jogador exigiu muito dinheiro e, consequentemente, saiu a custo zero. Pelo caminho contrataram-se, alguns com critério difícil de entender pelos adeptos, um sem número de jogadores que nunca se afirmaram na equipa principal e venderam-se jóias da formação sem delas retirar qualquer rendimento desportivo.3. O meu treinador é o Sérgio Conceição. A retoma do campeonato não decorreu da forma que todos desejávamos mas ainda é possível a conquista do título e da Taça de Portugal. Há que manter a confiança na equipa técnica e nos jogadores. O perfil do responsável pelo futebol está definido e passará por uma antiga glória do FC Porto, ex-capitão da equipa e referência para todos os portistas. A reorganização do futebol profissional é uma obrigação e, ao mesmo tempo, uma exigência do estado em que se encontra o clube e dos tempos que vivemos. É obrigatória a construção da Academia para o futebol (promessa que não foi cumprida pela direção cessante), a aposta no scouting (tanto na descoberta de talento além fronteiras como no talento que existe dentro de portas e tão perto de nós) e, por fim, recorrer ao mercado de forma cirúrgica e apenas para colmatar lacunas detetadas de forma evidente.4. A construção da Academia é vital e estratégica para o plano que temos definido para o futebol. Queremos uma formação de excelência e isso só é possível com infraestruturas de igual nível. Partimos atrasados não só em relação ao Sporting e ao Benfica mas também em relação ao SC Braga. Há que recuperar este tempo perdido e oferecer agora aos nossos jovens talentos as melhores condições para eles poderem desenvolver todas as suas aptidões, não só desportivas mas, também e sobretudo, humanas. A Academia do FC Porto permitirá aos seus atletas viverem, estudarem, treinarem e competirem nas mesmas instalações. Queremos que tenham condições que lhes permitam alcançar o maior grau de ensino possível. Queremos também construir outro pavilhão desportivo para albergar novas modalidades e oferecer melhores condições às já existentes.

5. As modalidades são vitais para o crescimento e para a grandeza do FC Porto. Merecem, assim, um lugar de destaque no projeto com que nos apresentamos a eleições. Queremos um clube mais eclético, que ofereça mais e melhores condições a quem quer praticar desporto no nosso clube e queremos ter uma formação de excelência, atenta às necessidades dos atletas e dos seus familiares. Queremos um clube que dê ao desporto feminino a mesma atenção e as mesmas condições que oferece ao sector masculino. Dentro das possibilidades do clube, daremos prioridade à constituição de uma equipa de futebol feminino e de uma equipa de futsal, e ao regresso do voleibol masculino e do atletismo.

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