FC Porto incapaz de gerir vantagens
Líder não passa confiança aos adeptos. Por quê?
Num dos primeiros jogos de pré-temporada, na América, o FC Porto venceu o Deportivo Anzoátegui. Normal? Quase. O desafio acabou 4-2 e além do 2 do resultado ficaram diversos outros remates do frágil adversário.
Aquele FC Porto, um dos primeiros de Paulo Fonseca, era já uma equipa diferente, com um médio muito próximo do avançado e outro ao pé de Fernando, que por sua vez estava convidado a subir, ter a bola, construir. Nesse jogo também houve falhas individuais na defesa. Mas ninguém ligou. Era pré-época, não fazia mal.
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Uns meses depois, o FC Porto continua a somar erros defensivos que saem caros. As faltas infantis na Liga dos Campeões, as desatenções difíceis de explicar na Liga. A última foi de Otamendi, ao tentar sair com bola.
Factos. Dos 16 jogos oficiais desta época, o campeão ganhou dez. Nos outros seis, só uma vez não esteve a ganhar. Foi perante o Zenit, em casa. Nos outros cinco que não conseguiu vencer, esteve sempre na frente.
Cinco em seis. Talvez seja coincidência, mas não parece provável. Do meu ponto de vista, o FC Porto é pouco competente quando precisa de controlar o jogo. Ou seja, não jogar grande coisa, mas assegurar que o adversário também não o faz. O empate em casa com o Nacional foi só o último exemplo.
O que sucedeu este sábado no Dragão foi quase intrigante. O FC Porto acabou com 77 por cento de posse de bola e um número invulgar de remates e oportunidades. Mas, no entanto, desde o minuto 30 que se sentia que os madeirenses poderiam incomodar Hélton. Isto era impensável no tempo, ainda tão recente, de Vítor Pereira. O que mudou?
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Posição de Fernando
Não é preciso olhar com muita atenção para perceber que o terreno pisado por Fernando é hoje diferente. Com os treinadores anteriores, o brasileiro era sobretudo um médio posicional. Paulo Fonseca olha para ele e vê mais do que isso. Fernando talvez agradeça. O golo marcado perante o Vitória de Guimarães, por exemplo, seria impensável em outras épocas. O jogador desenvolve-se, ganha mais competências, mas para a equipa isso não é tão bom. Em vez de procurar «apenas» um substituto para Moutinho, o treinador alterou as dinâmicas daquele setor. E ainda não se pode dizer que foi para melhor.
Posição de Lucho
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Ausência de Moutinho
Como se não bastasse, o FC Porto pede muito aos defesas laterais, constantemente envolvidos no ataque. Alex Sandro e Danilo gastam energia no meio campo do adversário, por vezes não conseguem a mesma eficácia a defender. Quando estão na sua posição, o que nem sempre sucede.
Apesar de ser líder no final do primeiro terço da Liga, o FC Porto de Paulo Fonseca não conseguiu aproveitar as falhas do Benfica. E nos últimos anos tem sido isso a fazer a diferença entre as duas equipas mais fortes da Liga. Aliás, aproveitar momentos de vantagem, já se viu, é algo que os portistas ainda não aprenderam a fazer.
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