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Benfica  |  

Final Liga Europa: uma noite de glória e medo em Viena

Histórias do Benfica nas competições europeias

Redação
José Augusto revolvia o saco, com gestos nervosos. ngelo coxeava, agarrado ao joelho. Coluna barricava a porta com um armário. Aquilo já não era uma equipa de futebol. Era um grupo de homens decididos a defender a pele. Lá fora, por entre o estilhaçar de vidros, ouviam-se gritos e pancadas na porta. Alguns minutos antes, Bela Guttmann levantara-se, junto à lateral, com as mãos na cabeça. Não queria acreditar que o árbitro deixasse aquele penalty por assinalar. Nunca na sua carreira de treinador sentira tanta vontade de ver a sua equipa castigada com uma grande penalidade. Quando percebeu que o inglês ia deixa prosseguir o jogo deixou de olhar para o campo e procurou um lugar seguro. Os primeiros adeptos do Rapid já estavam a invadir o relvado. Dentro de instantes, o Wiener Stadion ficaria a ferro e fogo. «Fomos para as cabinas escoltados pela polícia e ficámos retidos à espera de reforços. E então começaram a bater na porta e a tentar forçar a entrada. Ainda hoje, 45 anos depois, me arrepio quando me lembro. Na altura pensámos que se os reforços não chegassem íamos ter de defender as vidas com as próprias mãos. Era uma juventude criada ao deus-dará, depois da guerra. Só descansámos quando chegámos a Lisboa. À nossa espera, como acontecia sempre na altura, estava uma multidão. Foi uma grande festa», contou ngelo, em 2006, para o livro do Maisfutebol. Onze do Benfica em Viena, no Prater: Costa Pereira; ngelo e Cruz; Neto, Germano e Saraiva; José Augusto, Santana, Águas «cap», Coluna e Cavém. Bela Guttmann era o treinador.

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A comitiva só sossegou duas horas depois, com intervenção da polícia de choque. «É óbvio que tivemos medo, mas só quando estávamos nos balneários. Já tínhamos andado à bofetada dentro de campo e aí nunca receámos¿», contou anos depois José Augusto, em depoimento para o livro do Maisfutebol, «Sport Europa e Benfica».

Na segunda participação, o Benfica chegava à primeira final da Taça dos Campeões. O Rapid de Viena ficava para trás. Depois da vitória na Luz, 3-0, aquele empate sofrido na Áustria, 1-1.

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