Já fez LIKE no MaisFutebol?
Copa América  |  

Copa América: quem sucede ao Chile no ano do Centenário?

A 45ª edição da Copa América é excecional e serve para comemorar o centenário desta competição. 16 equipas irão lutar pelo cetro americano até ao próximo dia 26

Começa esta sexta-feira mais uma edição da Copa América, este ano de forma excecional, comemorando o centenário desta competição. Depois do triunfo caseiro do Chile em 2015, 16 equipas (entre as quais, naturalmente, o vigente campeão) lutam pela conquista do 45º troféu da Copa América, designada este ano de Copa América Centenário, precisamente por se completarem os 100 anos desta prova.

Às habituais dez seleções da CONMEBOL, juntam-se seis representantes da CONCACAF: o anfitrião EUA, o México, a Costa Rica, a Jamaica, o Panamá e o Haiti. México e Jamaica, diga-se de passagem, repetem a presença do ano passado, na qual não conseguiram ultrapassar a fase de grupos.

PUB

O primeiro jogo desta longa competição irá decorrer na madrugada de sexta-feira para sábado, em Santa Clara, opondo os Estados Unidos à Colômbia (2h30) e a derradeira partida terá lugar no Metlife Stadium de New Jersey a 26 de junho. Estas serão duas das cidades que irão acolher os encontros da Copa América, juntamente com Seattle, Chicago, Foxborough, Filadélfia, Orlando, Houston, Pasadena e Glendale.

A edição centenária da Copa América terá desta feita quatro grupos, cada um composto por quatro equipas. Passamos então a apresentar-lhe, um por um, os grupos da competição:

GRUPO A

O Grupo A parece, à partida, o grupo mais equilibrado desta Copa América, juntando a equipa anfitriã, uma candidata ao título (Colômbia), a quarta classificada da prova em 2015 (Paraguai) e a interessante Costa Rica, que esteve nos quartos de final do último Campeonato do Mundo.

PUB

Os colombianos, sendo candidatos hipotéticos a um triunfo na competição, parecem ser os favoritos deste grupo. A seleção liderada por José Pekerman tem feito um percurso sólido no arranque do apuramento para o Mundial 2018 e junta um conjunto de estrelas de classe mundial, como James, Cuadrado, Bacca ou o promissor Cardona. Movendo-se entre o 4-4-2 e o 4-2-3-1, o conjunto colombiano aposta tudo na qualidade dos seus homens mais adiantados para poder competir com os outros candidatos. Defensivamente, a equipa colombiana tem vindo a ganhar solidez, embora tenha sofrido um revés com a lesão do melhor central do campeonato mexicano e provável titular nesta Copa, Óscar Murillo. De todas as formas, há qualidade, técnica e tática, mais do que suficiente neste plantel para garantir um torneio sólido.

Os Estados Unidos serão, certamente, um adversário difícil para a Colômbia logo a abrir a Copa. Provavelmente estruturados num 4-3-3, com uma linha média de grande sagacidade tática e experiência (Beckerman-Jones-Bradley), os norte-americanos procuram chegar longe numa prova na qual serão os organizadores. Jürgen Klinsmann terá uma prova de fogo logo a abrir e necessita que a equipa suba de produção para conseguir ser bem sucedida num grupo tão competitivo. Pode ser que o crescimento de jogadores como Yedlin ou Zardes e o aparecimento do fenómeno Pulisic ajudem o técnico alemão nesta prova…

PUB

Ainda neste grupo estarão duas equipas que poderão perfeitamente discutir o acesso à fase seguinte: o Paraguai e a Costa Rica. A albirroja procura confirmar as boas sensações deixadas na edição do ano passado, na qual eliminou o Brasil nos quartos de final. Com uma geração recheada de jovens promessas (Riveros, Piris da Motta, Sanabria), são as certezas (como Derlis González, Óscar Romero, Jorge Benítez ou Lezcano) que entusiasmam mais no conjunto orientado pelo antigo goleador argentino, Ramón Díaz. Os paraguaios, organizados em 4-4-2, possuem uma equipa coesa, organizada e com atributos na transição ofensiva.

Quanto à Costa Rica, será um desafio perceber qual o nível que irá atingir esta seleção entre tantos adversários de qualidade. As expectativas serão elevadas, até pela proeza conseguida no Mundial do Brasil. Com um grupo relativamente inalterado na sua génese de há uns anos a esta parte, Bryan Ruiz, Joel Campbell ou Celso Borges continuam a ser os jogadores mais destacáveis de uma formação que não poderá contar com a grande figura do futebol tico na atualidade, o guarda-redes Keylor Navas, recentemente consagrado campeão europeu. O 5-4-1 rígido em termos defensivos mas que permite flexibilidade e rapidez nas saídas para o ataque deverá permanecer como uma aposta do selecionador Óscar Ramírez.

PUB

GRUPO B

Neste grupo, salta à vista o claro favoritismo do crónico candidato Brasil e de um Equador que tem rubricado um arranque de qualificação para o Mundial da Rússia bastante sólido. O Peru, medalha de bronze na Copa América de 2015 e o convidado Haiti não parecem, à primeira vista, ter capacidade de contrariar a qualidade coletiva e individual dos canarinhos de Vera Cruz e da Tricolor equatoriana.

Com o benfiquista Jonas chamado para suprimir a ausência de Ricardo Oliveira, o Brasil procura melhorar o rendimento face às dececionantes exibições na fase sul-americana de apuramento para o Mundial 2018. O mal-amado Dunga não tem sido capaz de dar estabilidade a uma equipa que, pese embora possua elementos de mais-valia inequívoca, continua a ter dificuldades em dar resposta aos testes de maior exigência. Uma vitória a abrir a Copa América, frente ao difícil Equador, seria um excelente tónico para um grupo que procura não sentir demasiado a ausência do seu jogador mais talentoso (Neymar).

PUB

O Equador parece ser à partida a equipa mais capaz de competir pela primeira posição do Grupo B com o Brasil. O conjunto orientado por Gustavo Quinteros apresenta um 4-4-2 sólido, com dois alas (Antonio Valencia e Jefferson Montero) rápidos e audazes no um para um e dois avançados (Miller Bolaños e Enner Valencia) com faro de golo. Defensivamente, o conjunto equatoriano costuma ser equilibrado, embora se exponha um pouco quando se vê obrigado a arriscar mais na frente. O jogo de estreia contra uma inconstante mas talentosa seleção brasileira poderá ser a chave da resolução do grupo.

Os outros dois contendores, Peru e Haiti, parecem ter menos hipóteses de discutir a qualificação. No entanto, jamais se poderá colocar de parte uma seleção como a inca, que finalizou a última Copa América no pódio. Ricardo Gareca continua a ser o treinador mas, perante algumas ausências, falta de ritmo e na busca de uma renovação natural, acabou por alterar substancialmente a convocatória face ao ano passado. Destaque para os 17 convocados (de 23) que atuam na liga peruana, alguns deles ainda sub-23 e sem experiência de grande competição ao serviço da seleção. Guerrero, Benavente e Yotún assumem-se na atualidade como as principais referências do grupo peruano.

PUB

Já o Haiti procura crescer juntos dos grandes, depois de uma Gold Cup interessante em 2015 (atingiram os quartos de final). Estruturados num 4-3-3, os haitianos possuem alguns jogadores com experiência competitiva no futebol europeu, como o guarda-redes Placide, os defesas Goreux, Genevois e Jean Sony (ex-Leixões) e o talentoso avançado Jeff Louis. Conquistar um ponto já seria um feito importante para este conjunto.

GRUPO C

Este é um bom grupo juntando os fortíssimos México e Uruguai a uma Jamaica galvanizada pela vitória recente frente ao Chile e uma Venezuela que procura esquecer um péssimo arranque de qualificação para o Mundial.

Mexicanos e charrúas dividem o favoritismo e irão bater-se por uma importante vitória no duelo entre ambos logo a abrir esta Copa América. O México, orientado pelo sagaz técnico colombiano Juan Carlos Osorio, vem de um trajeto impecável, somando 17 jogos consecutivos sem perder. Num plantel recheado de experiência e talento, destacam-se os portistas Miguel Layún, Héctor Herrera e Jesús Corona (aos quais ainda pode ser acrescentado Diego Reyes) e o benfiquista Raúl Jiménez. Variando o registo tático entre um 4-3-3 e um 3-4-3, a Tricolor mexicana procura chegar longe nesta prova contando para isso com uma das gerações mais talentosas de sempre. Além dos portugueses, nomes como Guardado, Chicharito, Moreno ou os promissores Lozano e Damm poderão ser fulcrais para garantir uma boa campanha daquela que é uma das seleções mais atraentes de todo o continente americano.

PUB

O Uruguai de Óscar Tábarez poderá não contar com o perigoso Luis Suárez, mas irá certamente manter o mesmo registo de sempre: solidariedade, compromisso, linhas recuadas e futebol de transições rápidas, com a aposta nas bolas paradas a revelar-se igualmente importante. O grupo não tem sofrido demasiadas alterações, com exceção à entrada relativamente recente do médio da Fiorentina, Matías Vecino, ele que deverá iniciar esta competição como titular no conjunto uruguaio. Veremos se o selecionador Tábarez, dada a ausência inicial de Suárez, opta pelo mais comum 4-4-2 (em teoria, com Cavani e Rolán na frente) ou se altera o registo para um alternativo 4-2-3-1, já utilizado em algumas ocasiões.

Para lá dos favoritos, há duas equipas com a clara intenção de competir ao máximo, mesmo sabendo que as hipóteses de sucesso serão reduzidas. Tanto a Venezuela como a Jamaica procuram confirmar as boas sensações deixadas na Copa América do ano passado, mesmo sabendo-se que várias coisas mudaram em ambas as formações.

PUB

A Venezuela apresenta um conjunto com bastante qualidade ofensiva e com dois nomes que estiveram em destaque na Liga espanhola 2015/2016: Juanpi Añor (Málaga) e Adalberto Peñaranda (Granada). O 4-4-2 de Rafael Dudamel parece inegociável, mas a equipa tem de melhorar bastante, sobretudo a nível defensivo. Os jamaicanos procuram melhorar a campanha do ano passado, na qual saíram sem pontos, mas deixando uma boa imagem, de uma equipa coesa taticamente e segura atrás. Liderados pelo capitão do Leicester City, Wes Morgan, os Reggae Boyz devem tentar pontuar na primeira jornada, frente à Vino Tinto, de forma a poderem aspirar a algo mais do que uma menção honrosa de participantes na prova…

GRUPO D

O grupo das seleções finalistas de 2015. Grande expectativa, pois claro, para essa repetição da dramática decisão do título da Copa América de há onze meses. Argentinos e chilenos repartem o favoritismo (talvez com ligeira vantagem para a albiceleste) de um grupo que conta ainda com as presenças da Bolívia e do Panamá.

PUB

Os argentinos têm a incógnita Messi a dar-lhes a volta à cabeça, em particular o selecionador Gerardo Martino. O astro do Barcelona lesionou-se no particular frente à seleção das Honduras e está em dúvida para o arranque da Copa. Uma coisa é certa, porém: com ou sem Messi, a Argentina tem a obrigação de seguir em frente e de chegar longe nesta competição. Olhando para o nível dos 23 convocados, chegamos à rápida conclusão de que estamos perante o melhor plantel, em termos globais, desta Copa América. O 4-3-3 de Martino revela flexibilidade para a entrada de novos jogadores, esperando-se que Banega e Di María comecem a Copa como titulares junto a Mascherano, dado que Biglia não está disponível. No ataque, há a dúvida Messi e atrás estarão os cinco do costume (Sergio Romero, Mercado, Otamendi, Funes Mori e Marcos Rojo). No banco, não faltará qualidade para suprimir eventuais ausências (Pastore, Lavezzi, Gaitán…).

O atual detentor do troféu, Chile, terá uma tarefa complicada nos Estados Unidos. A derrota recente com a Jamaica não terá ajudado a dissipar eventuais dúvidas, ainda para mais se tivermos em conta os inúmeros erros defensivos da Roja nesse encontro. Juan Antonio Pizzi deverá lançar o costumeiro 4-3-3 ficando a faltar saber em quem irá apostar para os três lugares do meio-campo, sendo certo que um deles será sempre para o craque Arturo Vidal. O grupo de 23 convocados não apresenta grandes alterações face à equipa campeã do ano passado, o que pode ser uma boa notícia.

PUB

Obviamente que a vida não será nada fácil para bolivianos e panamianos num grupo destes. A equipa verde, orientada agora pelo antigo internacional Julio César Baldivieso, tenta repetir a gracinha de 2015, quando atingiu de forma inesperada os quartos de final. Contando com um grupo onde predominam os jogadores do campeonato local (18 de 23), Baldivieso tentará apostar num registo que misture o pragmatismo de outsider à ousadia de uma equipa que nada tem a perder.

Quanto ao Panamá, medalha de bronze da última Gold Cup, fica a sensação de que esta competição irá servir para provar o crescimento registado nos últimos anos por este país em termos futebolísticos. Não podendo contar com o talentoso Ismael Díaz, campeão da II Liga ao serviço do FC Porto B, o selecionador Hernán Dario Gómez terá de apostar na experiência de elementos como Gabriel Gómez (ex-Belenenses), Felipe Baloy, Amílcar Henríquez, Blas Pérez ou Luis Tejada para ser bem sucedido nos States, numa competição onde se espera uma grande afluência de panamianos nas bancadas.

Em suma, esta será mais uma edição apaixonante da Copa América, reunião privilegiada entre as duas confederações de futebol do continente americano. Entre tantos craques e equipas de alto nível, é mesmo impossível antecipar um vencedor. Que role a bola no país do Tio Sam!

PUB

VÍDEO MAIS VISTO

Veja Mais

Últimas Notícias

APP MAISFUTEBOL

O MAISFUTEBOL na palma da sua mão!

Não falhe um golo, uma transferência ou uma notícia com a nossa aplicação GRATUITA para smartphone!