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O Zé da Europa (biografia)

Travassos A visão de jogo e a capacidade de remate eram qualidades ímpares, que faziam de José Travassos um fora de série. O «Zé da Europa», nome que fica para a história do futebol português, morreu esta terça-feira.

Redação

Nome: José Travaços

Data de nascimento: 22/02/1926

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Posição: médio

Internacionalizações: 35 jogos pela selecção, 6 golos

Período de actividade: 1946-1958

Clubes representados: CUF e Sporting

Principais títulos conquistados: Campeão nacional pelo Sporting em 1946/47, 1947/48, 1948/49, 1950/51, 1951/52, 1952/53, 1953/54, 1957/58; Vencedor da Taça de Portugal em 1953/54. 

A visão de jogo e a capacidade de remate eram qualidades ímpares, que faziam de José Travaços um fora de série por todos os motivos mais variados. Era um médio criativo, sempre com um passe diferente para isolar os avançados na ânsia do golo mais bonito. Fazia assistências perfeitas, vestindo a pele de estratega felino no meio do terreno, onde as jogadas nasciam à custa da sua inspiração mais refinada. Fazia a diferença, porque sabia executar como ninguém o seu futebol exigente e belo. 

Viveu momentos de glória com a camisola do Sporting, já depois de ter sido raptado pelos dirigentes do F.C. Porto. Em 1946, esteve a um pequeno passo de envergar a camisola azul e branca, chegando mesmo a passar alguns dias num hotel da cidade Invicta, mais tarde em Escaramão, pequena aldeia minhota. Mas a ajuda do irmão possibilitou o seu regresso a Lisboa, levando os dirigentes azuis e brancos a cair no erro de que iria à inspecção militar. Dito e feito. No dia a seguir assinou pelo seu clube de sempre. 

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De leão ao peito, viveu momentos inesquecíveis e o seu nome está ligado às principais conquistas das décadas de 40 e 50. Travaços formou uma linha ofensiva inesquecível, ao lado de nomes consagrados como Jesus Correia, Albano, Peyroteo e Vasques. Por outras palavras: foi um dos eternos cinco violinos, a tocar melodias de glória na orquestra viva do futebol português. Sons sublimes numa altura em que o Sporting vivia momentos de euforia interna. 

Os passes fabulosos, os dribles estonteantes e a capacidade de fazer golos, levaram-no a representar a selecção da Europa frente à Grã-Bretanha. Corria o ano de 1955 e, ao ser informada da distinção, a estrela portuguesa pensou tratar-se de uma brincadeira de mau gosto. Hesitou alguns momentos, mas acabou por viajar para Belfast por pressão da esposa e depressa encantou a crítica. A estreia nas lides internacionais valeu-lhe o epíteto de «Zé da Europa», alcunha que sempre o acompanhou ao longo da carreira. 

Dos pés de Travaços saíram dois golos, na expressiva vitória de 4-1. «Na segunda parte, o nosso domínio foi total. Ganhámos por 4-1, mas podíamos ter dado dez à Inglaterra! Os senhores Kopa e Puskas, muito pessoalistas, pareciam querer evitar o desastre britânico. Confesso que cheguei a afinar. Se tivesse melhor preparação poderia ter feito um brilharete dos diabos, talvez ser considerado o melhor jogador em campo. Mas antes assim, joguei para a equipa, fui felicitado por todos, o Ocwirck até me deu um beijo», afirmou na altura. 

A sua forma peculiar de estar em campo rendeu-lhe inúmeras lesões. Era um jogador fustigado pelas entradas duras e dos quatro meniscos teve de retirar três. Depois de representar a selecção da Europa foi obrigado a parar várias vezes, mas só a 7 de Setembro de 1958 pendurou definitivamente as chuteiras para se dedicar à sua empresa de frigoríficos. Doze anos de Sporting representaram oito títulos de campeão. José Travaços, um dos melhores médios portugueses de todos os tempos.

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