Paris, em contagem decrescente, só admite ganhar

Paris está em contagem decrescente. A capital francesa é uma das três grandes favoritas na corrida pela organização dos Jogos Olímpicos de 2008 e está a pouco mais de duas horas de saber a decisão final, anunciada em Moscovo. Pequim é apontada pelos franceses como a grande rival, mas há um terceiro nome que vai ganhando cada vez mais força: Toronto. Istambul e Osaka quase não têm hipóteses. 

A cidade-luz nem quer pensar em perder. Quer entrar para a história como a primeira cidade a organizar pela terceira vez o maior evento desportivo do Mundo, depois de ter acolhido, com sucesso, os Jogos de 1900 e 1924. Curiosamente, a prova de viragem do século XIX para o XX ocorreu na edição seguinte aos primeiros Jogos da Era Moderna, em 1896, em Atenas. Se Paris vencer em 2008, voltará a organizar logo depois da capital grega. Será que a história se repete? 

Os franceses, claro, acham que sim. O clima de optimismo e, mesmo, de pré-euforia chega a impressionar. Nas imediações da Torre Eiffel, algumas ruas vão fechar e estão a preparar-se festejos de arromba. Está prometido «o maior fogo de artifício de sempre» e a torre que identifica a cidade está coberta de fortes luzes que iluminam a uma distância considerável.  

Nos últimos dias, a imprensa em França tem assumido uma acérrima oposição às pretensões chinesas, acusando Pequim de não ter legitimidade para organizar os Jogos quando não respeita os Direitos Humanos (o tema das execuções é o mais insistido).  

Pleno de confiança, o «L¿Équipe» antecipa a festa e faz uma primeira página, a toda o comprimento, com a Torre Eiffel iluminada e fogo de artifício por trás. À frente, o enorme símbolo dos cinco anéis olímpicos. «Digno dos Jogos» é o título do editorial da primeira página. «Paris Absolument», lê-se a letras gordas no maior jornal desportivo francês. 

Zidane é um dos maiores trunfos da candidatura e está em Moscovo para tentar persuadir o COI a decidir-se pela capital francesa.