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Grupo G  |  

Gana: perigo à solta no ataque, enormes fragilidades na defesa

Equipa de Appiah tem jogadores importantes, mas não se sabe até que ponto poderão ser coesos. Será sempre um adversário difícil de ultrapassar

Redação
A 'World Cup Experts Network' reúne órgãos de comunicação social de vários pontos do planeta para lhe apresentar a melhor informação sobre as 32 seleções que vão disputar o Campeonato do Mundo. O Maisfutebol representa Portugal nesta iniciativa do prestigiado jornal Guardian. Leia os perfis completos das seleções que participarão no torneio:

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Autor dos textos: Godfred Akoto Boafo Parceiro oficial no Gana: All Sports
Revisão: Filipe Caetano O selecionador Kwesi Appiah desvaloriza os sistemas táticos, pois considera que os jogadores devem libertar-se para poderem dar o seu melhor. Também acredita que o melhor é insistir no que funciona e não é particularmente famoso por fazer experiências. Durante a fase de qualificação insistou no mesmo grupo de jogadores e utilizando um rígido 4x4x2. Appiah parece ter descoberto a melhor forma de encontrar apoio para o avançado e capitão Asamoah Gyan, colocando o irrequieto Abdul Majeed Waris ao seu lado, com a missão de dar muito trabalho à defesa para abrir espaço para Gyan. Os dois marcaram nove golos durante as eliminatórias Não é seguro dizer que Appiah vai continuar a ter esta abordagem, considerando as fragilidades evidenciadas pela defesa e pelo guarda-redes, que terão de enfrentar adversários com muito talento no ataque: Portugal, Alemanha e Estados Unidos. Está, por isso, em aberto quem irá ocupar o centro da defesa, com Jerry Akaminko, John Boye, Jonathan Mensah e Rashid Sumaila a lutarem pelas vagas. A muito utilizada dupla de meio-campo formada por Michael Essien e Sulley Muntari será quebrada por Mohammed Rabiu, que ocupará a missão mais defensiva para oferecer a energia e o ritmo que os dois experientes jogadores já não conseguem oferecer. Mas o maior problema de Appiah está nas laterais. O seu melhor lateral-esquerdo é um lateral-direito de raiz que passou a época a jogar no meio-campo, Harrison Afful, enquanto as outras opções, Samuel Inkoom e Daniel Opare são claramente inconsistentes. Lá na frente, o avançado Asamoah Gyan é intocável e deverá receber ajuda suficiente de Kevin-Prince Boateng, enquanto o ex-portista Christian Atsu aparece nas alas. Appiah tem vindo a provar consistência tática, mas a sua grande vantagem está na força e crença que transmite à equipa, o que lhe permite retirar o melhor dos seus jogadores. Que jogador vai surpreender neste Mundial? Rabiu Mohammed não disputou os dois primeiros jogos das eliminatórias, mas no final já era considerado o elemento mais importante da equipa. O atleta do Kuban Krasnodar tem 24 anos, mas já representou seis clubes. Não se cansa de correr e possui instintos magníficos, oferecendo grande proteção, na qual a equipa aproveita para construir as suas jogadas de ataque. Não é fácil obrigar Michael Essien e Sulley Muntari a lutarem por uma vaga, mas é o resultado do bom trabalho no último ano, afirmando-se como um dos jogadores de confiança de Kwesi Appiah. Que jogador vai dececionar no Brasil? Sulley Muntari. Intocável durante tanto tempo, parece estar em sentido descendente na sua carreira. A ferocidade era imagem de marca, mas desapareceu, assim como o temível pé esquerdo. Até pode vir a ser titular, mas se as coisas começarem a correr mal os adeptos ganeses não hesitarão em apontar o dedo ao jogador do Milan. Qual é a expetativa real para a seleção no Mundial? Semi-final. A equipa está cheia de jogadores à espera de provar valor e que parecem estar a atravessar o melhor momento de forma. O primeiro jogo, com os Estados Unidos, será o mais importante num grupo difícil e um resultado positivo poderá galvanizar uma equipa já confiante. A Alemanha venceu-nos no último Mundial, mas Portugal não vai consegui-lo. Depois de ultrapassado o Grupo G nenhuma equipa é tão forte como o Gana, pelo menos até às meias-finais. Curiosidades e segredos da seleção Asamoah GyanO respeitado «capitão» é um amente da música e da dança, mas existe um receio genuino de que o seu sucesso não se deve exclusivamente às habilidades futebolísticas. Isto porque o seu irmão mais velho Baffour é casado com a filha de um dos bruxos mais temidos e respeitados do Gana e existem rumores de que poderá ajudá-lo a alcançar os resultados desejados. Samuel InkoomO lateral-direito ficou famoso por ter sido acusado na rádio de ter engravidado uma jovem quando tinha apenas 18 anos, mas negou sempre as acusações e nos dias de hoje é casado e tem uma linda família. Christian AtsuO ex-portista que jogou esta época no Vitesse por empréstimo do Chelsea chegou a ter de vender água gelada nas ruas de Acra para poder sobreviver. Foi a única forma de conseguir arranjar algum dinheiro enquanto não consegui concretizar os sonhos futebolísticos. Sulley MuntariO médio do Milan é mesmo um filho da mamã. A sua mãe, Hajia Kande, interessa-se tanto pela sua carreira que até chegou a cozinhar para as seleções jovens quando o seu filho estava lá. Também considerou que todo o país tinha inveja de Sulley durante um programa de rádio e foi mais longe, afirmando que se não houvesse Muntari não havia seleção do Gana, mas viu-se forçada a pedir desculpas poucos dias depois. Michael EssienQual é a maior prenda que se pode dar a uma ex-namorada? Michael Essian oferceu à ex-noiva a sua casa depois de se separarem. Ela agradeceu transformando-a num restaurante, que nos dias de hoje continua aberto. Perfil de uma figura da seleção: Mohammed Rabiu
Muitas pessoas passam por Mohammed Rabiu todos os dias em Acra sem se aperceberem de quem é, o que é altamente incomum para um jogador da seleção. A arte de ser invisível é algo que tem vindo a trabalhar até dentro de campo. É poucas vezes referenciado pelos jornalistas e muitas vezes relegado pelos treinadores, que preferem apostar em Michael Essien ou Sulley Muntari, mas é a verdadeira estrela da equipa. Filho de um relojoeiro que também jogava a guarda-redes na equipa local do Konongo Golddiggers, o jovem Rabiu e o seu gémeo Salisu perderam o pai quando eram muito novos, o que deixou a mãe a ter de tratar de cinco filhos. A sua vontade era que Rabiu não jogasse futebol e apostasse tudo nos estudos para ter uma educação em condições, que lhe desse maiores chances no futuro. Mas o futebol estava no sangue, mesmo que a sua timidez o tivesse afastado do futebol federado durante muitos anos. O talento não podia ser ignorado e um professor local, Anthony Kofi Boakye, decidiu dar-lhe um empurrão que acabou por ser decisivo. Com apenas 12 anos já jogava ao lado de rapazes com 15 e precisou de poucos treinos para mostrar que não ficava atrás de ninguém. A partir daí passou a ter mais confiança e assinou pela equipa dos AA Missiles, apesar de ainda frequentar o liceu. Rabiu tinha a certeza que o seu futuro estava no futebol e em 2007 foi contratado pelos Liberty Professionals, a mesma equipa que descobriu Essien, Muntari e Asamoah Gyan. Curiosamente, o seu primeiro grande momento foi como guarda-redes, quando o titular da equipa foi expulso durante um jogo com os Accra Heats of Oak, e ainda defendeu o penalti. Na Europa andou de clube em cube durante dois anos e meio, primeiro em Espanha (Gimnasia e Xerez), depois em Itália (Sampdoria e Udinese) e finalmente em França (Evian). Os treinadores tinham dificuldade em enquadrá-lo, devido à sua falta de afirmação. Outros desejavam a glória, mas ele só queria jogar futebol. Em 2009 foi chamado à seleção sub-20 que ia participar no campeonato do mundo e acabou por ser um dos destaques na conquista do título, vencendo o Brasil na final. Sem grande alarido, encontrou o seu espaço. Nem todos se lembram que ele estava naquela equipa e enquanto alguns dos seus colegas assinavam contratos milionários com grandes clubes, ele regressava para o modesto clube francês. Precisou de mais três anos para voltar a ganhar destaque nas equipas nacionais, desta feita na CAN de 2013, onde conseguiu emergir e mostrar a sua utilidade para a equipa numa competição de nível internacional. Chamado à titularidade depois de algumas más exibições do veterano Derek Boateng, Rabiu passou a controlar o meio-campo e nunca mais olhou para trás. Nunca mais deixou o lugar. Após o campeonato chegou a ter acordo com o Olympiakos, mas foi aconselhado a assinar um contrato mais lucrativo com o menos prestigiante Kuban Krasnodar, da liga russa. A família foi colocada em primeiro lugar e o dinheiro providenciado pelo novo clube dava-lhe maior segurança, mas não terá sido tão aliciante a nível competitivo. No Brasil voltará a ser um elemento desconhecido para muitos, mas é exatamente assim que ele gosta: um elemento de surpresa que pode aparecer sem que os adversários se apercebam.

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