«Guerra» na Fórmula 1: «Racistas como são, vão ter de apoiar um piloto de cor»

Carlos Garcia, presidente da Federação Espanhola de automobilismo, veio aquecer ainda mais a já quente guerra entre espanhóis e ingleses na Fórmula 1 a poucos dias do duelo decisivo entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso, no Grande Prémio do Brasil. O dirigente criticou a imprensa inglesa e, com ironia, referiu que «racistas como são, vão ter de apoiar um piloto de cor», numa clara referência a Hamilton. Numa entrevista ao jornal espanhol Público, o dirigente recorda que a imprensa inglesa já tinha tentado fazer o mesmo com Button, mas sem sucesso. «Estão agora a apoiar Hamilton, mas de uma forma muito menos respeitosa da forma com que a imprensa espanhola fez ao próprio Alonso», referiu. Carlos Garcia foi convidado por Ron Dennis, o patrão da McLaren, a visitar as boxes da equipa durante o Grande Prémio do Brasil, de forma a receber garantias de que a equipa inglesa oferece o mesmo trato aos dois pilotos em contenda. Garcia ficou convencido quanto à imparcialidade da McLaren, mas diz que vai estar três dias na casa do inimigo. «McLaren é suficientemente profissional para que tenhamos de estar a vigiar, mas perante a mais pequena dúvida, vamos ter de actuar», destacou. Nesse sentido, Carlos Garcia pediu a Max Mosley, o presidente da FIA, que esteja vigilante, sobretudo nas sessões de qualificação. O dirigente espanhol considera que Alonso foi transformado numa «vítima» quando «só pede à McLaren um tratamento de respeito e igualdade». «Se há uma pessoa honesta e forte, é ele. E ele quer falar na pista, não em outros sítios», acrescentou.