Hegemonias no desporto: eles ganham tudo e não deixam nada...
A propósito de Sebastian Vettel recordamos atletas e equipas que foram dominadores em várias modalidades
Adaptando uma frase famosa do futebol, é fácil definir o cenário atual da Fórmula 1: «Arrancam 22 carros e no final ganha o alemão». É assim há quatro anos. Mais fácil ou mais renhido, mais cedo ou mais tarde Sebastian Vettel leva o título mundial e vai escrevendo história.
O mais jovem campeão do mundo, o mais novo bicampeão, tricampeão e, agora, tetracampeão...Dá para ficar farto? Houve quem achasse que sim e várias vitórias de Vettel este ano foram brindadas com...assobios.
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O público (ou parte dele) suspira por algo novo. Mas a verdade é que Vettel está longe de ser pioneiro em períodos longos de hegemonia. E nem sequer nos referimos apenas à Fórmula 1.
Do futebol ao atletismo, do ténis ao basquetebol, passando por outras vertentes do desporto a motor. Em todos eles registaram-se períodos de intenso domínio de um atleta ou uma equipa. Muitas destas marcas mostram que ver o mesmo vencedor quatro vezes seguidas pode ser antecipado por um...«apenas».
O Maisfutebol recorda, por isso, alguns dos exemplos mais importantes.
FÓRMULA 1: Michael Schumacher e a McLaren de 88
Começando pelo campeonato agora dominado por Vettel. O alemão sucede, de resto, a um compatriota. Michael Schumacher, no início do século XXI, escreveu a pagina de maior sucesso da história da Ferrari: cinco títulos seguidos entre 2000 e 2004. Sete na conta pessoal, a melhor marca entre todos os pilotos que já passaram pelo «Grande Circo».
Ainda assim não conseguiu fazer o mesmo que a McLaren de Ayrton Senna e Alain Prost fez em 1988: das 16 corridas do campeonato só não ganhou uma.
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ATLETISMO: Edwin Moses, Michael Johnson e Sergey Bubka
Na mesma distância (e nos 200m), mas sem obstáculos, Michael Johnson também se transformou num nome incontornável. Conquistou medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Atlanta e Sidnei e também em seis Mundiais seguidos, entre Tóquio 91 e Sevilha 99.
Também o ucraniano Sergei Bubka fez história ao bater 35 vezes o recorde do salto com vara. Ganhou a medalha de ouro em todos os Mundiais entre 1983 e 1997 e ainda é o único homem a ter saltado a 6m10cm.
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Foi preciso esperar mais de dez edições para ver a primeira vitória dos Boston Celtics na NBA. Mas quando o conseguiram não pararam tão cedo.
Em 1957 venceram os St. Louis Hawks para festejar o primeiro título. No ano seguinte perderam para o mesmo rival. Depois, começou a série mais dourada da história do campeonato norte-americano: oito títulos seguidos. Foram interrompidos em 1967, falhando a final, mas depois ainda arrancaram mais um bicampeonato. Contas feitas, em treze anos foram onze vezes campeões.
A tentativa de «imitação» mais notável, mas em menor escala, foi dos Chicago Bulls, de Michael Jordam. Entre 1991 e 1998 conquistaram seis troféus.
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Nas mulheres, Steffi Graff (na foto) fez melhor: liderou o ranking por incríveis 377 semanas! Em 1988, a alemã registou o ano mais dourado de sempre para qualquer tenista (homem ou mulher): conquistou o Golden Slam, vencendo os quatro torneios do Grand Slam e conquistando a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Seul.
O ténis, contudo, tem outros heróis dominantes. Em Roland Garros, por exemplo, nos últimos nove anos o espanhol Rafa Nadal ganhou oito vezes. Duas séries de quatro. Na era moderna, só o sueco Bjorn Borg o havia feito. Mas só uma vez.
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Martina Navratilova, por seu turno, está mais ligada à história de Wimbledon: entre 1982 e 1990 esteve sempre na final! E tem o recorde absoluto: nove vitórias.
CICLISMO: Armstrong até cair em desgraça
Lance Armstrong definiu recentemente a sua história: «Era perfeita, mas não era verdade.» Depois de recuperar de um cancro, transformou-se num supercampeão. De 1999 a 2005, Armstrong ganhou todas as edições do Tour de França. Sete títulos, recorde absoluto.
Com a queda em desgraça, o recorde voltou para o espanhol Miguel Indurain: cinco vitórias entre 1991 e 1995.
FUTEBOL: do Real Madrid de Di Stefano ao Rosenborg
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Os espanhóis parecem, de facto, talhados para repetições inéditas. A atual seleção espanhola vai tentar, no Mundial do Brasil, fazer ainda mais história, depois de se tornar a primeira a vencer, de forma consecutiva, Europeu-Mundial-Europeu.
Ainda assim, em termos de longevidade, e tendo em consideração as principais Ligas europeias, nada bate o Rosenborg (na foto): treze vezes seguidas campeão da Noruega, entre 1992 e 2004. Qual é mesmo o nome que se dá a isto?
MOTOGP, HÓQUEI EM PATINS, SURF, RALIS...
Quase todas as disciplinas do desporto têm, claro está, um nome incontornável. Uns mais conhecidos do que outros, no entanto.
Se Sebastien Loeb, com os seus nove títulos seguidos, é praticamente um sinónimo do Mundial de Ralis (WRC), não serão muitos os fãs casuais que identificarão à primeira Júlio Cesar Chavez. O boxe é quase sempre lembrado para falar de Muhammad Ali ou Mike Tyson. Mas é este pugilista mexicano, considerado um dos melhores de todos os tempos, que tem, ainda hoje, o maior recorde de vitórias: 88 seguidas antes do primeiro...empate.
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E o que dizer do maior campeão de surf de sempre? Kelly Slater, ex-estrela da série «Baywatch», venceu cinco campeonatos seguidos entre 1994 e 1998. Inédito. Mas essa sequência é apenas menos de metade do seu curriculo, onde constam onze títulos mundiais.
Para o fim deixamos um feito a nível interno. A equipa de hóquei em patins do F.C. Porto conseguiu uma sequência impressionante no início deste século: dez títulos seguidos entre 2002 e 2011. O Benfica interrompeu a série, mas este ano os portistas voltaram a festejar. Virá outra a caminho?
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