Heterossexual foi o melhor marcador no Mundial «gay»

A equipa argentina Los Dogos tornou-se notícia este fim-de-semana, ao conquistar a décima edição do Mundial de futebol para gays, em Buenos Aires. Os argentinos, que participavam pela primeira vez na competição, organizada pela Associação Internacional de Futebol para Gays e Lésbicas (IGLFA), derrotaram os detentores do troféu, os ingleses do Stonewall FC, por 1-0, com um golo de um brasileiro, Maicol, radicado há vários anos naquele país. Foi a primeira vez que a prova se realizou num país da América Latina, contando com quatro representantes daquele sub-continente: equipas do México, Chile, Uruguai e Argentina juntaram-se às já habituais representantes da Europa, América do Norte e Austrália, elevando o total de participantes para 28. A final, realizada no modesto estádio do Defensores Belgrano, teve ampla cobertura televisiva e mais de 2 mil espectadores nas bancadas, que não hesitavam em chamar heterossexual ao árbitro sempre que não concordavam com alguma decisão. Como curiosidade, refira-se que o melhor marcador do Mundial, o argentino Jorge Berdún, que apontou cinco golos ao longo do torneio, garante não ser «gay». Os regulamentos prevêem a possibilidade de cada equipa apresentar até três jogadores de orientação heterossexual, embora, como afirmava um elemento da organização à imprensa, ninguém se preocupe em confirmar esse dado. O objectivo da competição, que se realiza todos os anos, é combater a homofobia e proporcionar uma semana de festa para desportistas homossexuais. A próxima edição está marcada para Londres, em 2008.