Holanda: Kalou (lembra-se dele?) resolve futuro próximo em tribunal

Salomon Kalou estará esta sexta-feira em tribunal para tentar conseguir a nacionalidade holandesa antes do tempo habitual. O jogador nascido na Costa do Marfim está numa batalha jurídica com a ministra da Imigração da Holanda, Rita Verdonk: avançado do Feyenoord pretende estar no Mundial 2006 representando a selecção holandesa, mas a governante não abre uma excepção. Não tem sido fácil fora de campo a carreira do irmão mais novo dos Kalou futebolistas (o outro é Bonaventure). Se já não se lembra, Salomon esteve no centro de um folhetim que no passado Verão marcou um dos pontos quentes do defeso do Benfica. A alegada transferência de Kalou para o Benfica foi muito badalada e ainda mais polémica: meteu contratos dados como falsos e como verdadeiros, fundos de investimento, o nome de José Veiga ao barulho, desmentidos, pedidos de desculpas e muitas mais acusações. [recorde o folhetim nos artigos relacionados] No final, tudo ficou como estava quanto à situação de Kalou no Feyenoord. Já na altura se falou que uma saída da Holanda podia prejudicar o processo de naturalização do costa-marfinense. Esta questão volta agora à berlinda. Desde Abril que o seleccionador holandês, Marco van Basten, mostrou interesse em poder contar com Kalou no Mundial da Alemanha. Mas, seguindo os trâmites normais, o processo demorará entre três a cinco anos a estar resolvido. Por isso, Van Bastem pediu um regime de excepção [ver artigo relacionado]. Rita Verdonk rejeitou essa possibilidade. «De acordo com os factos e as circunstâncias conhecidas, não é concebível que o sucesso da selecção da Holanda dependa do que o interessado [Kalou] possa dar. Não está em causa o interesse [nacional] holandês», referiu a ministra da Imigração no despacho a negar a naturalização excepcional. O processo vai agora seguir esta sexta-feira em tribunal numa audiência em que o próprio Van Basten vai ser testemunha do jogador do Feyenoord; o que mostra que a selecção holandesa está mesmo disposta a contar com o jogador tratando o caso como do seu interesse nacional.