Jogou com Ronaldo no United, impressionou Ferguson e hoje estuda Direito
A história do brasileiro Rafael Leão, que também prega na Igreja Evangélica
«As reservas e a equipa principal comiam no mesmo refeitório. Eu estava lá, a colocar o pão na bandeja, e nisso chegou 'o homem' ao meu lado. Ele perguntou: 'Você é brasileiro?' Respondi: 'Sou sim'. 'Muito prazer, o que precisares eu ajudo-te’, disse ele. Foi de uma humildade fora do comum. As pessoas acham que ele é convencido, mas é uma pessoa fantástica. Ele estava no auge e era o melhor do mundo.» Foi assim que Rafael Leão conheceu Cristiano Ronaldo no Manchester United, como contou à ESPN Brasil. Não, leitor. Não se trata do avançado do Milan e ex-Sporting. Afinal, quem é o homónimo? Aos 15 anos, o avançado visitou o centro de treinos dos Red Devils pela primeira vez, pela mão de John Calvert, olheiro inglês que residia em São Paulo. «O John disse-me que tinha gostado muito de mim e que tinha um projeto: iria para o Desportivo Brasil e, de tempos a tempos, ia à Inglaterra até completar 18 anos, para poder ficar lá de forma definitiva», revelou. E assim começou a aventura no estrangeiro. De churrascos em casa dos gémeos Fábio e Rafael, aos quais eram «clientes habituais» Ronaldo e Nani, a marcar a Van der Sar no treino da equipa principal aos 16 anos, Leão revelou que ficou impressionado com a forma como Sir Alex geria o United: «O Ferguson sabia de tudo o que acontecia no clube, desde a limpeza até à direção. Quando eu cheguei, ele já sabia quem eu era», revelou, dizendo mesmo que o técnico o «elogiou algumas vezes».
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Aos 18 anos, em 2011, foi emprestado pelo Desportivo Brasil ao clube de Manchester, no qual permaneceu por uma temporada. Viveu com os gémeos, Fábio e Rafael, e também partilhou balneário com os compatriotas Anderson, ex-FC Porto, e Possebon. Pela equipa B do United alinhou ao lado de nomes como Pogba, Rashford ou Lingard, sendo que este último lhe deixou uma boa amizade: «Consegui fazer uma boa amizade com o Lingard, que é super brincalhão e uma boa pessoa.» Depois de uma estadia infeliz, por lesão, no Middlesbrough, já depois de regressar ao Brasil, Rafael Leão foi flutuando entre clubes: atuou na quarta divisão brasileira e no OPS, da segunda Liga finlandesa. Desanimado, e com proposta para rumar ao futebol grego, decidiu colocar um ponto final na carreira aos 21 anos. E o futuro? Atualmente, é pregador numa igreja evangélica, estuda direito e só joga futebol com os amigos.
«A minha mãe é advogada e temos uma empresa que faz renegociações de dívidas. Eu estou na faculdade de Direito e quase ninguém sabe que fui jogador. Algumas equipas da zona chamam-me para jogar, mas só brinco com amigos, mesmo», afirmou, mantendo-se fiel ao término da carreira profissional.
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