Os pais foram assassinados e Victor teve de fugir
Lado B
O pai de Victor, Austin, era um pastor missionário sem medo de represálias. Tinha ficado em Kaduna para tratar os feridos. Porém, naquele dia, foi ele a cair. Austin viu a sua igreja ser destruída e perdeu a vida logo depois, tal como a mãe de Victor, Josephine.
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Naquele fatídico dia, em que a ira dos muçulanos fez-se sentir justo de uma família cristã, foi a bola de futebol feita de fita-cola a salvar a vida de Victor.
Este Victor é Victor Moses. Tem agora 23 anos e representa o Liverpool por empréstimo do Chelsea. Triunfou na Premier League sem esquecer os traumas do passado.
Uma semana após a morte dos seus pais e a destruição do local onde crescera, Victor embarcou para Inglaterra. Tinha de abandonar Kaduna à pressa, sem levar sequer uma fotografia dos seus país.
Victor Moses viajou sozinho para Terras de Sua Majestade e foi recebido por uma família de adopção. Chegou a Inglaterra como um requerente de asilo político. Cresceu dessa forma, longe da Nigéria, sem vontade de explicar o que tinha acontecido no seu país.
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Em 2005, o jornal The Guardian publicou uma curta reportagem sobre um adolescente que dava nas vistas na FA Youth Cup. «Ele nasceu na Nigéria mas perdeu os dois pais em circunstâncias que não são claras», escreveu Paul Kelso.
Nessa altura, com 14 anos, estava nas camadas jovens do Crystal Palace. Victor Moses tinha rumado a Croydon, nos arredores de Londres, e estava certo dia a dar toques num parque público quando decidiu abordar uma equipa amadora que ali treinava: os Cosmos. Em pouco tempo, despertou a atenção do Palace.
Victor passou por um complexo processo de naturalização mas acabou por chegar às seleções jovens de Inglaterra. Nascia uma entrela. Aos 16 anos, fez a sua estreia pela equipa principal do Crystal Palace.
Em janeiro de 2010, o Wigan abriu-lhe as portas da Premier League, pagando 2,5 milhões de libras pelo seu passe.
Sobra um capítulo interessante nesta história: Victor Moses representou as camadas jovens de Inglaterra entre os sub-16 e os sub-21. Porém, não rejeitou o convite da Nigéria para cantar o hino do país que o viu nascer. Mesmo tendo perdido os seus pais naquelas terras. Victor regressou à Nigéria sem visitar Kaduna.
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