Já fez LIKE no MaisFutebol?
Alemanha  |  

LC, a final alemã (II): a revolução das Academias

Formação, a pedra de toque da nova Bundesliga

As duas formas mais imediatas de avaliar o impacto da aposta na formação feita a partir de 2001 passam pelos resultados internacionais das seleções e pela análise das variáveis que definem a competitividade de uma Liga profissional.

No primeiro ângulo, o balanço não oferece grandes dúvidas: a seleção principal ocupou o pódio de todas as grandes competições, de 2006 para cá, e conquistou títulos europeus inéditos em sub-21, sub-19 e sub-17 a partir de 2008. A segunda abordagem, porém, é ainda mais conclusiva, como o demonstram alguns exemplos avulso.

PUB

Desde o mínimo histórico de 50 por cento, em 2002, a percentagem de jogadores nacionais no escalão principal da Bundesliga subiu quase dez por cento. Em paralelo, a idade média dos plantéis baixou de 27,1 para 25,7 nesses dez anos. Aliás, mais de 15 por cento dos plantéis são hoje compostos por jogadores sub-23. Para reforçar a ideia, um em cada cinco jogadores profissionais foram formados na academia do clube que representam atualmente. E mais de metade (52 por cento) passaram por uma das outras 35 academias homologadas pela Liga, que todos os anos trabalham com 282 equipas e 5400 jogadores.

É verdade que o investimento é alto: por norma, as Academias construídas de raiz custaram entre 12 a 15 milhões de euros e os clubes destinam-lhe 10 por cento do seu orçamento anual. Considerando os 36 clubes dos escalões profissionais, o total nestes 12 anos supera já os 600 milhões de euros nas estruturas de formação, com um valor próximo de 100 milhões só no último ano.

Mas o processo prevê mecanismos de compensação. Uma parte das verbas recebidas pela participação em provas internacionais, por exemplo, é reinvestida na formação: cada academia de três estrelas - a classificação mais alta ¿ tem garantidos, à partida, 300 mil euros anuais por parte da Liga. E o facto de estar em estudo, num futuro próximo, a criação de Academias em todos os clubes do terceiro escalão e dos regionais atesta a viabilidade do modelo.

PUB

Um bom exemplo é dado pelo Friburgo, que entre 2006 e 2012 ganhou quatro títulos nacionais de juniores: este ano, pela primeira vez no seu historial, a equipa esteve até à última jornada na luta por uma vaga na Liga dos Campeões, e terminou o campeonato no 5º lugar, apesar de ter uma folha salarial de apenas 18 milhões de euros. O facto de metade do plantel ser composto por jogadores formados na Academia, ajuda a explicar o sucesso e o bom senso de um investimento anual de 3,5 milhões nas estruturas de formação. Mais do que isso, o caso reforça a ideia de que o modelo aplicado por Jürgen Klopp ao Borussia Dortmund desde 2008, pode ser replicado a uma escala mais pequena.

A melhoria do processo de deteção de talentos e as regras definidas para a formação contribuíram para outra realidade bem patente nas seleções alemãs da atualidade: a melhoria da integração de jogadores provenientes de comunidades imigrantes, com os nomes de Özil, Khedira, Gundogan e Boateng como exemplos mais óbvios.

Tão relevante como o impacto social desta realidade é a alteração no estilo de jogo que nos habituámos a associar ao futebol alemão. Com mais técnica, mais imaginação e menos obrigaçao de pôr onze gigantes em campo, só por preguiça ou comodismo se pode traçar uma linha direta entre a seleção de Joachim Löw, ou o Dortmund de Jürgen Klopp, e o tempo em que as apreciações às equipas alemãs se resumiam a um longo acumular de metáforas com «panzers», carros de assalto e bombardeiros.

PUB

VÍDEO MAIS VISTO

Veja Mais

Últimas Notícias

APP MAISFUTEBOL

O MAISFUTEBOL na palma da sua mão!

Não falhe um golo, uma transferência ou uma notícia com a nossa aplicação GRATUITA para smartphone!