LE: Horsens-Sporting, 1-1 (crónica)
Um resultado estranho num jogo estranho: valeu o golo de Carrillo
Azar, precipitação, ânsia, males do passado e medos pelo futuro. Há muitas formas possíveis de explicar este surpreendente empate do Sporting em casa do Horsens, por 1-1. A mais ajustada, porém, será esta mistura de componentes, tal a complexidade e a dimensão de incidências registada.
A tudo isto é imperioso adicionar o nome de Frederik Ronnow. O menino que toma conta da baliza do Horsens foi o melhor em campo. Defendeu tudo o que lhe competia, parou bolas praticamente impossíveis e levou Ricardo Sá Pinto ao desespero. Heroico, de facto.
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Só a dez minutos do fim, num lance gizado por Labyad, continuado por Capel e finalizado por Carrillo, o Sporting igualou a partida e sossegou o espírito. A superioridade leonina é tão grande que se torna estranho perceber como é que o Horsens viaja para Lisboa ainda pronto para o combate.
Há qualidade, há desejo, há ardor no Sporting, mas também uma complacência inacreditável na zona de tiro. Uma complacência que pode ser também compreendida como excessiva vontade de fazer tudo bem e não falhar.
Apesar destas críticas, seria criminoso considerar que o Sporting não merecia vencer. Merecia, claro. Teve tantas e tão boas oportunidades para marcar e teve um adversário tão primário pela frente, que anormal seria esperar ou escrever o contrário.
Os dez minutos iniciais, aliás, indicavam a forte possibilidade de goleada. Ricky van Wolfswinkel, o perdulário da noite, desperdiçou dois claros lances para golo. Depois, sem se saber bem como, o Horsens melhorou e chegou à vantagem num momento em que a defesa do Sporting facilitou duas vezes. Spelmann marcou.
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Recorde o Horsens-Sporting AO MINUTO
O filme é simples de relatar. A perder o Sporting tornou-se sôfrego, insistiu, insistiu e foi acumulando ensaios falhados. Alguns de bradar ao céu, outros a merecer vénias ao guarda-redes Ronnow. O que dizer daquela defesa à Gordon Banks, após cabeceamento de Marcos Rojo?
De qualquer maneira, é bom anotar que a partida não teve sentido único. O modesto Horsens, típico estereótipo do futebol nórdico, lá foi tentando e esteve muito, mas muito perto do 2-0. Faberberg, um jogador interessante, deixou Rui Patrício de queixo caído e a bola no poste esquerdo.
Só um escândalo em Alvalade impedirá o Sporting de chegar à Fase de Grupos da Liga Europa, tal é o desnível de valores. Talvez nem um escândalo seja suficiente para a qualificação do Horsens. Esta igualdade na Dinamarca só pode, contudo, perturbar as hostes leoninas.
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