Roma: gladiadores com escudos de madeira (análise)
Análise ao adversário do FC Porto nos oitavos de final da Liga dos Campeões
A Roma é uma equipa que dispensa apresentações. A defender o estatuto de semifinalistas alcançado na época anterior, os romanos superaram a fase de grupos no segundo lugar, apenas atrás do Real Madrid. Ao contrário do ano anterior – ficaram em 3.º - a formação da capital italiana ocupa o 5.º posto na Serie A e saiu da Taça de Itália humilhada pela Fiorentina (7-1). Em suma, a temporada não está a corresponder às expetativas, sobretudo tendo em conta as contratações de qualidade que Monchi realizou no mercado de verão. Tanto Di Francesco como o próprio diretor-desportivo espanhol já foram alvo da contestação dos adeptos. No cargo de técnico da Roma desde a época passada, Di Francesco construiu a sua equipa para procurar constante profundidade pelos corredores através dos laterais e gosta que os extremos jogam por dentro, não tanto para construir, mas para estarem próximos do avançado e das zonas de finalização. A ideia preconizada pelo italiano de 49 anos tem como base o 4x3x3, embora este já tenha experimentado o 3x5x2 em alguns jogos.Onze mais utilizado:
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Organização ofensiva A Roma gosta de sair a jogar desde o guarda-redes. Olsen não é Alisson, mas dá segurança na primeira fase de construção. Já de Mirante não se pode dizer o mesmo. Na primeira fase de construção, os romanos tentam sair da pressão contrária pelos laterais, projetando Kolarov e Karsdorp. Ao mesmo tempo, Cristante baixa para se juntar a Nzonzi, enquanto os extremos procuram o espaço interior, mais perto de Dzeko, e Zaniolo deambula nas costas dos médios contrários.
Fica a impressão que a Roma podia, porque tem jogadores com qualidade para isso, tentar atrair mais vezes o adversário dentro para depois sair por fora como tanto gosta. Uma das poucas variabilidades que apresenta no seu jogo é através dos laterais que, por vezes, forçam por dentro em condução.
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É desta forma que a Roma gosta de atacar: profundidade pelos laterais ou diagonais de dentro para fora dos extremos. Quando a bola chega aos laterais numa fase mais recuada do terreno, o extremo aproxima e o médio salta para o espaço nas costas do lateral contrário.
Para além de tudo o que já foi referido, é importante escrever umas linhas sobre Edin Dzeko. O bósnio é peça fundamental na equipa da Roma, não só pelos golos que marca, mas pela importância que tem na forma de jogar. O sub-capitão é a referência sempre que o guarda-redes não tem linhas de passe para sair a jogar ou quando os colegas querem superar a pressão alta contrária quer pelo ar, quer pelo chão.
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Organização e transição defensivas: Como é sabido, é impossível dissociar a forma como se ataca da maneira como se defende. A Roma projeta muitos os laterais, coloca os extremos por dentro e os médios tanto ficam por trás como integram espaços mais adiantados (às vezes intrometem-se dentro da área). Perante a forma de atacar, é comum a equipa de Di Francesco ser apanhada desprevenida. Nem sempre prepara a transição defensiva quando tem bola. Mesmo contra o último classificado Chievo, na passada sexta-feira, os giallorossi viram o adversário criar uma mão cheia de oportunidades para marcar através de saídas rápidas.
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A forma que a Roma utiliza para anular os contra-ataques é simples: sobe linhas para tentar fazer com que o adversário fique em fora de jogo. Em vários jogos, esta foi a fórmula usada pelos romanos.
Outros dos problemas comuns da Roma são os movimentos de arrasto. Várias vezes os jogadores romanos são «enganados» pelos adversários desde a pressão na saída, o que condiciona toda a organização defensiva.
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Indicadores de pressão
A semifinalista da última edição da Liga dos Campeões define o momento em que a bola entra no lateral contrário para começar a pressionar. De resto, respeite outros indicadores de pressão como bola no ar, homem de costas, etc. No entanto, quando quer pressionar a saída de bola, o médio ofensivo pressiona um dos centrais.
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Bolas paradas Os papéis são simples de ler. A Roma privilegia os cantos ao primeiro poste, onde surgem jogadores fortes no jogo aéreo como Dzeko, Fazio, Marcano ou Manolas. Quando têm livres nas imediações da área, os romanos tentam colocar a bola na zona do segundo poste para as referências acima citadas.
FIGURA: Dzeko
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