Benfica: afinal, quanto pesam duas derrotas a abrir?
Equipa portuguesa sucede ao Inter numa lista que também tem o FC Porto
Apesar de ser a equipa mais cotada do grupo C da Liga dos Campeões, aquela com coeficiente mais alto, o Benfica entrou na fase de grupos com duas derrotas: primeiro em casa, frente ao Zenit (0-2), e depois na visita ao Bayer Leverkusen (3-1).
Desde que são designados oito cabeças de série (1994/95), esta é apenas a sétima vez que se regista um arranque com duas derrotas de uma equipa com esse estatuto, e é preciso recuar oito anos para encontrar o último caso. Curiosamente, há uma equipa portuguesa associada a essa situação: em 2006/07 o Inter integrou o grupo B da Liga dos Campeões como primeiro designado, mas na ronda inaugural foi derrotado pelo Sporting, em Alvalade, com um golo de Marco Caneira. Na segunda jornada a formação italiana foi derrotada em casa pelo Bayern de Munique (0-2).
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Seguiram-se depois três vitórias consecutivas, a última das quais na receção ao Sporting (1-0, por Crespo), e o Inter ainda conseguiu garantir o apuramento antes da última jornada, na qual empatou em Munique (1-1).
Foi, de resto, a única ocasião em que um cabeça de série começou a campanha com duas derrotas e ainda foi a tempo de garantir o apuramento. Nas restantes cinco ocasiões as equipas envolvidas não conseguiram recuperar do atraso, e uma delas foi protagonizada pelo FC Porto.
«Dragões» lideram desaproveitamento do estatuto
Em 1997/98 o FC Porto foi integrado no grupo D da Liga dos Campeões, com Olympiakos, Real Madrid e Rosenborg. Os «dragões» começaram por perder na Grécia (1-0) e a seguir foram derrotados nas Antas pela formação espanhola (0-2), para depois ainda sofrerem um terceiro desaire na Noruega (2-0).
Seguiu-se um empate caseiro com o Rosenborg (1-1) e a única vitória da campanha, na receção ao Olympiakos (2-1), mas a fechar a equipa portuguesa foi goleada no Bernabéu (4-0), pelo que não evitou o último lugar do grupo e consequente eliminação, com o primeiro lugar a ir para o Real Madrid.
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Refira-se, de resto, que o FC Porto é a equipa que mais vezes foi eliminada na fase de grupos mesmo depois de ter entrado na prova como uma das oito equipas mais cotadas. Aconteceu quatro vezes (1995/96, 97/98, 98/99, 2011/12 e 13/14).
Spartak (94/95), Blackburn (95/96), Mónaco (00/01) e Lazio (01/02) foram os outros casos de cabeças de série que começaram as respetivas campanhas com duas derrotas, e que não conseguiram o apuramento.
O Inter é, como já referido, o único caso de um cabeça de série que conseguiu inverter a situação, mas em termos absolutos, incluindo equipas que não tinham esse estatuto, existem mais seis exemplos: Dinamo Kiev (99/00), Werder Bremen (05/06), Lyon (07/08), Panathinaikos (08/09), Marselha (10/11) e Galatasaray (12/13) festejaram o apuramento mesmo perdendo os dois primeiros jogos.
Refira-se que no histórico da Liga dos Campeões a percentagem de eliminação é reduzida, como seria de esperar: 19 por cento, se incluirmo épocas com um formato diferente (dois cabeças de série por grupo, ou duas fases de grupo, etc.)
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Se tivermos em conta apenas o histórico com o formato atual - a partir da temporada 2002/03 - então a percentagem de cabeças de série eliminados na fase de grupos é ainda mais baixa, de apenas 11 por cento. Como curiosidade, refira-se que na época passada foram portugueses os únicos cabeças de série eliminados: Benfica e FC Porto. Este ano, com duas jornadas decorridas, o Benfica é o único cabeça de série fora dos lugares de apuramento.
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