Os portugueses que apoiam o Chelsea e os adeptos que vieram sem bilhete por Mahrez
Caminhos diferentes por uma loucura chamada futebol. Eis a Champions, versão portuguesa 2020/21
Um calor abrasador contrastava com um cenário pouco festivo. Afinal de contas, é dia de Liga dos Campeões no Porto. O Maisfutebol chega à Alameda do Dragão às 16h10 e encontra, de imediato, adeptos vestidos a rigor… com camisolas de Sporting e FC Porto. «Conseguimos os bilhetes pelo site da UEFA», começa por dizer o porta-voz do grupo, equipado com a camisola dos azuis e brancos. «Já fomos assistir a algumas finais da Champions e todos os anos tentámos conseguir bilhetes. A primeira final a que assistimos foi em Moscovo, em 2008, entre o Manchester United e o Chelsea. O Ronado ainda jogava no United. O jogo foi a penáltis e ficou marcado por aquela derrapagem do John Terry», acrescenta. A partir daí, este grupo de portugueses começou a correr a Europa para ver o jogo que ninguém quer perder. «Fomos ver as finais a Roma, Cardiff, Madrid e Londres. Só não conseguimos ir no ano passado. Temos tido alguma sorte», confessa. De resto, estes adeptos de FC Porto e Sporting não têm dúvidas na hora de apontarem um preferido para levantar o troféu. «Queremos que vença o Chelsea. Não pelos jogadores, mas pela afinidade de alguns jogadores do City», disparam, entre risos. Enquanto o Maisfutebol prossegue a caminha para zonas mais próximas do estádio quase «tropeça» num casal de adeptos da equipa de Bernardo, Cancelo e Rúben Dias. John não hesita em conversar e enumera-nos as dificuldades que encontrou para viajar para Portugal. «Chegámos quinta-feira de manhã de Edimburgo. Os voos de Manchester para o Porto eram muito caros e fomos obrigados a encontrar alternativas. Só quero que tudo acabe depressa e que seja uma final memorável para nós. Esta é uma altura terrível por causa da Covid-19. Nada é igual», lamenta. Este adepto do Man. City considera que o ambiente em torno do jogo não é o que devia ser. Ou melhor, não é idêntico ao que estava habituado. «Reencontrámos aqui pessoas que não víamos há imenso tempo e não podemos abraçá-las. Espero que na próxima época possamos viver os jogos da forma mais normal possível. Apesar da Covid-19, não poderia perder este jogo por nada. Tenho bilhete de época desde 1987, costumo assistir a todos os jogos. Vi várias parvoíces, mas agora o clube está bem», confessa. John aproveita para defender que o dinheiro não é apenas a única justificação para o clube estar na final da Liga dos Campeões.
«O dono tem imenso dinheiro, mas isso não importa quando não tens um bom treinador. Nós temos um bom treinador. Tudo começou com o David Silva», frisa A esposa intromete-se na conversa para revelar que é fã de Bernardo e Rúben Dias. «O Dias tem feito uma época brilhante! Adoro-o e acho que vai marcar de cabeça esta noite! Gosto muito do Bernardo também. É um jogador especial, tem uma técnica incrível. Tenho pena que seja sempre o primeiro a ser sacrificado», refere.
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