LE: FC Porto-Sevilha, 1-0 (crónica)
Um tiro no porta-aviões e dois nos pés
Resultado curto para o FC Porto na primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa (1-0). O Sevilha terá saído do Estádio do Dragão com otimismo moderado, sabendo o que o golo de Mangala não é suficiente para decidir a eliminatória e que Luís Castro perdeu duas unidades influentes para a visita à Andaluzia: Jackson Martínez e Fernando.
Mangala garantiu uma vantagem justificada, numa entrada de cabeça que mais parecia um tiro no porta-aviões, mas a formação azul e branca não conseguiu ampliar o resultado e atacou de forma pouco equilibrada na segunda parte.
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O Sevilha esticou o seu jogo a vinte minutos do final mas teve apenas uma oportunidade clara de golo. Sem fazer muito por isso, viu o poste negar por duas vezes o 2-0 e o adversário ficar condicionado para a segunda mão.
Jackson fica de fora devido a um amarelo, Fernando cometeu a proeza de ver dois no mesmo lance, numa decisão pouco habitual do árbitro. O FC Porto, contas feitas, também deu tiros nos pés.
Luís Castro promoveu uma alteração por setor, em relação ao penoso desaire frente ao Nacional da Madeira. Com Abdoulaye impedido de jogar na Liga Europa e Maicon lesionado, a grande notícia para os dragões foi a disponibilidade física de Mangala.
Carlos Eduardo substituiu Herrera e Varela surgiu no lugar de Licá mas Mangala, repete-se, foi a presença mais saudada no onze. O central francês envergou uma vez mais a braçadeira de capitão e desatou um nó complexo com meia hora de jogo.
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O Sevilha, sabia-se, é uma equipa pouco disponível para correr riscos e não se importa de ter dez homens atrás da linha da bola se tal for benéfico para a sua estratégia. Unai Emery refugiu-se no 4x2x3x1 que fez alguns adeptos do FC Porto recordar o duplo pivot de Paulo Fonseca.
Daniel Carriço surgiu ao lado de Iborra no setor intermediário mas os dois jogadores não foram mais que varredores na zona à frente da defesa, deixando as unidades ofensivas entregues à sua sorte.
O FC Porto entrou melhor em campo, com um domínio aparentemente consentido, sentindo ainda assim dificuldades em criar reais ocasiões de golo. O Sevilha apostava sobretudo em lances de bola parada mas viria a provar o seu próprio veneno.
Ao minuto 31, uma insistência pouco compreensível num pontapé de canto à maneira curta. Quaresma tocou para Varela, este viu-se apertado e atrasou para Alex Sandro. Os centrais à espera e a bola a fugir da área do Sevilha. Por vezes, um mau plano traz boas novas.
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Alex Sandro arriscou o drible e sofreu uma falta. Fernando cobrou rapidamente, apanhando o adversário desprevenido. Quaresma recebeu na esquerda, com espaço, e puxou pela famosa trivela, colocando a bola no coração da área. E aí, pelos ares, surgiu Mangala, entre um mar de gente.
A dúvida imediata
A equipa de Luís Castro chegava à vantagem. Como seria agora o plano de jogo? Estaria Unai Emery disposto a subir linhas ou ainda não chegara a altura? E o FC Porto, manteria a toada ofensivo?
O guarda-redes português, muito saudado neste regresso ao Dragão, foi compensando algumas falhas do setor defensivo no Sevilha, o pior na formação andaluz. Em cima do intervalo, foi o poste a evitar o segundo do FC Porto, na sequência de um remate inesperado de Defour.
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Segundos antes chegara a dor de cabeça para Luis Castro, com Jackson Martínez a ver o cartão amarelo em lance com Vicente Iborra. O árbitro fez um compasso de espera mas foi imediatamente rodeado pelos jogadores visitantes e o médio fez a sua parte. Não parecia caso para tanto. O colombiano falha o jogo da segunda mão.
Uma contrariedade costuma vir acompanhar e Fernando percebeu isso mesmo a poucos minutos do final do encontro. Numa fase em que o jogo estava partido, o médio brasileiro fez uma falta na direita, o árbitro deixou seguir e Fernando fez mais uma, ainda no mesmo lance.
Wolfgang Stark dera a lei da vantagem mas guardou o cartão e mostrou dois de seguida ao jogador do FC Porto. Uma mancha na exibição de Fernando e mais um problema para a visita a Espanha.
Mais uma bola nos ferros
A segunda parte terminou com sabor amargo, não obstante a vantagem no marcador. Os dragões continuaram a assumir as despesas do jogo, rondando a baliza de Beto. O Sevilha esperou pelo minuto 64 para mudar o plano e passar ao 4x4x2, com Kevin Gameiro a juntar-se a Carlos Bacca.
Bacca, pouco visto até então, apareceu a um quarto-de-hora do final para, aproveitando uma rara falha de Diego Reyes, obrigar Fabiano a defesa para a frente. Gameiro, na recarga em excelente posição, atirou ao lado.
Seria um castigo pesado para o FC Porto que, ao cair do pano, viu mais uma bola ser devolvida pelo poste. Ricardo Quaresma, entre o melhor e o pior, rematou na insistência e o ferro foi providencial para o Sevilha. Aceita-se o desfecho mas parece curto para o que as duas equipas fizeram neste jogo. Sobretudo, porque Fernando e Jackson vão falhar a segunda mão na Andaluzia.
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