Pedro Emanuel: «Foi pena termos sofrido o golo nos últimos minutos...»

Pedro Emanuel, treinador do Arouca, após a derrota frente ao Belenenses: Que balanço faz do jogo? «Sabíamos que vínhamos defrontar um Belenenses que tinha a necessidade que tinha, que estava motivadíssima para conquistar [a permanência] em casa, com grande afluência de público. Por isso, escolhemos uma equipa dentro do que é a nossa imagem. Fácil não foi. Pena foi termos sofrido o golo, independentemente da justiça ou não do resultado. Foi pena termos sofrido o golo nos últimos minutos, mas não retira mérito ao Belenenses. Parabéns por ter alcançado a sua permanência, mas queria ainda dar os parabéns aos meus jogadores, não só aos que estiveram hoje em campo, mas ao grupo de trabalho, que é extraordinário. Hoje, independentemente de quem jogasse, era um jogo importante para nós. Demonstrámos que temos um grupo equilibrado, que faz das tripas coração, como se costuma dizer, para defender a sua honra. Acabámos por fazer um jogo esforçado, de grande rigor e organização. Foi pena sofrermos o golo nos últimos minutos. Não teria feito diferença para o Belenenses e teria sido um prémio justo para estes jogadores. Os meus parabéns às duas equipas - ao Belenenses pela permanência e ao Arouca porque deu uma imagem extremamente positiva, depois de um percurso muito difícil.»

Esta temporada permitiu criar alguns alicerces para, na próxima época, atingir outros patamares? «É uma pergunta extremamente traiçoeira. Esta era uma época em que o Arouca iria enfrentar dificuldades, era a primeira vez na I Liga. Subiu vários patamares nos últimos anos e vinha com expectativas redobradas. Criar os alicerces sim. Penso que o clube está mais profissional e organizado, mas este foi um pequeno passo que se deu. No futebol português é normal querer dar-se passos maiores que as pernas. Procurar outros objetivos é uma pergunta que não vou responder porque não será esse o futuro do Arouca. Neste momento, procura afirmar-se. Fazemos um balanço bastante positivo, após uma primeira época dificílima na I Liga. O Arouca tem de continuar a dar passos, dentro das suas possibilidades. O futuro dirá se, dentro de alguns anos, o Arouca terá capacidade para ombrear com outros clubes com outro estatuto.»

Qual vai ser o seu futuro? Vai continuar ano Arouca? «Não sei. Isso é uma resposta que nos próximos dias, ou eventualmente semanas, poderá ser respondida com mais certezas. No início da época fui convidado para desempenhar um trabalho que muitos disseram que seria de loucos. Mas foi um desafio que agarrei com unhas e dentes. Quando me envolvo nas coisas dou o meu máximo. Acho que o balanço desta época só pode ser positivo. Relativamente ao futuro, vamos sentar-nos. É um clube de bem e de pessoas cumpridoras. Subiu um patamar no que é a sua afirmação, em termos de I Liga, mas há muito mais a fazer. No futebol profissional as coisas têm de ser feitas atempadamente e com bastantes certezas. Por isso, vamos conversar. Será necessário fazer muitas coisas e é isso que vamos avaliar nos próximos dias, se serão possíveis de concretizar e se esse é o caminho que ambas as partes procuram.»

Sobre a troca de Ustaritz por Bruno Amaro no centro da defesa «Escolhemos uma equipa competitiva, que iria lutar pelos pontos neste jogo. O Ustaritz, com grande pena minha e do grupo, sofreu bastante e, agora que estava recuperado e teria a sua oportunidade para se mostrar, teve um contratempo no aquecimento. Mas esta é a nossa realidade e mostra o caráter do nosso grupo. A dez minutos de começar o jogo tivemos de alterar. Tivemos de pôr o nosso capitão a jogar a central, fez uma exibição que parecia o Baresi. Não tenho nada a apontar. Isto é um grupo saudável, com grande caráter, espírito de coletivo. Isto é a cara e tem de ser a cara do Arouca. As pessoas têm noção das suas limitações, mas não viram a cara à luta. O que se passou hoje é um bom exemplo do que é o Arouca.»