Boavista-Desp. Aves, 2-1 (destaques)

Figura: Miguel Tavares É arrogante a jogar. No bom sentido, entenda-se. Jogou com carácter: não teve medo de partir para o drible ou de arrancar em velocidade. Fartou-se de ultrapassar adversários assim. É destemido e empolga quem vê. O jovem de 20 anos – que há dois anos jogava no Mirandela – tem tudo para se afirmar entre os graúdos. Tavares conseguiu um par de cruzamentos prometedores, mas nem Macedo nem Mohammadi conseguiram aproveitá-los. Foi o melhor em campo pelo condão de agitar um jogo que nem sempre teve emoção e rasgo.Momento:  Mehremic entrega o ouro, minuto 74 Desde os trinta minutos de jogo que o Desportivo das Aves estava a ser superior ao Boavista em todos os capítulos do jogo. Dificilmente os avenses perdiam o jogo. Aliás, até pareciam mais perto do triunfo que a pantera. Num dos raros ataques axadrezados na segunda parte, Heri fugiu na esquerda e foi derrubado por Mehremic. Hélder Malheiro apontou para a marcar de penálti e Rafael Costa – que frieza (!) – deu a vitória ao Boavista.A CRÓNICA DO BOAVISTA-DESP. AVESOutros destaques:Mohammadi: é o típico avançado que não precisa de muitas oportunidades para marcar. Se lhe pedirem para correr entre os centrais ou que dispute cada bola como se fosse a última, vão ficar desiludidos a julgar pelo que se viu no Bessa. O iraniano pareceu perdido entre o Neris e Ricardo Costa, mas empatou a partida no primeiro remate que fez. O golo libertou Mohammadi e permitiu-o mostrar que também tem técnica quanto baste para «limpar» adversários do lance. Yusupha: merece o destaque pelo momento de inspiração que abriu caminho à vitória do Boavista. O avançado travou uma luta desigual entre Dzwigala e Mehremic e em virtude da postura dos axadrezados, o avançado pouco se viu. Teve, portanto, um jogo ingrato que valeu pelo golaço que anotou.Ricardo Costa: o regresso do internacional português à casa da partida não reuniu consenso entre os boavisteiros. Porém, e pela amostra na estreia, Ricardo Costa parece que nunca saiu do Bessa. Realizou uma exibição à sua imagem: agressivo, dentro dos limites, e imperial no jogo aéreo. Ninguém se lembrou que já tem 38 anos quando evitou que Welinton fizesse a reviravolta. Uma estreia de sonho.