Já fez LIKE no MaisFutebol?
Liga  |  

A jornada dos trintões: «Olhem para os números, não para a idade»

Pires, hat-trick na louca reviravolta do Portimonense, figura de uma 28ª ronda que teve o póquer de Edinho e ainda um bis de Jonas

Edinho marcou o primeiro póquer da época na Liga, o primeiro da sua carreira, aos 35 anos. Pires apontou um hat-trick na reviravolta mais épica da temporada, na véspera de celebrar 37 anos. Numa ronda em que também Jonas, 33 anos, voltou a bisar, o Maisfutebol dá a palavra ao decano dos «trintões» goleadores da Liga, no fim de um ronda que foi para «velhos».

«Estamos a mostrar que temos valor. As pessoas têm a mentalidade que aos 30 anos já se é velho. Têm de olhar para os números, não para a idade», diz Pires ao Maisfutebol: «Nos campeonatos estrangeiros dão mais valor a esses jogadores.»

PUB

O avançado do Portimonense dá a receita para esta longevidade: «Tem que se ter cuidado, é uma profissão de alto rendimento. Fazer uma vida regrada, ter alguns cuidados. Sempre tive esse cuidado, desde muito novo. Sentia que tinha de ter, se não o rendimento não era o melhor. Depende dos jogadores, da vida que têm, como treinam, um pouco de tudo. Com regras consegue-se uma boa longevidade.»

Voltando ao jogo e ao fim de semana especial de Pires. No sábado, o Portimonense perdia em casa com o Moreirense aos 56 minutos. E acabou a vencer por 4-3. O principal rosto da reviravolta foi o veterano avançado do Portimonense, de volta à titularidade face à lesão de Fabrício.

O Portimonense foi para os balneários a perder por 2-0 e ainda sofreu o terceiro no início da segunda parte. Mas os jogadores tinham interiorizado as palavras de Vítor Oliveira no balneário:  «Ao intervalo o mister disse algumas coisas que tínhamos de fazer, acreditámos e conseguimos dar a volta, também com a ajuda do público. Disse que tínhamos de ter confiança em nós, que temos feito bons jogos em casa e temos valor.»

PUB

Foi um golo de Pires na pequena área, aos 56 minutos, que deu início à reviravolta. Ruben Fernandes fez o 3-2 nove minutos mais tarde e a partir daí o Portimonense cresceu. Os dois golos seguintes foram de penálti, ambos batidos por Pires, sem falhar. E estava feita história.

«Não foi o melhor jogo que fiz, mas foi um dos mais marcantes. Estarmos a perder por 3-0 aos 56 minutos e ganharmos...», recorda Pires, tinha na bancada espectadores muito especiais a quem dedicar os golos: «Os meus pais estavam em França, vivem lá. Chegaram na sexta-feira e pediram-me para fazer golos. Ainda bem que aconteceu.»

Pires não levou para casa a bola do jogo, mas talvez vá a tempo. «Se calhar ainda vou pedi-la...» Não terá provavelmente as dificuldades de Edinho, que marcou o seu póquer fora de casa, no terreno do Desp. Aves.

O dia seguinte de Pires foi duplamente especial. Era o dia do seu 37º aniversário. «Foi um acordar diferente, com a família. Depois de um jogo daqueles foi muito bom. Dá-nos ânimo para estarmos cada vez melhor. É uma coisa indescritível, para mais no dia a seguir fazer anos», observa.

PUB

O Portimonense voltou a fazer um jogo com muito que contar, essa é aliás imagem de marca da equipa orientada por Vítor Oliveira. «Jogamos o jogo pelo jogo. Temos a mentalidade de jogar positivo, seja com que adversário for. Gostamos de dar bons espectáculos e conseguir o objetivo principal, que são os pontos. Temos uma equipa que é a base do ano passado, acrescentada com bons valores. A gente conhece-se bem.»

O Portimonense está de resto muito perto de selar a manutenção, com 34 pontos somados – o treinador faz contas a 35. Mas ainda não festeja, diz o avançado: «Matematicamente não está alcançada. Vamos tentar lutar o máximo possível, depois redefinir objetivos.»

Pires leva cinco golos na Liga, nove na temporada. Na quarta época desta que é uma segunda passagem pelo Portimonense, e com mais um ano de contrato, ainda não pensa no fim da carreira: «Enquanto me sentir bem vou jogar. Continuo a sentir-me bem com o meu corpo. Quando achar que não tenho condições, aí paro.»

A terminar, a palavra de alguém que já anda nisto há muito sobre o momento do futebol português e o clima de acusações e suspeitas que já motivou uma tomada de posição dos jogadores e do Sindicato. «Condeno o que se está a passar. Não consigo perceber como é que se lançam estas supeitas e se fala tanto fora de campo», diz Pires. «Não se pode dar muito ênfase às pessoas fora do futebol, isso faz mal ao futebol.»

PUB

VÍDEO MAIS VISTO

Veja Mais

Últimas Notícias

APP MAISFUTEBOL

O MAISFUTEBOL na palma da sua mão!

Não falhe um golo, uma transferência ou uma notícia com a nossa aplicação GRATUITA para smartphone!