Sporting-Boavista, 2-0 (destaques)
A força do talento contra o pouco talento da força
Figura: Bryan Ruiz
O Boavista demorou uma eternidade a querer jogar: durante mais de meia só defendeu, fez faltas e perdeu tempo. Nessa altura o jogo ameaçou tornar-se complicado, mas não chegou a sê-lo porque Bryan Ruiz não deixou: espalhou arte onde havia dureza e meteu talento onde existia força. Assistiu Ewerton para o primeiro golo, fez ele o segundo e derrubou com estrondo o adversário.
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Positivo: Ewerton
Regressou um pouco surpreendentemente à titularidade: esperava-se pela titularidade de Coates, mas uruguaio ficou fora da ficha de jogo num sinal de que ainda não estará bem. Indiferente a isso, Ewerton (que tem o hábito de fazer um ou dois golos por época) abriu o marcador, ele que já tinha ameaçado duas vezes. A partir daí arrancou para uma exibição pujante, até defensivamente.
Negativo: Afonso Figueiredo
Entrou no jogo a fazer uma falta sobre Schelotto que só não foi amarelo por um capricho do árbitro e logo a seguir fez mais uma falta dura. Só veria o amarelo na segunda parte, porém. É verdade que é um dos mais promissores laterais nacionais, que cortou uma jogada perigosa do Sporting, que ganhou um amarelo a Gelson e que apoiou o ataque, mas perdeu na velocidade e raramente travou a ala direita leonina.
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OUTROS DESTAQUES:
Adrien Silva
Não sabe jogar mal, ponto. A médio-centro ou a médio-defensivo, coloca tudo o que tem em campo e essa é uma garantia de nota alta. Esta noite regressou a uma posição que conhece do início da época, à frente da baliza, e fartou-se de correr, de ocupar espaços, de recuperar bolas... Enorme.
Zeegelaar
Foi preciso esperar quase dois meses para ver um pouco do holandês rápido, confiante e assertivo dos tempos do Rio Ave. Demorou, é verdade, mas chegou: excelente exibição esta noite, a cair em cima dos adversários, a explorar a velocidade e a dar nas vistas pelas bolas que recuperou na defesa.
Schelotto
Ouviu aplausos de Alvalade, o que deve ser realmente uma novidade. É certo que teve uma falha grave quando perdeu a bola para Anderson Carvalho, que rematou para boa defesa de Rui Patrício. Mas tudo o resto foi pujança, fulgor físico e contantes correrias a apoiar o ataque. Bom, portanto.
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Rui Patrício
O Boavista foi praticamente inexistente na primeira parte, mas cresceu no segundo tempo: só podia, aliás. Ora nessa altura até rematou duas ou três vezes, numa delas acertou no poste, nas outras encontrou pela frente Rui Patrício. Bem o guarda-redes a voar para manter a baliza inviolável.
Gelson Martins
Pela sétima vez esta época foi titular em jogos de campeonato, num sinal de que raramente entra nas contas de Jorge Jesus para começar de início: o treinador gosta de o guardar para agitar os jogos. Esta noite entrou de início e foi o que é sempre: irreverente, rápido, interventivo. Agitou, de facto.
Mika
Não foi um jogo de muito trabalho, foi sobretudo preciso ter atenção: o Sporting até rematou bastantes vezes mas teima em acertar pouco na baliza. Na segunda parte, porém, Mika evitou dois golos. Primeiro num remate cruzado de João Mário e depois num desvio de Slimani após um livre estudado.
Anderson Carvalho
Não é fácil encontrar um destaque no Boavista, para além do guarda-redes: aquele estilo de jogo musculado não é agradável. No entanto é bom notar que Anderson Carvalho esteve nas duas melhores ocasiões de golo: primeiro atirou ao poste, depois obrigou Patrício a grande defesa.
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