Sporting-Roma, 2-0 (crónica)
Um pouco como São Mané: é melhor acreditar para ver
O Sporting demorou uma hora a encher Alvalade de festa, numa noite em que os adeptos não aceitavam outra coisa: chegou tarde, sim, mas chegou, e em força. Não se quer com isto dizer que a primeira hora tenha sido desperdiçada, não foi, mas a parte boa veio depois, na última meia hora, quando se viu por fim a melhor face leonina. No fundo foi preciso acreditar para ver, o que se tornou mais fácil com Mané em campo. Mas já lá vamos. Antes de mais é necessário dizer que, no regresso a Alvalade, Jorge Jesus parecia preocupado sobretudo com trabalhar a equipa. Por isso não se cansou - mas não se cansou mesmo, repete-se - de gritar ordens e corrigir posicionamentos.
Confira a ficha de jogo e o relato ao minuto da festa leonina Quando por fim apareceram os golos, o treinador leonino não os celebrou: mas respirou fundo e caminhou obstinadamente de um lado para o outro do banco. Nessa altura percebeu-se que não era apenas o ensaio que lhe interessava. Também queria ganhar, ansiava por uma vitória, e por isso descomprimiu com todas as forças. É natural. Afinal de contas é o regresso a uma casa especial, num clube que lhe diz tanto. Era importante fazê-lo com uma vitória. Também por isso, de resto, Jorge Jesus começou por apostar no onze que nesta altura terá como mais forte. Por isso - ou seja, porque queria ganhar -, e porque é um onze que ainda tem muito para evoluir, como é natural. Foi um onze com Teófilo Gutierrez no apoio a Slimani e Bryan Ruiz na esquerda, mais Carrillo na direita, Naldo ao lado de Paulo Oliveira e Carlos Mané no banco.
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Acabaram as transições rápidas e aquele futebol atlético de Marco Silva. Estas são no fundo as ideias de Jorge Jesus. Não pode dizer-se que sejam ideias melhores ou piores, são as ideias dele e só os resultados vão mostrar quanto valem. Para já, porém, ficou claro que as ideias estão lá, os resultados é que ainda não. Durante uma hora o Sporting teve muita bola, mas criou pouco perigo. No fim da primeira parte o bloco de apontamentos tinha apenas duas frasex: um cabeceamento de Bryan Ruiz por cima da barra e um cruzamento de Jefferson ao qual Slimani não chegou por um triz.
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Começou por mudar quando o miúdo tirou dois jogadores do caminho e isolou Slimani, para uma excelente oportunidade. A partir daí o Sporting motivou-se e foi para cima da Roma com velocidade e dinâmica.
Slimani voltou a ameaçar a baliza de Szczesny, antes de abrir o marcador num excelente cabeceamento após um canto. Estava feito o mais difícil: obrigar a Roma a sair de trás.
Destaques: Mané na noites dos desconhecidos do costume Portanto, e em jeito de conclusão, a equipa foi um bocado ao contrário de São Tomé: o santo queria ver para acreditar. O Sporting quis primeiro acreditar, dominar, massacrar, e depois, na parte final, ver os resultados desta política. O que se tornou mais fácil com a entrada de Mané em campo: São Mané. Resta apenas dizer que Jesus manteve um hábito leonino: ganhar o Troféu Cinco Violinos. Foi o quarto ano seguido que o Sporting venceu o torneio. No entanto o treinador terá, para além da felicidade da vitória, uma dúvida para resolver. Este foi o último particular, dentro de uma semana vem aí a Supertaça e a pergunta é: que onze inicial? O onze com Ruiz e Téo, mais estático e experiente, ou o onze com Mané, e eventualmente Gelson, mais irreverente e imprevisível?
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