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Lugares incomuns  |  

Nõmme Kalju: a Estónia aqui tão perto

Uma viagem até Tallinn, capital da Estónia, para conhecer um dos clubes que melhor tem conseguido aproximar o país, gradualmente, até nós.

A viagem pelos «Lugares Incomuns» do futebol internacional teve mais uma paragem na Europa. Até Tallinn, capital da Estónia, para conhecer um dos clubes daquele país que melhor tem conseguido aproximá-lo, gradualmente, até nós.

No outro lado do continente europeu, existe uma liga que se disputa com apenas 10 equipas e por isso a 4 voltas. Cada uma delas tem que cumprir 36 jornadas para ter o privilégio de poder viajar até às pré-eliminatórias das competições europeias: o primeiro tem direito a aquecer a cadeira da Champions, ao passo que o segundo e o terceiro ficam-se pela tentativa de chegar aos grupos da Liga Europa. É nesse contexto que temos tido a oportunidade de ver o Flora, o Levadia, o Infonet ou aquele de que vamos falar hoje, numa era dos streams que ainda tem pouca força na Meistriliiga.

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A fatia mais representativa dos adeptos do futebol português, não o conhece. A menos representativa batizou-o de «nõmme kájlu». Ouço-o enquanto vou buscar pão ao café, da boca daqueles que ainda agora completaram 18 anos e estão a registar o seu boletim de apostas, enquanto dizem ao amigo que «eles são da Estónia, de certeza que vão perder». Por certo ainda com o encontro de selecções, que acabou com os Campeões da Europa (sabe bem podermos chamar-nos assim, não sabe?) a atropelar os estónios por 7-0, bem presente na cabeça.

«Bom dia!»

Dito em bom português. Jorge Rodrigues nasceu em Vila Real e começou a jogar no clube da terra, antes de passar por Sporting de Pombal, Operário, Boavista e Tondela. Na sua sexta época ao serviço do «no me callo», como prontamente fez questão de ensinar a fonética, é um dos capitães da formação preta e branca e titular indiscutível.

A liga está longe de ter muitos talentos, mas nos jogos entre os quatro da frente conseguimos encontrar internacionais em selecções de segunda linha e um ou outro jovem que faz antever que a Estónia pode, a curto prazo, reduzir o fosso qualitativo que vimos no Estádio da Luz. Ainda assim, percebe-se que são os estrangeiros que fazem a diferença no campeonato e o principal motivo para parecer que existem dois campeonatos em apenas um: o das equipas que os têm e o das que não. Os mesmos estrangeiros que ajudaram o Nõmme Kalju a fazer história esta época, ao ultrapassar o Trakai da Lituânia e o Maccabi Haifa de Israel (ambos com maior budget), antes de cair aos pés do incomparavelmente mais rico Osmanlispor (já passou por este espaço de análise) e ter de voltar a lutar no próximo ano. E diga-se que, para já, parecem estar bem encaminhados após terem recuperado pontos nas últimas jornadas.

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Processos e progressos

A vitória nesta semana, aliada ao empate a duas bolas entre Infonet e Levadia, que seguem nas duas primeiras posições por esta ordem, relançou o Kalju (4º classificado com os mesmos pontos do 3º) na luta pelo título. À distância de 4 pontos, mas mais importante ainda com um jogo a menos, é cada vez mais provável que pelo menos voltem a assegurar as competições europeias e a continuidade da evolução do plantel de ano para ano.

Comandados por um técnico russo que gosta de jogar em 4x4x2, com a defesa bem próxima da linha do meio campo (bloco alto), de modo a obrigar os adversários (na maioria das vezes, mais fracos) a errar em zonas de perigo, a equipa de Nõmme dá preferência a atacar pelos corredores laterais e em mudar rapidamente o sentido do jogo para ganhar superioridade sobre adversários fechados em blocos baixos. Nas bolas paradas, por aqui, ainda se pode assistir à marcação homem a homem e ao posicionamento de jogadores agarrados aos postes, duas estratégias que muitos treinadores consideram ultrapassadas, mas que numa realidade competitiva mais frágil vai valendo a melhor defesa com uma média inferior a um golo por jogo.

Individualmente, Ats Purje é a referência ofensiva da equipa, móvel e com bastante golo. Em situações de aperto, entra Tarmo Neemelo. Com 34 anos continua a sair do banco da mesma forma: a marcar e a assistir. O tão desejado “pinheiro” que Paulo Sérgio quis, em tempos, para o ataque do Sporting. Este ainda não esteve em grandes florestas, mas na floresta estónia totaliza 184 golos. Nada mau, não?

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