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Fernando Canesin: «Camisa 10? Encoste, por favor»

Lugares Incomuns

Oostende, Bélgica. É por aqui que continuo à procura de talento capaz de figurar nos “Lugares Incomuns” do futebol internacional. Um talento que cada vez menos cabe nos metros certos atrás do ponta-de-lança. Ou aproxima-se dele, ou desmarca-se dele. A elegância do número 10, como símbolo de uma casa táctica e nunca da estampagem de qualquer camisola, continua a ser apreciada por diversos treinadores. Entendo-o enquanto percorro o meu feed e vejo muitos deles partilhar vídeos de Riquelme, Zidane, Aimar ou Kaká, alguns dos maestros que mais facilmente podemos recuperar a cores. Partilham-no, mostrando ter um gosto refinado, como o empregado de mesa que mostra uma ementa com fotos bem apelativas. A desilusão apodera-se quando percebemos que o prato não tem a ver com o da fotografia, neste caso, que não encontramos traços dessa identidade no onze que apresenta semana após semana. Já imaginaram Rui Costa ou Pedro Barbosa encostados à linha e a correr? Então não o façam.

A nova morada de Canesin

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Fernando Canesin é um dos nomes do momento na Jupiler Pro League. O médio brasileiro de 24 anos, tem feito do principal escalão do futebol belga, o palco do seu processo evolutivo que começou a ganhar forma na época transacta ao serviço do modesto Oostende, clube que representa desde a temporada 2013/2014, após ter sido transferido proveniente do histórico Anderlecht, onde iniciou a sua carreira sénior aos 19 anos.

Depois de nas duas primeiras épocas nos Côtiers ter totalizado 4.745 minutos e apontado 5 golos no campeonato, Canesin apareceu melhor do que nunca em 2015/2016, anotando 8 golos, a que juntou 6 assistências, conseguindo numa só temporada superar  a sua performance das duas anteriores em conjunto.

Canesin fez escola como número 10. Na formação, o atleta de apenas 176cm ocupava em exclusivo a zona mais central do terreno, a do organizador de jogo, onde revelou os seus traços mais criativos que lhe valeram a viagem definitiva do Brasil - onde representou os desconhecidos Palestra, Rio Branco e Olé Brasil - até à Bélgica.

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Na Bélgica, Fernando Canesin viu-se obrigado a adaptar o seu futebol e foi no Anderlecht que desde cedo começou a ser encostado, em algumas ocasiões, aos corredores ofensivos - predominantemente ao do lado direito - onde teria mais tempo e espaço para ter a bola e executar.

O arrendatário Yves Vanderhaeghe

Foi, no entanto, com a chegada de Yves Vanderhaeghe ao comando técnico do Oostende, que o brasileiro passou a habitar em permanência no lado direito de um meio-campo com três médios de ataque, ganhando rotinas na posição e aproveitando o seu futebol híbrido para acrescentar novas soluções à equipa.

Vanderhaeghe foi um médio internacional belga na década de 2000 e o conhecimento daquela zona do terreno foi factor determinante para fixar Canesin na sua nova morada e tirar o melhor aproveitamento do jogador, conforme comprova o crescimento dos seus números em acções de golo: 14 no total.

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Canesin é agora um maestro que joga na faixa. Pensa como um 10, corre como um 10, passa como um 10 e define os ritmos de jogo como um 10, sem que ocupe a posição 10. Esta inteligência táctica veio trazer opções sem limite à equipa sensação da liga, que não só passou a ter um criativo extra na faixa, o que lhe permite ter uma dinâmica posicional muito interessante, como também um jogador que ao longo dos últimos anos evoluiu a sua capacidade de drible e aceleração fruto de pisar a posição: ter um dez e meio é quase como jogar com 12.

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