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Memória  |  

Os 10 e os deuses (nº 2): Dejan Savicevic

O génio incompreendido de San Siro.

O 10 sempre foi mais do que um número, um dorsal, mais até do que uma posição em campo. O 10 era o craque, o líder incontornável do ataque. Criador e, muitas vezes, também finalizador. No passado, muitas vezes o 10 era o 10, outras camuflava-se noutros números. «Os 10 e os deuses» recupera semanalmente a história destes grandes jogadores do futebol mundial. Porque não queremos que desapareçam de vez. 

Incompreendido. Incompreendido por Ivica Osim na seleção jugoslava, e todos lhe chamam Genije! Incompreendido por Fabio Capello e, mesmo assim, é ainda aclamado Il Genio. Incompreendido num Milan defensivo, que, numa das poucas vezes que se soltou e por culpa das lesões de algumas figuras, goleou o Barça Dream Team na final dos Campeões, a segunda de um Savicevic genial. Génio nessa e em muitas outras vezes. Por muito que poucos hoje recordem o seu nome, que não vem escrito nos livros de história em letras garrafais.

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Buducnost, e as decisões ponderadas, sem pensar no dinheiro. «Quero que me aplaudam, que me admirem. Gosto do barulho quando consigo um bom drible e marco.»

Estrela Vermelha, e o exílio imediato na tropa. Dizem que vingança do Partizan, que tinha connections no exército, por ter assinado pelo rival, tal como Pancev. A crescer ao seu lado Prosinecki, e um outro dez, um tal de Dragan Stojkovic, chefe-de-fila. Regressa para os jogos europeus e também para seleção, até que se faz lobby e passa a estar destacado em Belgrado e a poder treinar. Chovem os primeiros títulos, os locais e a primeira Taça dos Campeões Europeus, à qual anexa ainda a Intercontinental. O mundo aprende a dizer (mais ou menos) Crvena Zvezda!

Com bola dominada, «Dejo» era imparável. 

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Milan, com Boban. Também ele enorme. E Jean-Pierre Papin, Eranio e o tal de Lentini, promessa furada de grande craque, paga a peso de ouro. Mora lá a armada holandesa, a regra dos três estrangeiros por jogo e o general Capello no banco. Savicevic é a estrela, e os outros têm de jogar por ele, lamenta o treinador.

Gullit sai para a Samp, Rijkaard volta ao Ajax enquanto Desailly entra e serve agora de âncora atrás dos criativos, Van Basten tem de parar devido a uma entrada assassina (e não voltará inteiro). Capello agora prefere... Donadoni.

Pé esquerdo com velcro a segurar a bola. Arranque que desarma os rivais. Drible curto. Visão de jogo, passe de excelência, remate apurado com ambos os pés. Fantasia. Muita fantasia. Jogo de cabeça. E um feitio empurrado para a frente por um ego enorme, que não o deixa ficar sentado, tranquilamente, no banco. «Disse a Boban, que traduzia, para dizer-lhe ‘vai-te f…’, mas ele disse-me que não o podia fazer. Então disse a Boban ‘ele que se f…’ e saí dali, do meio do sermão de Capello.»

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Dejan Savicevic está quase todo naquele chapéu a Zubizarreta, em Atenas, em 1994. Pura classe. Um artista em luta permanente para que o deixem expressar-se. Expor as suas obras. As sanções à Jugoslávia tiraram-lhe cinco anos de seleção, não teve sorte com alguns treinadores e mesmo assim foi gigante. Um 10 enorme do tamanho da Fossa dei Leoni.

«Sem dúvida que Savicevic foi o jogador com quem tive mais discussões. Mal treinava, mal trabalhava, e quando estava em campo toda a gente tinha de dar o dobro por causa dele para compensar. No entanto, tinha um talento excecional. E fizemos dele uma super-estrela!»

Capello, o chato, o aborrecido, o anti-10! Capello, o antigo médio-defensivo. Pois...

Os golos no Milan:

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Savicevic e o drible:

A final com o Barcelona Dream Team:

Dejan SavicevicData de nascimento: 15 de setembro de 1966

1983-88, Buducnost, 131 jogos, 35 golos 1988-92, Estrela Vermelha, 72 jogos, 23 golos 1992-98, Milan, 97 jogos, 20 golos 1999, Estrela Vermelha, 3 jogos, 0 golos 1999-01, Rapid Viena, 44 jogos, 18 golos

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Internacional A: 56 jogos, 19 golos

Palmarés:

Três vezes Campeão jugoslavo (1989-90, 1990-91 e 1991-92) 2 Taças da Jugoslávia (1989-90 e 1998-99) 2 Taça dos Clubes Campeões Europeus (1990-91 e 1993-94) 1 Supertaça Europeia 1 Taça Intercontinental (1991) Três vezes Campeão Italiano (1992-93, 1993-94 e 1995-96) 2 Supertaças Italianas (1993 e 1994)

Finalista vencido da Bola de Ouro France Football (1991) Melhor atleta jugoslavo (1991) Futebolista jugoslavo do ano (1995)

Duas figuras incontornáveis dos «rossoneri».
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