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Maradona  |  

Árbitro que validou a «mão de Deus» recorda génio de Maradona

Tunisino sente «orgulho» de ter seguido em posição privilegiada o argentino no golo do século: «Cada vez que ele se levantava, eu estava atrás dele»

O árbitro tunisino Ali Bennaceur, celebrizado por validar a «mão de Deus» de Maradona no Mundial de 86, recorda-se de cada gesto do génio argentino no triunfo por 2-1 dos quartos de final com a Inglaterra.

«Não vi a mão, mas tive uma dúvida. Dá para ver as fotos, recuei para seguir o conselho do meu auxiliar, o búlgaro Dotchev, e quando ele confirmou que era legal, validei o golo», contou, referindo-se ao tento apontado com o punho esquerdo por Maradona, que se antecipou à saída do guarda-redes Peter Shilton.

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O tunisino recorda as «instruções claras» da FIFA para «seguir o conselho dos colegas mais bem colocados».

«Fiz o que tinha de fazer, mas houve confusão. Dotchev depois indicou que viu dois braços e não sabia se eram de Shilton ou de Maradona», contou.

Bennaceur, que foi muito criticado internacionalmente, foi o primeiro tunisino a arbitrar uma partida deste nível no Campeonato do Mundo, tarefa até então reservada principalmente aos árbitros da Europa ou América do Sul.

Trinta e seis anos depois, o juiz recorda e elogia o fair-play da equipa de Inglaterra, à qual agradeceu a atitude.

«Somente o Gary Lineker veio ter comigo e me disse 'por favor, senhor árbitro, foi mão na bola'. Respondi-lhe 'por favor, joga' e foi tudo», recordou.

Validar o golo que ajudou a Argentina a vencer a Inglaterra por 2-1 foi um gesto muito criticado, até porque estava fresca a guerra nas Malvinas, na qual os britânicos humilharam o poderio do país sul-americano, que vinha de anos de uma ditadura implacável.

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O facto de haver um árbitro tunisino a dirigir um jogo tão importante foi muito censurado, facto que chocou Ali Bennaceur. «Não criticaram o meu desempenho, mas o meu país, dizendo que a Tunísia é areia, é deserto. Como dar um jogo destes a um árbitro assim quando eles não têm futebol?», recorda.

A este propósito, a embaixada da Tunísia em França interveio e obteve um pedido de desculpas oficial. «Os conhecedores, que sabem as instruções da FIFA, sabem que cumpri com a minha missão e estou orgulhoso de ter dirigido um jogo com este nível», vincou.

Assumiu que era um «homem das missões difíceis da FIFA», recordando um União Soviética-China que dirigiu em 1985.

O tunisino destacou igualmente o «orgulho» de ter seguido, em posição privilegiada, o slalom de Maradona no que foi considerado o melhor golo do século. «Cada vez que ele se levantava, eu estava atrás dele», recorda o tunisino hoje com 76 anos.

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