Mourinho: o senhor Bola de Ouro diz 200 vezes Chelsea

José Mourinho completou 200 jogos pelo Chelsea, o clube onde se sentou mais vezes no banco, com uma vitória em casa do Arsenal para a Taça da Liga, no dia em que voltou a aparecer entre os 10 nomeados da FIFA/France Football para melhor treinador do mundo. Primeiro vencedor da Bola de Ouro, em 2010, Mourinho fez o pleno de nomeações em quatro anos de existência do prémio. Só outros dois treinadores o conseguiram e são dois senadores: Alex Ferguson e Vicente Del Bosque.

Quem falhou a presença nos 10 finalistas pela primeira vez foi Pep Guardiola, que apenas voltou a treinar no início desta época, precisamente no Bayern Munique, depois de um ano sabático. Os outros treinadores que têm três presenças nos nomeados em quatro edições são Jurgen Klopp, Arsène Wenger e Joachim Low, nomeado em todas as outras edições mas fora das contas desta vez.

José Mourinho só tem 13 anos de carreira, mas está lá em cima desde cedo. Bem antes de haver Bola de Ouro para o melhor treinador do ano, aliás. A sua ascensão à elite dos treinadores mundiais começou no FC Porto, com as conquistas de 2003 e 2004, e consolidou-se precisamente no Chelsea., pelo que é adequado que a nomeação coincida com um número redondo em Stamford Bridge.

A cada dia os seus números vão-se agigantando. Ao cumprir 200 jogos pelo Chelsea, tornou-se o oitavo treinador com mais partidas no banco dos Blues. E de longe aquele que tem melhor percentagem de vitórias, nada menos que 67 por cento.

Parece seguro afirmar que José Mourinho poderá subir nesta escala, mas não deve atingir o recorde de David Calderhead, que ao longo de 26 anos (!) como treinador do Chelsea, entre 1907 e 1933, fez 966 jogos. Para já, o «Happy One», como se intitulou neste regresso a Stamford Bridge, ultrapassou o registo de Claudio Ranieri, que tinha 199 jogos e é o segundo mais eficaz, com 53.7 por cento de vitórias.

O Chelsea já era, antes de começar esta época, o clube onde Mourinho esteve mais tempo, três épocas mais uma que terminou ao fim de oito jogos, e também aquele onde tinha feito mais partidas. Não foi aquele onde venceu os títulos de maior relevância internacional: esses conseguiu-os com o FC Porto (a Liga dos Campeões em 2004, além da Taça UEFA em 2003), e com o Inter (a Liga dos Campeões de 2010).

Mas foi o clube que fez campeão ao fim de 50 anos, logo na época em que chegou, e bicampeão na temporada seguinte. Foi o clube que colocou entre os grandes do futebol europeu, cumprindo o sonho de Roman Abramovich, que tinha comprado o Chelsea um ano antes de Mourinho chegar. Não conseguiu vencer a Liga dos Campeões, mas chegou a duas meias-finais.

Esta época reatou aquela que propala ser uma relação de amor com o clube. Não começou a correr sobre rodas mas, depois de ter passado em setembro por uma das suas piores séries de resultados, parece ter equilibrado as coisas, tanto na Premiership como na Liga dos Campeões.

José Mourinho, o senhor Bola de Ouro, está por aí. São quase 650 jogos já, com duas dezenas de títulos coletivos a juntar às distinções individuais. Esta história continua.

Todos os jogos da carreira de José Mourinho:

Benfica (11)

2000/01: 11 jogos, 6 vitórias, 3 empates e 2 derrotas

U. Leiria (20)

2001/02: 20 jogos, 9 vitórias, 7 empates e 4 derrotas

F.C. Porto (126)

2001/02: 19 jogos, 12 vitórias, 2 empates e 5 derrotas 2002/03: 52 jogos, 40 vitórias, 7 empates e 5 derrotas 2003/04: 55 jogos, 38 vitórias, 12 empates e 5 derrotas

Chelsea (200)

2004/05: 60 jogos, 43 vitórias, 11 empates e 6 derrotas 2005/06: 53 jogos, 36 vitórias, 9 empates e 8 derrotas 2006/07: 64 jogos, 42 vitórias, 16 empates e 6 derrotas 2007/08: 8 jogos, 3 vitórias, 4 empates e 1 derrota 2013/14: 15 jogos, 10 vitórias, 3 empates e 2 derrotas

Inter (108)

2008/09: 51 jogos, 30 vitórias, 13 empates e 8 derrotas 2009/10: 57 jogos, 37 vitórias, 13 empates e 7 derrotas

Real Madrid (178)

2010/11: 59 jogos, 44 vitórias, 9 empates e 6 derrotas 2011/12: 58 jogos, 46 vitórias, 7 empates e 5 derrotas 2012/13: 61 jogos, 38 vitórias, 12 empates e 11 derrotas