Costa do Marfim: a oportunidade é boa, mas pode ser tarde
Por uma vez o sorteio foi simpático para os Elefantes, mas muitos dos jogadores já passaram possivelmente o pico das suas carreiras
A 'World Cup Experts Network' reúne órgãos de comunicação social de vários pontos do planeta para lhe apresentar a melhor informação sobre as 32 seleções que vão disputar o Campeonato do Mundo. O Maisfutebol representa Portugal nesta iniciativa do prestigiado jornal Guardian. Leia os perfis completos das seleções que participarão no torneio:
Autor dos textos: François Kouakou Parceiro oficial na Costa do Marfim: Challenge Revisão: Berta Rodrigues
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Face ao calibre dos jogadores de que dispõe, a Costa do Marfim, como todas as boas equipas, devia conseguir pôr em prática um estilo de jogo coerente, que aproveitasse ao máximo os seus recursos. Infelizmente, os Elefantes têm mostrado tendência para aparecer inconsistentes nos grandes torneios, ao longo da última década.
O Mundial no Brasil pode ser a sua melhor oportunidade até agora de deixar marca no palco global e cumprir a ambição que o país alimenta há muito de se tornar o primeiro semifinalista africano de um Campeonato do Mundo, pelo menos.
A Costa do Marfim tem sido nos últimos três anos a melhor equipa de África, de acordo com o ranking da FIFA. A equipa calhou num grupo onde o apuramento é plausível, com jogos frente a Japão, Grécia e Colômbia, e está cheia de jogadores que já tiveram a experiência de jogar dois Campeonatos do Mundo. O seu poder de fogo é imenso: com Yaya Touré, Didier Drogba, Gervinho, Salomon Kalou e Wilfried Bony, têm cinco jogadores que chegam ao Brasil depois de excelentes épocas, com mais de 100 golos marcados entre todos.
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Desde a Taça de África das Nações de 2013 e ao longo da qualificação Lamouchi alternou entre dois sistemas táticos, algumas vezes apresentando um 4x4x2, mais frequentemente recorrendo ao 4x3x3, para poder encaixar o maior número possível dos seus talentosos avançados. Neste sistema, Gervinho tende a começar na esquerda, Kalou na direita e Drogba ao centro, à frente de um meio-campo com Touré, Serey Die, do Basileia, e Cheick Tioté, do Newcastle, o homem com a responsabilidade de quebrar as movimentações do adversário.
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Gervinho. Pode ter sido um fiasco no Arsenal, mas o homem com uma apropriada alcunha com sonoridade brasileira chegará ao Mundial numa forma impressionante, depois da época soberba na Roma. Explosivo e com excelente capacidade de penetração, pode incomodar qualquer defesa.
E que jogador pode desiludir?
Pode ser Didier Drogba, mas tudo depende de como Sabri Lamouchi o utilizar. Em vez de ser titular, poderia funcionar melhor como um suplente capaz de causar impacto. Pode estar a perder a sua potência física, mas o seu enorme orgulho significa que estará determinado a fazer sentir a sua presença, como fez depois de sair do banco no recente 2-2 num particular na Bélgica.
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Por uma vez o sorteio foi simpático para os Elefantes, mas é uma pena que muitos dos jogadores já tenham passado possivelmente o pico das suas carreiras. No entanto, ainda têm muito poder ofensivo e podem abrir caminho para passar o grupo, mas uma defesa instável provavelmente vai impedi-los de ir muito mais longe.
Curiosidades e segredos da seleção
Didier DrogbaQuando era adolescente Drogba foi proibido de jogar futebol durante um ano pelos pais, depois de chumbar nos exames escolares.
Geoffroy Serey DieO médio do Basileia foi em tempos suspenso por oito jogos por dar uma bofetada no apanha-bolas, quando jogava no Sion.
Didier Ya KonanO avançado Didier Ya Konan treinou à experiência no Charlton Athletic em 2006. Acabou por assinar pelos noruegueses do Rosenborg e agora joga pelo Hannover, na Alemanha.
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Boubacar BarryAos 16 anos Boubacar Barry estava tão desesperado por um lugar na academia do Asec Abidjan que bombardeou o diretor do centro com cartas. Quando lhe disseram que apenas restavam vagas para guarda-redes candidatou-se a uma delas, apesar de nunca ter jogado na posição. Foi ali que ficou e cresceu, até somar já quase 100 internacionalizações pela seleção.
Perfil de uma figura da seleção: Serge Aurier
Quando em junho do ano passado fez a sua estreia internacional no encontro de qualificação para o Mundial entre a Costa do Marfim e a Gâmbia, Serge Aurier não imaginava que chegaria tão longe, tão depressa. Agora este jovem de 21 anos de Ouragahio, uma pequena cidade na região oeste da Costa do Marfim, está a caminho do Brasil ao lado do filho mais famoso do país, Didier Drogba, um jogador com quem partilha raízes comuns – e talvez, talvez, um destino comum.
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