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Mundial 2014  |  

Do lado de cá: só vamos lá com Gana, está visto

Fantástica resposta da seleção africana perante uma Alemanha bem menos demolidora que tinha sido com Portugal. Tudo ainda mais em aberto no nosso grupo depois do jogaço entre ganeses e alemães. E a Argentina, que deceção! Só o génio de Messi e a ajuda do árbitro evitaram que o Irão de Carlos Queiroz fizesse História

O dia 10 do Mundial-2014 em cinco pontos:

1. Para quem ainda duvidasse, o Alemanha-Gana mostrou que o grupo de Portugal é mesmo o mais forte deste super Mundial (com o grupo Costa Rica, Itália, Inglaterra e Uruguai muito perto, claro). Depois do Itália-Inglaterra e o Uruguai-Inglaterra era difícil, mas este Alemanha-Gana merecerá mesmo o estatuto de «melhor jogo do Mundial até agora» (graças a uma segunda parte espetacular, com quatro golos em 20 minutos) . Quatro bons golos, muita emoção, duas equipas com características completamente diferentes, a surpreenderem-se mutuamente. Qualidade, técnica, superação, espetáculo. Tudo bom. O Gana provou que a derrota da primeira jornada com os EUA foi injusta e enganadora. Mostrou ter equipa muito técnica, com bons executantes, e muito física também. A Alemanha surgiu bem menos demolidora do que no jogo com Portugal. A «gerir» demasiado cedo o provável primeiro lugar no grupo G. Com Klose no banco, faltou quem, na primeira parte, concretizasse. Menos pressionante, menos dominadora, mas mesmo assim forte, a Alemanha teve apesar de tudo o mérito de, depois de sofrer o 2-1 e com um Gana por cima do jogo, ainda fazer o 2-2, com as entradas em campo de Klose (golo histórico, a igualar o Ronaldo brasileiro) e Schweinsteiger. Mas mesmo assim forte. O empate é justo, premeia a ousadia ganesa e a resposta final da Alemanha.

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2. Mais do que se preocupar com fazer contas, com as baixas ou com o clima impossível de Manaus, Portugal deve preocupar-se consigo próprio. Por certo que os jogadores viram ao pormenor o EUA-Gana. E já estarão a par das enormes dificuldades que norte-americanos e ganeses irão provocar nos dois jogos que faltam a Portugal no grupo G. O empate no Alemanha-Gana foi bom ou mau? Pelo menos, «obriga» a Alemanha a não perder com os EUA. E para Portugal, um ponto do Gana não será assim muito ameaçador, no cenário de que a nossa Seleção só entrará nas contas se fizer quatro ou seis. Sejamos claros: perante a eficácia que os EUA revelaram com o Gana e perante a excelente exibição do Gana com a Alemanha, Portugal só tem um caminho: fazer dois grandes jogos para sonhar com o apuramento. Cometer menos erros que no primeiro jogo. Ter mais controlo emocional. Ser mais equilibrado. Perante os EUA, muita paciência. Frente ao Gana, ainda mais técnica e coração que esta excelente seleção africana (de longe, a melhor do seu continente neste Mundial). Está visto: só vamos lá (aos oitavos, pelo menos) com Gana. Mesmo muita gana.

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3. Pois é, o primeiro jogo, com a Bósnia, já tinha denunciado problemas sérios na dinâmica da Argentina. E não foi só a tal falha de sistema que o próprio Sabella reconheceu, ao alterar a equipa da primeira para a segunda parte dessa partida no Maracanã. O encontro desta tarde, com o Irão, voltou a mostrar uma Argentina longe de encantar, longe de massacrar, longe de golear. Num pragmatismo ainda mais acentuado do que o que mostrou frente à Nigéria, o Irão de Carlos Queiroz até esteve perto de marcar primeiro, próximo do intervalo. E voltou a estar perto do 0-1, na segunda parte (Reza só não marcou porque Gago evitou a tempo). Mas uma vez mais a força… dos mais fortes fez-se sentir: penálti claro de Zabaleta sobre Dejagah, como é que o árbitro sérvio (o mesmo que se apressou a marcar penálti de João Pereira sobre Gotze, por muito menos, no Alemanha-Portugal) não viu aquilo? Quando quase todos pensavam que ia dar mesmo 0-0, o génio de Messi apareceu para resolver, com um golo fantástico. A «Pulga» não está bem, andou quase todo o jogo desaparecida, mas os jogadores de eleição são assim: podem resolver a qualquer momento. Foi que valeu, por duas vezes, a uma Argentina dececionante, perante Bósnia e Irão. Tão perto esteve Carlos Queiroz de fazer História!

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4. À hora de publicação desta crónica, Bósnia e Nigéria fechavam a segunda jornada do grupo F. O duelo de Cuiabá, perto da meia-hora de jogo, mostrava um jogo equilibrado e já um golo mal anulado aos bósnios (mais um erro de arbitragem neste Mundial): Dzeko não estava em fora de jogo. No primeiro encontro, a Nigéria desiludira perante o Irão (0-0) e a Bósnia perdeu, mas apresentou-se francamente bem perante a Argentina, sobretudo na primeira parte. Com os argentinos já apurados, a segunda vaga deste grupo poderá recair em qualquer dos outros três pretendentes.

5. A exibição impressionante da França, ontem à noite, sobre a Suíça, mostrou três coisas. A primeira é que a tese segundo a qual este está a ser «o Mundial das seleções da América Central e do Sul» é um pouco exagerada (então e a Alemanha? E a Holanda? E agora a França?). A segunda aponta para uma coincidência que não deixa de causar algum espanto: três dos jogos com mais golos desta prova aconteceram no mesmo estádio, o Arena Fonte Nova, em Salvador. Espanha-Holanda, 1-5; Alemanha-Portugal, 4-0; França-Suíça, 5-2. E ainda há uma terceira conclusão a tirar: a seleção de Deschamps, que esteve tão perto de falhar a presença no Brasil (perdeu a primeira mão do playoff na Ucrânia por 2-0 e virou em cima da hora para 3-0 em casa), surge como uma três equipas (a par de Alemanha e Brasil, embora por razões bem diferentes) mais apetrechadas para sonhar com o título a 13 de julho. Defesa sólida, rapidíssima a sair para o contra-ataque, processos bem estudados, várias soluções para a concretização, banco quase tão bom como o onze. Muito perto da definição de uma seleção ideal, portanto. 

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«Do lado de cá» é um espaço de opinião da autoria de Germano Almeida, jornalista do Maisfutebol, que aqui escreve todos os dias durante o Campeonato do Mundo, sempre às 23.30h. Germano Almeida é também responsável pelas crónicas «Nem de propósito» e pela rubrica «Mundo Brasil», publicadas na MFTotal. Pode segui-lo no Twitter ou no Facebook.

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