México: passar a primeira fase já será uma conquista
Miguel Herrera aposta firme no 5x3x2, com os portistas Reyes e Herrera no onze, e joga tudo no primeiro jogo com os Camarões para poder ter alguma esperança de chegar à segunda fase
A 'World Cup Experts Network' reúne órgãos de comunicação social de vários pontos do planeta para lhe apresentar a melhor informação sobre as 32 seleções que vão disputar o Campeonato do Mundo. O Maisfutebol representa Portugal nesta iniciativa do prestigiado jornal Guardian. Leia os perfis completos das seleções que participarão no torneio:
Autor dos textos: Daniel Blumrosen Juárez Parceiro oficial no México: El Universal Revisão: Filipe Caetano
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Profundamente marcado pela influência do treinador argentino Ricardo La Volte, o selecionador Miguel Herrera usa o 5x3x2, no qual os médios ofensivos e os laterais são elementos essenciais. Não é comum fazer grandes alterações, mas se necessário o técnico mexicano pode apostar no 4x4x2 ou mudar o meio-campo.
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Que jogador pode surpreender no Campeonato do Mundo?Carlos Peña começou a jogar com regularidade no León há menos de dois anos e tornou-se num dos jogadores mexicanos mais valorizados. Chamam-lhe «El Gullit» devido ao estilo de cabelo similar a Ruud Gullit. Mede 1,73m, mas é muito dotado e possui grandes atributos físicos, jogando normalmente no meio-campo, tanto ao centro como nas alas. Tem bom remate fora da área, bom jogo aéreo e é muito criativo no último terço, onde aparece de surpresa com alguma frequência. Aos 24 anos é um jogador muito cobiçado por vários clubes locais, especialmente pelo Guadalajara, um dos mais populares no México, mas o León prefere tentar negociar com um clube europeu depois do Mundial.
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Curiosidades e segredos da seleçãoPaul AguilarEm criança a sua paixão era o basquetebol, devido à influência deste desporto em Sinaloa, a região da qual é natural. Começou tarde no futebol e considerou abandonar a carreira depois de elementos da sua família terem morrido num acidente de viação. Foi o seu pai, Nicolas, que lhe pediu para manter o sonho vivo, pelo que todos os seus sucessos, inclusivamente a conquista da Gold Cup da Concacaf em 2011, são dedicados à família.
Carlos SalcidoAté se tornar profissional de futebol aos 20 anos tentou por três vezes passar a fronteira para os Estados Unidos ilegalmente e foi sempre deportado. Carlos ficou sem mãe aos nove anos e teve uma adolescência conturbada. Antes de ser descoberto pelo Chivas trabalhou numa casa de ferragens, numa oficina e lavou carros. Um dia aceitou o desafio de um amigo para integrar uma equipa amadora (com nome falso) e teve a sorte de ter sido observado por um olheiro do Chivas, mudando o seu destino.
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Rafael MárquezA primeira vez que foi convocado para a seleção, em 1997, foi um mero acidente. O selecionador Bora Milutinovic tinha chamado César Márquez, do Atlas Club, mas um erro de impressão levou ao surgimento do nome de Rafael. Claro que o treinador queria mandar o jogador embora, mas acabou por deixá-lo treinar e isso foi suficiente para Rafa. 17 anos e 118 internacionalizações depois continua por lá e vai para o quarto Mundial.
Miguel LayúnFoi contratado pelo América em 2010 depois de ter sido o primeiro jogador mexicano a jogar em Itália (pela Atalanta). Cometeu vários erros que viriam a custar alguns dissabores à sua equipa, o que levou os adeptos a reagir nas redes sociais, onde criaram a hashtag #TodoesculpadeLayún. As críticas eram tão fortes e regulares que Layún teve de recorrer a um psicólogo para conseguir ultrapassar a situação, mas hoje é um dos jogadores favoritos em Las Aquilas, tendo mesmo lançado uma linha de roupa com o nome «Todo es culpa de Layún».
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Isaac BrizuelaPouco depois da sua estreia na primeira divisão, pelo Toluca, Brizuela foi convidado a representar a seleção dos Estados Unidos. Nascido em Sacramento, na Califórnia, depois dos seus pais terem emigrado em busca de uma vida melhor, Isaac regressou ao México quando tinha dois anos de idade. O seu sonho foi sempre representar o México, por isso declinou o três convites americanos e foi internacional pela primeira em 2013.
Perfil de uma figura da seleção: Oribe Peralta
Nascido em La Partida, perto da cidade de Torreon, o jogador do Santos Laguna cedo aprendeu a lidar com a adversidade. O objetivo foi sempre ser jogador profissional de futebol, embora só tenha começado a jogar numa equipa organizada na adolescência. O pai trabalhava numa fábrica de hastes de metal e ganhava apenas para sustentar a família. Oribe era o mais velho de quatro irmãos.
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Nessa altura já tinha recuperado de uma fratura na tíbia e fíbula que o afastou dos relvados durante um ano. «Foi um período muito difícil, pensei que nunca mais ia jogar», confessou o rapaz que comia tortillas e batatas com chili para ganhar força. Foi o maior desafio da sua vida.
Adepto do Santos Laguna, tentou várias vezes entrar no clube, mas nunca foi bem sucedido nos testes. A sua chegada à primeira divisão aconteceu em 2002 no Morelia, onde foi treinado pelo argentino Rubén Omar Romano durante apenas dois meses, até que assinou pelo León. Um ano depois já estava no Monterrey e estreava-se pela seleção de Ricardo La Volpe contra a Argentina. Chamavam-lhe o Ronaldo mexicano, mas nos cinco anos seguintes não conseguiu convencer e foi perdendo oportunidades.
A melhor época acabaria por surgir em 2010, aos 26 anos, quando regressou ao Santos Laguna após um período de empréstimo ao Jaguares de Chiapas. Peralta conseguiu finalmente estabilizar o seu jogo e tornou-se numa grande estrela do clube e do país. Foi um dos três jogadores mais velhos a integrar a seleção sub-23 que marcou presença nos Jogos Olímpicos de 2012 e tornou-se na estrela da equipa apontando os dois golos da vitória sobre o Brasil (2-1) na final de Wembley.
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