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Mundial 2022: investigação denuncia trabalho escravo no Qatar

Registo de mais de 40 mortes de trabalhadores neste verão

Redação

Pelo menos 44 nepaleses morreram este verão no Qatar quando trabalhavam na construção civil, em obras de infra-estruturas que servirão de base ao Mundial 2022. Os dados foram apurados por uma investigação do jornal «Guardian», que fala de uma rede de trabalhos forçados e de uma realidade de escravidão para muitos trabalhadores no país a quem a FIFA atribuiu a organização do Campeonato do Mundo. 

Em causa estão os trabalhos de construção de Lusail City, a cidade a norte de Doha que será edificada de raiz e onde estará o estádio de 90 mil lugares previsto para receber a final, onde a investigação encontrou muitos trabalhadores que dizem ainda que não são pagos há meses e têm os seus salários retidos para não fugirem. Noutros locais de construção pelo território, há ainda queixas de pessoas com os passaportes confiscados, para impedir que possam abandonar o trabalho e circular livremente.

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A embaixada do Qatar em Doha contabilizou 44 mortes entre 4 junho e 8 de agosto, e relata também que deu refúgio a cerca de 30 nepaleses que fugiram de condições de trabalho brutais. Algumas das mortes dever-se-ão a ataques cardíacos, que vitimaram mesmo adolescentes, outras a acidentes de trabalho, diz ainda a reportagem. Os nepaleses constituem 40 por cento dos trabalhadores estrangeiros no Qatar, onde por sua vez 90 por cento da força de trabalho é de imigrantes. 

«Queriamos ir embora, mas a empresa não nos deixa», diz um trabalhador do complexo de Lusail City ao «Guardian», que fala de uma rede de exploração que começa nas aldeias do Nepal. Os trabalhadores endividam-se para pagar aos agentes que lhes garantem trabalho e a viagem, depois ficam reféns dessa dívida.

O comité organizador do Mundial disse ao jornal que ainda não há trabalhos de construção em obras diretamente relacionadas com a competição, mas mostrou-se «muito preocupado com as alegações feitas em relação a alguns empreiteiros ou sub-empreiteiros que trabalham em Lusail City». E garantiu que o assunto está a ser investigado pelas autoridades: «Fomos informados que as autoridades governamentais relevantes estão a conduzir uma investigação em relação a estas alegações.»

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