Naval-F.C. Porto, 1-0 (destaques)
A defesa foi o melhor ataque
Que melhor estreia podia ter pedido? Poderá ter causado alguma surpresa a sua inclusão no onze, já que Igor, o titular, estava de regresso após castigo, mas Ulisses Morais sabia o que fazia. O brasileiro mostrou grande à-vontade e, sobretudo, um pés esquerdo poderoso, que deixou Nuno de sobreaviso para, depois, concretizar as intenções com um golaço, de um ângulo impossível, mas com responsabilidades para Nuno. Fica, todavia, a dúvida se queria mesmo rematar à baliza ou cruzar. Não interessa, dirá com certeza. Festejou tanto que levou um amarelo e acabou substituído pouco depois, feliz da vida e com o sentido do dever (mais do que) cumprido. O toque na perna direita nem lhe deve ter doído. São, para muita gente, uma das melhores duplas de centrais da Liga e tiveram oportunidade de o provar à saciedade. Imperiais pelo ar, quase sempre no caminho da bola, somaram cortes e antecipações em catadupa, contribuindo decisivamente para o desfecho final. Ganhou o lugar a Jorge Batista no jogo frente ao Belenenses, à quinta jornada, beneficiando da lesão do habitual titular, e tem justificado a troca. Já dera mostras frente ao Benfica, confirmou credenciais ante o F. C. Porto. Bons reflexos - destaque para uma tentativa de chapéu de Lisandro -, grande concentração e bom posicionamento entre os postes permitiram-lhe segurar, bem firme, os três pontos. Pau para toda a obra nesta equipa, começou numa posição dúbia, entre médio e extremo direito. Mostrou grande disponibilidade e vontade de empurrar a equipa para frente mesmo se não é, manifestamente, um jogador talhado para aquela posição. Disciplinado tacticamente, não teve problemas em adaptar-se à lateral-esquerda, sempre com grande abnegação Este sábado não foi dia de Lisandro. A garra esteve lá e a acutilância também, faltou a pontaria, ao mesmo tempo que teve um guarda-redes inspirado pela frente. Perto do final, com o discernimento em baixo, até ele fez um cruzamento sem nexo. Acontece¿ Talvez devesse ter iniciado a partida, teria pelo menos assegurado mais peso e musculo na área para o F.C. Porto. A ajuizar pela sua entrada, tentando furar pelo lado esquerdo e tirar partido da sua força para desequilibrar a defesa navalistas, trouxe aquilo que faltara à sua equipa na primeira parte. Dão-se alvíssaras por um lateral-esquerdo. Depois da péssima exibição de Lino frente ao Leixões, Jesualdo Ferreira resolveu deixá-lo na bancada e recuperou Benitez. A diferença não foi muita. Lento, desconcentrado e encolhido, teve um atraso comprometedor para Nuno, que Bolívia, por pouco não interceptou.
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