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O guarda-redes mais batido dos nacionais: «Estou a tentar dar nas vistas»

Miguel tem 20 anos, joga nos Dragões Sandinenses e já sofreu 68 golos

16 jogos, zero pontos, 68 golos sofridos. Números assustadores para qualquer equipa. E para qualquer guarda-redes. Miguel é técnico de contabilidade e o titular da baliza dos Dragões Sandinenses. É, também, o homem que mais golos sofreu em todos os campeonatos nacionais. A realidade é cruel, mas a ambição deste jovem de 20 anos atinge níveis de excelência. A média de 4,25 golos bolas dentro da sua baliza por jogo não tolhe os desejos de Miguel. Que até considera estar a fazer uma boa época. Da fartura à míngua na III«Tenho feito boas exibições e já recebi algumas críticas elogiosas dos jornais regionais», exclama ao Maisfutebol. «Tenho tentado dar nas vistas para dar o salto até outro clube. Aqui é complicado, pois não recebemos qualquer compensação monetária e as condições de treino não são as ideiais». Miguel esteve nos Dragões Sandinenses até ao escalão de juniores, rumando depois ao rival Oliveira do Douro, onde permaneceu até ao início da presente temporada. «Foi um regresso surpresa. Tudo aconteceu depressa. Os resultados têm sido maus, mas tento acreditar sempre que as coisas me vão correr bem». «Treinámos à noite muitas vezes sem iluminação»Carlos Rocha foi o treinador dos Dragões Sandinenses até Dezembro. Transitou dos juniores com a hercúlea tarefa de construir um plantel do zero, sem quaisquer recursos financeiros. Recorreu aos jovens que treinara anos antes e tentou contornar os inultrapassáveis obstáculos com que se deparou. «As condições eram duras. Treinámos muitas vezes à noite sem iluminação. Mesmo assim, quatro vezes por semana lá estávamos, sempre motivados», recorda. «Tentei traçar objectivos exequíveis. Mostrei-lhes que seria motivante competir na III divisão, mas a diferença para os outros clubes eram gigantescas». Além da juventude, Carlos Rocha lembra que a maior parte dos atletas não competia há «dois/três anos». «Foram chamados de emergência. Do plantel, só um não era cá da casa, mas aguentou pouco tempo. Pensava que era ele e mais dez e não compreendeu a nossa mensagem», recorda. E sem salários mensais, a única recompensa monetária seriam os prémios de jogo, atribuídos às vitórias e empates. Mas os Dragões ainda não somaram qualquer ponto e nem dessa forma os jogadores receberam dinheiro. «O plantel só recebeu um prémio simbólico pelo empenho de todos». A maldição dos treinos aos sábados de manhãO lateral direito chama-se Pedro Sousa e é um atleta com ligações fortes ao clube, não fosse neto do fundador João Saúde, que em 1927 deu asas ao sonho chamado Dragões Sandinenses. Também ele deu contas dos sentimentos vividos ao longo deste ano. «No início tínhamos muita entrega, mas os resultados negativos trouxeram alguma desilusão e falta de vontade. Não tivemos pré-época, fizemos uma semana de treinos e começámos logo os jogos oficiais. Mas temos evoluído». Lembrando a falta de iluminação e de um relvado para treinar, Pedro Sousa recorda, por exemplo, que muitas vezes ao sábado de manhã a equipa acordava cedo para pisar a relva do Estádio do Tourão. «Era o único dia em que treinávamos na relva antes do jogo. Custava muito», finaliza, esperançado no encontro com os resultados positivos. «No passado fim-de-semana perdemos 4-0 com o Tondela mas o score engana». No próximo domingo, os Dragões vão a São João da Madeira, onde defrontam a Sanjoanense, segunda classificada na série C da III divisão.

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